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Ovarense e uma primeira volta de «resultados atravessados»

Escrito por em 20/12/2018

Estoril, Marítimo, Albergaria e… Valadares de Gaia. Nomes que estão cravados no peito da equipa feminina da Ovarense. Os nomes das equipas que arrancaram vitórias às alvinegras quando estas estiveram bem perto de somar pontos nessas partidas.

A Liga BPI é mesmo assim. O seu cariz competitivo não deixa que haja descanso até ao apito final dos árbitros. No entanto, do ponto de vista da Ovarense, caso não fossem os finais de jogo inglórios, o objetivo da manutenção poderia até já ser um dado adquirido.

No sábado passado, no Estádio Marques da Silva, as comandadas de Paulo Campino fizeram uma exibição muito séria perante o 5º da classificação, Valadares de Gaia FC. A Ovarense até esteve a vencer graças a um grande golo de Betinha, mas acabaria a perder por 2-1 no último suspiro da segunda parte e num lance que gerou muita polémica.

Aos 90’+3, o estádio e o banco da Ovarense pediu uma falta a meio-campo, mas a juíza Sandra Nogueira deixou a bola seguir. Com posse, o Valadares de Gaia rapidamente fez o esférico chegar ao ataque. Aí, descaída para a direita, a recém entrada Sara Pereira encheu-se de fé e atirou para um chapéu inesperado a Lara Sousa.

O que se seguiu foram sentimentos díspares. Se, do lado das visitantes, a explosão de alegria gerou uma autêntica invasão de campo; do outro, a invasão foi bem diferente. Jogadoras, suplentes e equipa técnica da Ovarense cercaram o trio de árbitros e exigiram explicações para aquele que, sugerem, foi um golo precedido de uma irregularidade.

A indignação de pouco serviu – o resultado não sofreu mais alterações. Assim, e mais uma vez, a Ovarense saiu de campo com aquele sabor amargo de quem podia ter conseguido muito mais. E, a julgar pela exibição que protagonizou, essa é uma verdade bem evidente.

De facto, a 11ª jornada de campeonato mostrou uma ADO digna e a discutir o jogo olhos nos olhos contra um dos mais fortes plantéis portugueses. Para além do grande trabalho coletivo, as da casa souberam capitalizar o facto de se ter jogado num terreno empapado pelo mau tempo e tiveram alguns destaques individuais que catapultaram a equipa para outro nível.

Desde logo Betinha, jogadora que não deixa de surpreender mesmo os que já a conhecem. A camisola 10 da Ovarense pisou a zona do meio-campo e, numa função que não é a sua por natureza, não deixou de ser a mais importante no futebol da equipa.

Betinha orquestrou a manobra ofensiva da Ovarense e, acima de tudo, ajudou imenso a defender as investidas do Valadares. Para juntar ao figurino, ao minuto 30, pincelou um livre direto que levou a sua equipa para a liderança da partida.

A capitã até seria substituída depois da hora de jogo, mas a qualidade que deixou em campo só pôde ser igualada por outra das vareiras: Lara Sousa.

A guarda-redes assume-se, jogo a jogo, como uma das peças em maior ascensão no plantel e o destaque vai duas grandes paradas que registou no segundo tempo. Uma a impedir o golo à queima roupa com uma gigante e mancha e outra com um voo muito vistoso e capaz de parar um tiro colocado de fora da área.

Se excluirmos os pontapés de baliza com falta de pedigree para bater para longe, esta terá sido mais uma exibição imaculada da dona da baliza da Ovarense. Sem culpa nos golos sofridos, Lara Sousa esteve perto de se tornar a inimiga pública número 1 do Valadares de Gaia.

Contas feitas, a Ovarense mostra ser cada vez mais uma equipa capacitada para a exigência do principal escalão feminino. É certo que perdeu o jogo, ainda não chegou aos 10 pontos na tabela e fecha a primeira volta com apenas 3 vitórias. No entanto, caso não fossem os pequenos (que no futebol são grandes) pormenores, a equipa poderia já respirar com enorme tranquilidade.

Ainda assim, a não ser que aconteça um descalabro na segunda metade da época, esta é uma Ovarense que caminha para uma natural manutenção. Não surpreenderia, inclusive, que a equipa corrigisse a mão de alguns dos resultados mencionados acima e terminasse a sua primeira experiência na Liga BPI com mais de 20 pontos e, talvez, acima do 10º lugar que ocupa neste momento.

Pedro Silva foi o repórter da Rádio AVfm no Estádio Marques da Silva. Ouça as declarações dos dois técnicos: 

  • AD Ovarense | Paulo Campino:
  • Valadares Gaia FC | André Filipe:

O campeonato só regressa em 2019 e o calendário vai apertar para a Ovarense. A abertura do ano tem reservada uma receção ao Sporting e uma deslocação a Braga. Porém, ainda antes, as alvinegras recebem as minhotas na Taça de Portugal.

Este que é o jogo de cartaz da 3ª eliminatória da prova rainha joga-se no Marques da Silva, no próximo sábado, a partir das 15h00. Espera-se um grande embate.

FICHA DE JOGO | AD Ovarense x Valadares Gaia FC | Liga BPI – 11ª Jornada

AD Ovarense: Lara Sousa, Beatriz Rodrigues, Juliana Silva, Belinha, Mariana Campino, Mariana Almeida, Joana Gomes, Betinha (c), Paulinha, Rute Silva, Catarina Soares
Jogaram ainda: Flávia Marinho, Patrícia Cavadas, Adriana
Suplentes não utilizados: Miriam Ferreira, Jojó, Joana Pinho, Cristiana Rodrigues
Treinador: Paulo Campino

Valadares Gaia FC: Neide Simões, Sara Monteiro, Ivone Calado, Maria Dias, Micas, Raquel Gomes, Leandra Pereira, Rita Cheganças, Cristina Ferreira, Lúcia Alves, Cláudia Lima
Jogaram ainda: Carolina Rocha, Sara Pereira, Rute Sequeira
Suplentes não utilizadas: Catarina Barradas, Fátima Rocha, Bruna Rocha, Olga Freitas
Treinador: André Filipe

Árbitro: Sandra Nogueira

Resultado final: 1-2
Resultado ao intervalo: 1-1

Marcadores: Betinha (30′), Cláudia Lima (45′), Sara Pereira (90’+3)

MVP Rádio AVfm: Lara Sousa (AD Ovarense)
Apesar não ter impedido a derrota, Lara Sousa trouxe segurança entre os postes ao longo de mais de 90 minutos e impediu que o Valadares de Gaia quebrasse o empate no tempo regulamentar da segunda parte. É certo que a guardiã esteve, na maioria das vezes, bem secundada pelo quarteto defensivo da Ovarense mas, pelas defesas que fez, merece o destaque da partida.


Fotos: Pedro Silva
Texto: Pedro Silva
Áudio: Jaime Valente


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