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Segundo dia do Ovar Expande confirmou que a música portuguesa pode ser o que os artistas queiram

Escrito por em 24/10/2024

De manhã é que se começa o dia, diz o povo. E foi assim que o ditado se concretizou, com o segundo dia do Ovar Expande a iniciar com a “Masterclass Música e Cinema”, ministrada por André Tentúgal. O também músico, partilhou com os inscritos a sua extensa experiência na realização de videoclips e em produções para televisão, explorando a íntima ligação entre a música e o cinema, focando-se em curtas-metragens e videoclip’s.

No período da tarde, a programação do Ovar Expande deu lugar a uma conversa que juntou os três projetos musicais do dia; Bardino, Sara Cruz e Margarida Campelo, ao (nosso) radialista Jaime Valente. Com moderação de Gil Godinho, refletiu-se sobre música, imagem em movimento e como estas formas de arte se misturam e se podem complementar.
Reveja abaixo a Conversa Expande:

Com o cair da noite, a tríade criativa do evento; formações, conversas e concertos; concluir-se-ia nos palcos da Escola de Artes e Ofícios.

Na sala Expande ouviram-se os Bardino, banda portuense, que integra elementos de Oliveira de Azeméis, brilhando e encantando o público com o seu reportório. Talvez uma performance com menos de um concerto formatado e mais de uma Jam session, com músicos extraordinários. Temas essencialmente instrumentais, mas com expressão, fiéis ao conceito de obra enquanto objeto final, sem preocupações quanto ao seu sucesso. Bardino é música sem amarras, em constante evolução, dirigida a um público formado por seres individuais, com cada um deles livre para a sua própria interpretação. O concerto foi isso mesmo: cada um fez a sua viagem, não interessando o destino final; mas sim o percurso para lá chegar. “Pedra Mãe é uma alegoria às Pedras parideiras de Arouca”, como nos disse Rui Martins na entrevista que podem rever abaixo. Uma homenagem, perpetuando a memória coletiva, já que cada disco, fotografia ou filme, contribui para manter vivas as tradições.

O público desceu então até à sala Galeria, sentando-se confortavelmente para ouvir Sara Cruz. Numa descompressão do que se tinha vivido na sala Expande, a cantautora contou-nos as suas vivências quotidianas, com a sua doce voz e acordes folk, dedilhados de forma consistente nas cordas da guitarra. Em entrevista, que podem rever abaixo, a artista falou-nos sobre as suas origens, influências e “Fourteen Fourty-Five”, o seu álbum de estreia saído nesse mesmo dia para os escaparates.

Foi então tempo de voltar a subir as escadas até à sala Expande, para o último concerto do segundo dia, onde Margarida Campelo apresentou o seu disco a solo “Supermarket Joy”, enquanto partilhou histórias sobre a criação das músicas com o público presente.

Com um figurino a lembrar os anos 80, rapidamente nos transportou para essa época.
Fã de Witney Houston, como nos confidenciou na entrevista que podem rever abaixo, passou por fases em que duvidou que gostar de diferentes estilos musicais como Jazz e clássica; a par de Witney, não seria compatível; quase como se de um preconceito se tratasse. Margarida mostrou-nos então que tudo isso é possível, com gostos tão díspares capazes de dar origem a um disco como “Supermarket Joy”. Algum público mais tímido, ou cansado, manteve-se sentado nas cadeiras. Outro, mais animado, cantou e dançou ao som de “Faz Faísca e Chavascal” e “Aura de Panda” entre outras canções. Para o final ficou reservada a música “Mexe-te Mais Um Pouco”, uma reinterpretação do tema da conhecida Ágata, por quem Margarida confessou a sua admiração.

Confira alguns momentos do 2º. dia de Ovar Expande, pela lente de António Dias:

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Fotos: António Dias
Áudios: Jaime Valente
Texto: Cláudia Dias e Francisco Fidalgo

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