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27 anos depois, a Ovarense voltou a ser Campeã Nacional!

Escrito por em 20/06/2018

O passado domingo foi dia de um feito inédito para a AD Ovarense.

As alvinegras conseguiram ser campeãs do Campeonato de Promoção, a 2ª Divisão Nacional. Na final da prova contra o CS Marítimo, apesar de terem perdido por 6-3 no Funchal,  venceram a segunda mão por 2-1 (no tempo regulamentar) no Marques da Silva.

Assim, mesmo que as maritimistas tenham vencido no conjunto de golos das duas mãos, a Ovarense alcançou o objetivo de vencer no seu reduto e obrigar que a partida fosse para um prolongamento.  O regulamento da Federação Portuguesa de Futebol para esta final contemplava apenas a vitória nos jogos e não os golos marcados nesses jogos.

Por isso, Ovarense e Marítimo, ambos com uma vitória, por ordem do delegado da FPF presente em Ovar, jogaram mais meia hora de futebol e, aí, a Ovarense foi mais feliz. As vareiras fizeram mais um golo e festejaram a conquista do campeonato juntamente com a cidade de Ovar.

Curiosamente, as equipas apenas ficaram esclarecidas quanto à realidade do regulamento antes do início da segunda parte. E isso teve o condão de revolucionar a partida por completo. Algo que não retira em nada o mérito da Ovarense nesta enorme conquista!

Na realidade, as alvinegras protagonizaram uma entrada fortíssima no jogo e apontaram o primeiro golo logo aos 6 minutos. Na cobrança de um canto, Joana Gomes cruzou na esquerda e Mariana Campino apareceu na área para cabecear para o fundo da baliza. A craque da Ovarense beneficiou de uma saída em falso da guardiã insular, mas marcou um golo que levou à euforia os muitos adeptos que compuseram uma excelente casa no Marques da Silva.

Ao longo dos primeiros 45 minutos, foram raras as vezes em que o Marítimo encontrou o seu melhor futebol dentro das quatro linhas. A equipa teve dificuldades em adaptar-se ao estado do relvado do reduto ovarense e era ainda apupada pelos adeptos da casa sempre que tinha a posse de bola. Dessa forma, e apesar do trio de ataque das madeirenses ter potencial para ser bastante perigoso, as operações defensivas estavam a correr na perfeição à Ovarense.

No entanto, se é certo que a entrada no desafio foi vertiginosa, também é certo que as alvinegras foram perdendo gás a partir do primeiro quarto de hora. Até ao intervalo, o jogo ficou mais equilibrado, ainda que a grande oportunidade de golo tenha mesmo pertencido à Ovarense: após uma jogada combinada, Rute Silva ficou na cara de Bárbara Santos e permitiu a defesa à guarda-redes que teve muito mérito na mancha.

Na segunda parte, e com o esclarecimento acerca do regulamento que ambas as equipas tiveram, a estratégia dos técnicos mudou radicalmente. As vareiras baixaram o seu bloco de forma a defenderem a vantagem que possuíam e para aproveitarem as transições rápidas nas costas de um Marítimo em busca do empate.

As insulares sabiam que tinham de arriscar mais e mandaram na etapa complementar. Com insistência, acabaram mesmo por chegar ao golo do empate, aos 73′, na conversão de uma grande penalidade quando Ema Aleixo realizou um corte à margem da lei e acertou em Nádia Freitas. Na marca dos 11 metros, Inês Freitas assumiu as responsabilidades e, apesar de Lara Sousa ter voado, o empate foi alcançado.

A igualdade beneficiava o Marítimo… mas as visitantes não têm uma jogadora chamada Betinha. Com uma jogada de génio, na resposta ao golo sofrido, a atacante vareira tirou um coelho da cartola, furou por um emaranhado de jogadoras adversárias e serviu Catarina Soares que apenas precisou de empurrar para o golo em cima da linha de baliza.

Graças a este golo fantástico, a Ovarense chegou ao 2-1 e aguentou o Marítimo para somar a vitória e obrigar a partida a mais 30 minutos de futebol. O problema é que as vareiras surgiram no prolongamento completamente esgotadas e Paulo Campino foi mesmo obrigado a realizar as três substituições devido à fadiga das suas atletas.

