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SC Esmoriz tomba cedo no OK-KO da Taça de Aveiro

Escrito por em 22/12/2017

Quando se fala de Taça, fica difícil apontar claros favoritos. E quando se fala de Taça de Aveiro PECOL e se colocam frente a frente dois conjuntos oriundos do equilibrado Campeonato Safina, as coisas ainda se tornam mais imprevisíveis. Por isso, mesmo que em posições díspares na tabela do campeonato, um SC Alba (13º) a receber o SC Esmoriz (5º) na terceira ronda da prova geraria sempre a queda prematura de um conjunto com aspirações em ir mais além.

Na perspetiva esmorizense, este era um encontro de regresso a uma prova que lhe deu a maior alegria da temporada passada. O Esmoriz conquistou o troféu no Municipal de Aveiro e é ainda o detentor do galardão… algo que, agora confirma-se, só se manterá até ao fim da presente época. A verdade é que foram mesmo os comandados de Narciso Ratinho a caírem neste jogo de pouco futebol. Um 1-0 a favor do Alba que ficou selado aos 90+2 pelo extremo Ricardinho e que atirou para fora o SCE quando já se pensava nos penáltis.

Desabituadas a jogar a meio da semana, houve algumas alterações em ambos os conjuntos. Os da Barrinha aproveitaram a polivalência de algumas das suas peças para compor o onze titular. As duas maiores mudanças terão sido a inclusão de João Dias (habitual lateral direito) no meio campo e a de Filipe Leite que apareceu colado à ala esquerda.

O Esmoriz atuou com João Reis, Jorginho, Rúben Pereira, Ruca (cap.), Breno Oliveira, Fábio Gonçalves, João Dias, Júlio Coronel, Raphael, Filipe Leite e João Carvalho. A equipa teve de lutar contra um alagado Estádio Municipal de Albergaria e, apesar de ter entrado muito autoritária na partida, foi perdendo ímpeto e deixando que o Alba dividisse o encontro.

Os homens de Hugo Oliveira pareceram adaptar-se melhor ao terreno e, com um futebol mais prático, não precisavam de muitos toques para chegar ao último reduto dos esmorizenses. Embora o guarda-redes João Reis tenha sido pouco importunado, a incapacidade do Esmoriz de furar a linha defensiva do Alba atou o jogo e fez manter o nulo no marcador. A maioria dos lances de perigo surgiram de remates de meia distância, capítulo onde o SCE esteve muito ativo mas pouco eficaz.

Aos 4′, uma rara oportunidade dentro das áreas. Num canto para os esmorizenses, Fábio Gonçalves teve impulsão para subir ao primeiro andar e cabeceou ligeiramente por cima da baliza de Hugo Carvalheira. Estava espelhado um início mais forte da equipa do Esmoriz, que ainda testou a atenção do guardião albergariense aos 10 minutos: de fora da área, Filipe Leite atirou e obrigou Carvalheira a ir ao solo e desviar para fora.

A primeira situação de perigo protagonizada pelo Alba chegou apenas à meia hora. Numa bola perdida dentro da área depois de João Reis ter saído de forma extemporânea e socado a meio gás, o ponta de lança Tito não teve arte para acertar no «retángulo mágico» mesmo quando este estava deserto de guarda-redes.

O Esmoriz estava tímido no ataque e só mais uma vez conseguiu chegar à finalização no primeiro tempo. Em cima do apito para o descanso, João Dias disparou do meio da rua mas a pólvora seca permitiu a Carvalheira matar o esférico nas suas luvas. Defesas a superiorizarem-se aos ataques e poucas ideias na abordagem ofensiva das equipas.

Situação que não mudou de figura na etapa complementar, altura em que o Esmoriz regressou outra vez a tentar o tiro exterior. Desta feito foi Júlio Coronel, aproveitando uma bola rechaçada para a entrada da área depois de um canto cobrado na esquerda do ataque. O remate do brasileiro foi de primeira e intencional, mas o esférico não levou a direção certa.

Aos 56′, Narciso Ratinho parecia perder a paciência e estava na hora de lançar a artilharia pesada do banco. Kenneth Kalunga foi o primeiro a ser chamado para o lugar de João Carvalho. O zambiano foi para o seu habitat, a ala, e fez deambular Raphael para o corredor central do ataque.

O Esmoriz melhorou ligeiramente, mas até foi o Alba a ameaçar o primeiro da partida. O veterano Hélder Silva (um dos melhores em campo) ganhou a linha aos 63′ e fez um cruzamento venenoso para a zona da pequena área. Tiaguinho apareceu para a emenda mas a bota do camisola 96 estava furada, a bola passou por toda a gente e assim ficou livre o perigo para as redes de João Reis.

O capitão do Esmoriz, Pedro Godinho, seria lançado pouco depois e renderia Júlio Coronel. E, aos 74′, o último a entrar seria Vando para o lugar de Raphael mas, ainda antes, o jovem brasileiro teve um bom lance individual, rodando sobre dois defesas contrários e rematando – mais uma vez de longe – por cima da baliza do Alba.

Não havia forma de abrir o livro e até na bancada já se faziam contas às grandes penalidades. No entanto, pelo meio da chuva miudinha e dos 4 minutos de compensação dados pelo juiz Fábio Tarrafo, o golpe de teatro iria mesmo dar um ar da sua graça… para «matar» o Esmoriz.

Num lance completamente controlado pela defensiva esmorizense, onde para fazer pressão sobre Breno e João Reis estava apenas o extremo do Alba, Ricardinho, a equipa de Hugo Oliveira iria finalmente chegar à festa. O que terá acontecido fica para os protagonistas descodificarem, mas o que é certo é que Breno e Reis chocaram um contra o outro, em cima da linha da grande área, e deixaram a baliza à mercê de Ricardinho. A consequência foi o golo mais fácil da carreira do jogador da casa e uma autêntica explosão de alegria no Municipal de Albergaria-a-Velha.

O Esmoriz tinha pouco tempo para emendar a asneira e nem o chuveirinho foi bem efetuado pela turma da Barrinha. O apito final foi também o silvo da derrota: um canto do cisne numa noite inglória para Narciso e seus pupilos. O Esmoriz estava fora da Taça de Aveiro e esfumava as esperanças do concelho de Ovar na competição.

Pedro Silva foi o repórter da AVfm no local. Ouça as entrevistas aos técnicos:

Narciso Ratinho – Treinador do SC Esmoriz

 

Hugo Oliveira – Treinador do SC Alba

 

Não há volta a dar para um SCE que, agora, vira todas as suas fichas para o Campeonato Safina. A eliminação da Taça acaba por se ajustar dada a incapacidade do Esmoriz de praticar o seu futebol habitual. O Alba resistiu, não foi brilhante, mas aproveitou o presente de Natal antecipado e alcançou um triunfo magro – mas suficiente.

 


Foto: Pedro Silva
Texto: Pedro Silva
Áudio: Jaime Valente

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