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Esmoriz GC sobranceiro é surpreendido na estreia em casa esta temporada

Escrito por em 17/10/2017

Não é todos os dias que se fazem  50 anos e, no Esmoriz GC, essa data foi celebrada a rigor. Do longínquo ano de 1967 e dos pais fundadores do emblema até à atualidade e aos 52 títulos nacionais, o EGC tem marcado a sua posição no voleibol português como uma autêntica universidade de formação. No último sábado assinalou as «bodas de ouro» com várias cerimónias, entre as quais o primeiro jogo oficial da temporada dos seniores masculinos perante os seus adeptos.

A AAS Mamede foi a equipa adversária, mas os matosinhenses não quiseram ser o bombo da festa. Num desafio que se previa equilibrado, os comandados de Alexandre Afonso  apareceram na Barrinha personalizados e, perante o relaxamento esmorizense, souberam elevar o nível e fechar a partida num 1-3 (25-19; 21-25; 23-25; 19-25) a seu favor. Um resultado ajustado mas não menos inesperado face à entrada forte do EGC.

Em campo, o Esmoriz apresentou-se com uma equipa titular experimentada, sendo que todos os atletas chamados à ação faziam já parte do plantel que fez uma campanha extremamente positiva na época passada. Bruno Gonçalves foi o distribuidor; cruzado com o capitão apareceu José Pedro, oposto de serviço; André Rosa e Ricardo Alvar atuaram como zona 4; os centrais foram Paulo Gomes e o cabo-verdiano Mário Fortes; como líbero jogou Pedro Ribeiro, agora numa nova vida voleibolística depois de ter sido zona 4 ao longo de toda a sua carreira.

O equilíbrio entre os dois conjuntos foi evidente ao longo do primeiro parcial. Do lado do S. Mamede, os inspirados irmãos Sebastião e Dinis Leão assumiam as operações e foram os timoneiros da equipa no ataque. Já os da casa iam equilibrando no side out e no contra-ataque. Trocando apenas os líberos a espaços (Diogo Neto é também um potencial titular no EGC), mostravam ser capazes de segurar as armas do adversário.

Nos momentos finais do set, com inteligência no serviço, o Esmoriz GC superiorizou-se e arrancou para uma vitória segura e justa, fechando a primeira contenda com um 25-19.

Longe de estar fora da decisão, o S. Mamede voltou a entrar determinado para jogo. As vantagens eram magras, tanto de um lado como do outro, e ninguém descolava no marcador. Efetivamente, o set voltou a ser decidido ao pormenor até bem perto da sua fase crucial. Aqui, o Esmoriz claudicou no bloco, com algumas bolas a ficarem perdidas entre a rede e a primeira barreira defensiva dos da casa. Um S. Mamede mais concentrado fechou as contas com quatro pontos de vantagem (21-25) e empatou as operações.

Em resposta, Bruno Lima fez os seus jogadores aparecerem mais agressivos no terceiro set. Este parecia ser o parcial mais desequilibrado até ao momento e tanto Ricardo Alvar como Mário Fortes estavam a liderar a equipa na rede. Só que, com uma vantagem que chegou a ser de 6 pontos, o EGC entrou numa espiral de relaxamento e deu a possibilidade ao S. Mamede para que regressasse à discussão: primeiro na aproximação e depois na ultrapassagem.

A ideias pareciam escassear na organização esmorizense e David Marques entrou para agitar a distribuição. O camisola 8 surpreendeu e ainda liderou um esboço de reação. Mas já não foi a tempo de fazer o Esmoriz ligar o turbo, sendo incapaz de impedir a vitória no set para o S. Mamede. 23-25 foi o resultado.

Substituindo o jovem José Pinto, o reforço para 2017/18, Pimpão, entrou de início na quarta partida. Mas, nesta história, o clique do S. Mamede no terceiro set fez a diferença para virar o rumo dos acontecimentos. Uma remontada algo concedida pelo Esmoriz mas que foi aproveitada até ao tutano pelos homens de Alexandre Afonso.

Os da casa nunca mais se reencontraram com as boas jogadas e fizeram mesmo os minutos mais negros da sua exibição. A verdade é que o quarto set foi completamente dominado pelo S. Mamede, formação que nem teve de jogar a alto nível e que se limitou a gerir o chorrilho de erros do EGC. O jogo fecharia com um 19-25 a favor dos alvinegros, trancando o desafio num 1-3 e dando a primeira vitória da época à Académica.

Pedro Silva foi o repórter da AVfm no local. Ouça as declarações dos técnicos durante a entrevista flash:

Bruno Lima – Treinador do Esmoriz GC

 

Alexandre Afonso – Treinador do AAS Mamede

 

Do lado esmorizense, pelo contrário, este é o primeiro desaire, logo após um arranque de nível em casa do VC Viana. No final do jogo o descontentamento no pavilhão era evidente, principalmente na equipa técnica do EGC mas também numa bem preenchida bancada do pavilhão.

Ainda assim, olhando à atual conjuntura da I divisão e excluindo os crónicos candidatos ao título nacional, haverá grandes batalhas entre todos os outsiders da competição. Por isso, da mesma forma que o Esmoriz perdeu estes pontos em casa, pode muito bem ir recuperá-los fora do seu reduto.

Importante será dizer que relaxamentos a meio de qualquer jogo podem ser suficientes para a «morte do artista». O Esmoriz revelou alguma sobranceria nesta partida e pagou cara a fatura. Esperemos, porém, que tenha sido o suficiente para que os da Barrinha aprendam a lição. Até porque este EGC tem novamente potencial para fazer uma boa temporada mas, em comparação com o ano passado, os recursos disponíveis são mais escassos.

Veja a fotogaleria:

 


Foto: António Silva
Texto: Pedro Silva


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