Começava pesar o facto de muitas das jogadoras da Ovarense estarem a fazer o seu segundo jogo em dois dias (no sábado disputou-se a Final da Taça de Sub-18) e, por isso, a Ovarense parecia mais focada nas grandes penalidades e alicerçava-se na segurança de Lara Sousa entre os postes para segurar o resultado até aos 120 minutos.

Mas este era um dia em que a estrelinha da sorte se vestiu de preto e branco e Mariana Campino fez questão de sublinhar isso… subindo ao terceiro andar. No canto do cisne da partida, ao minuto 120, Betinha bateu um livre de régua e esquadro e a jovem lateral internacional portuguesa bisou com outro golo de cabeça e incendiou o Estádio Marques da Silva para a conquista do título nacional.

A Ovarense aguentou, com raça vareira, um prolongamento sofrido e, sob o olhar atento do selecionador nacional, Francisco Neto, levantou a Taça num misto de lágrimas de felicidade e dever cumprido. Uma festa que foi rija e que premiou a melhor equipa do Campeonato de Promoção.

27 anos depois, a Ovarense voltou a ser Campeã Nacional!

Joel Magina e Pedro Silva foram os repórteres da Rádio AVfm no local. Ouça as declarações dos técnicos:

  • Declarações AD Ovarense | Paulo Campino:

 

  • Declarações CS Marítimo | Nuno Reis:

 

Ouça ainda a entrevista a uma das heroínas da partida:

  • Declarações AD Ovarense | Mariana Campino:

 

FICHA DE JOGO | AD Ovarense x CS Marítimo | Campeonato de Promoção – Final – 2ª mão

AD Ovarense: Lara Sousa, Ninja, Joana Pinho, Ema Aleixo (Jojó), Mariana Campino, Mariana Almeida, Sara Lopes (c) (Bruna Gomes), Joana Gomes, Catarina Soares (Ritinha), Rute Silva, Betinha. Não utilizadas: Pêras, Sónia Silva, Bruna Antunes, Cristiana Soares. Treinador: Paulo Campino.

CS Marítimo: Bárbara Santos, Andreia Neves, Paula Fernandes (Ivone Silva), Petra Nunes (Mónica), Rubina Dantas, Patrícia Teixeira, Inês Freitas, Clara Vieira, Nádia Freitas (c) (Neuza Cordeiro), Telma Encarnação, Érica Costa. Não utilizadas: Adriana Cabaz, Cláudia Vieira, Jéssica Santos. Treinador: Nuno Reis. 

Trio de Arbitragem: Catarina Araújo, Luís Cabral, Nuno Almeida.

Resultado final (prolongamento): 3-1
Resultado final (tempo regulamentar): 2-1
Resultado ao intervalo: 1-0
Marcadores: Mariana Campino (2), Inês Freitas, Catarina Soares

Veja a fotogaleria do encontro:

 


Fotos: António Silva
Texto: Joel MaginaPedro Silva
Áudio: Jaime Valente

 

 


Opnião dos Leitores
  1. GARA   Em   21/06/2018 em 8:37

    Sabemos bem que o regulamento não foi cumprido e que o Marítimo tem toda a razão em protestar de forma a que o mesmo se cumpra…
    É verdade que em primeira análise há um empate a 3 pontos.
    A partir daí entra o Artigo 12º do regulamento.
    Primeiro o ponto 6 que refere que só se passa para o prolongamento (e isso acontece em TODOS os casos em que há que eliminar a duas mãos) caso haja empate no resultado no conjunto das duas mãos. Ora, 7-5 não é empate algum.
    Pelo que venceria sempre o Marítimo por 7-5.
    Mas, por absurdo de razão na interpretação do funcionário da FPF, com 2-1 (7-5) ou 3-1 (7-6) mantinha-se o empate a 3 pontos. Seguiam-se os remates da marca da grande penalidade… pois o prolongamento é isso mesmo: o resultado não se avalia per si mas que se soma ao do período regulamentar. Daí que se mantinha o empate ou o 7-6 (para o Marítimo). Sabemos todos bem que o funcionário meteu o pé na poça. Vamos ver se a FPF corrige ou dá uma de BdC na teimosia casmurra.

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