Ovarense DV regressa às vitórias frente ao Eléctrico FC em novo jogo de dupla faceta
Escrito por AVfm em 09/04/2018
Depois de uma travessia complicada e com duas derrotas no Barreiro, a Ovarense regressou finalmente aos jogos em casa para disputar a terceira jornada da 2ª Fase do Campeonato Nacional frente ao último classificado, o Eléctrico FC – Tekever.
Obrigada a mudar a imagem e a competir pelo acesso aos playoffs, após a desilusão do não ingresso no grupo dos seis primeiros, a ODV entrou a todo o gás para esta partida, saindo com um primeiro período demolidor e onde Jermel Kennedy foi protagonista.
No entanto, mesmo com a vitória tangencial no parcial do segundo período e uma vantagem de 25 pontos ao intervalo, os vareiros saíram desconcentrados para a segunda metade e colocaram-se em perigo de sofrer uma recuperação do Eléctrico. Os forasteiros ainda estiveram a uma posse de diferença para conseguir empatar o encontro, mas a maior frescura emocional e física dos vareiros prevaleceu.
Os anfitriões conseguiram mesmo selar a vitória pelo parcial final de 82-77, num jogo em que tiveram tudo para o controlar do princípio ao fim mas onde se sujeitaram a um susto.
Passemos então aos cinco iniciais, antes do relato dos momentos do jogo…
Nuno Manarte, técnico vareiro, dada a indisponibilidade de Ervin Mitchell, promoveu uma ligeira alteração e lançou para dentro do terreno de jogo Will Perry, José Miranda, João Grosso, Jermel Kennedy e Cristóvão Cordeiro.
Já o seu par, Marco Galego, dentro das diversas limitações pelos compromissos profissionais e as poucas opções no banco do Eléctrico, optou por colocar de início Darius Gibson, Paulo Caldeira, Earnest Hunter Jr., Kevin Coronel e Mário Neves.
O primeiro período trouxe uma Ovarense muito focada nos seus processos, tanto ofensivos como defensivos.
Defensivamente conseguiu desposicionar o ataque forasteiro, acumulando 6 turnovers (3 deles em roubos de bola) e protegendo bem a tabela (7 ressaltos defensivos).
Ofensivamente, deu espectáculo com a bola a circular de mão em mão a alta velocidade. Kennedy estava endiabrado, acertou bem cedo 4 triplos (18 pontos, 5 ressaltos e 3 assistências, tudo no 1º período) e até fez assistências por trás das costas para acentuar a «nota artística».
Na soma disto tudo, o parcial do período foi bastante desequilibrado, logo com um 34-12 e bem à imagem da soberba eficácia de 72,2% no lançamento dos alvi-negros.
Com um resultado tão desequilibrado, houve espaço para Nuno Manarte dar longos minutos de descanso a algumas das peças mais importantes do plantel no segundo período e, mesmo assim, acabar com a vantagem ampliada.
Apesar de no aspecto ofensivo pouco se ter alterado para os atletas do Eléctrico, defensivamente começaram a acertar melhor nas marcações e a reduzir os espaços de influência dos atacantes vareiros. Reduziram-lhes, por consequência, a eficácia nos seus lançamentos.
Ainda assim, até com os jogadores com menos utilizados em campo, os da casa conseguiram sair para intervalo com a diferença ainda mais ampliada para uns expressivos 52-27.
No descanso, os vareiros venciam a todo o terreno em termos estatísticos, excepto nas assistências e desarmes de lançamento. O tiro exterior (8 contra 1) e os pontos dos elementos saídos do banco (13 contra 4) eram duas perfeitas imagens da superioridade vareira no primeiro tempo.
Só que, à saída dos balneários, muita coisa se iria alterar no decorrer do jogo e tudo se complicaria para os visitados.
A Ovarense entrou demasiado descomprimida no terceiro período e começou a cair na armadilha do adversário.
Lá na frente, a fluidez do seu jogo tinha desaparecido e acumulavam-se os erros e os turnovers por consequência, partidos quer de perdas de bola, quer de faltas ofensivas.
Na retaguarda, o Eléctrico focou-se no seu jogo interior e colheu frutos ao aumentar para mais do dobro os pontos conquistados na zona restritiva, tornando o equilíbrio no resultado mais evidente. Primeiro, com o encurtar de distância para 15 pontos (67-52) e obrigando o «alarme» soar na Arena Dolce Vita.
Como se não bastasse, os vareiros pouco fizeram no reatar do quarto e último período,para dissipar os receios do público que assistia ao encontro. A toada continuou certa para o lado dos visitantes e o Eléctrico chegou mesmo a deixar a diferença no marcador nos 3 pontos – uma posse de bola.
Valeu nesse momento a maior frieza e, possivelmente, frescura nas pernas dos atletas ovarenses. Estes conseguiram reagrupar-se defensivamente e foram conquistando algumas faltas importantes com vista a selar a partida da linha de lance-livre. Todavia, não se livraram do susto e este serviu para relembrar que, independentemente das distâncias, os jogos são ganhos ao longo dos 40 minutos e não apenas 10.
Helder Ferreira foi o repórter da Rádio AVfm no local. Ouça as declarações dos técnicos:
- Declarações Ovarense DV | Nuno Manarte:
- Declarações Eléctrico FC | Marco Galego:
Nas estatísticas finais, a quebra na equipa vareira era bem patente no decréscimo da eficácia no lançamento (44,8% contra 48,4% do Eléctrico), bem como nos pontos sofridos no interior (44 pontos) e no número de turnovers, sobretudo acumulados na segunda metade (18 contra 15). O que compensou a Ovarense foram o 12 triplos conquistados (contra 5) e o maior número de pontos de elementos a vir do banco (20 contra 13).
Quanto ao capítulo individual, o destaque para os da casa não poderia deixar de cair sobre Jermel Kennedy (24 pontos, 8 ressaltos e 5 assistências) que teve um primeiro período avassalador; e Will Perry (17 pontos, 4 ressaltos, 3 assistências e 3 roubos de bola). Já pelo lado dos visitantes, fica a excelente imagem deixada por Kevin Coronel (22 pontos, 7 ressaltos, 3 roubos de bola e 2 desarmes de lançamento), bem coadjuvado por Earnest Hunter Jr. (18 pontos, 6 ressaltos, 2 roubos de bola e 2 desarmes de lançamento).
Na próxima jornada, a Ovarense DV desloca-se aos Açores para um duelo importante com o Terceira Basket, quando todo está ainda em aberto quanto ao acesso aos playoffs e as equipas têm os mesmos pontos na tabela classificativa.
Veja a fotogaleria do encontro:
Fotos: Luis Filipe Silva
Texto: Helder Ferreira
Áudio: Jaime Valente