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Esmoriz Ginásio inaugurou museu do clube no dia em que festejou o cinquentenário

Escrito por em 15/10/2017

O dia era aguardado com expetativa há algum tempo ou não fosse um marco irrepetível na história de qualquer instituição. O calendário indicava 14 de outubro, data que, em 2017, significava que o Esmoriz Ginásio Clube passa a ter 50 anos de existência.

Longe vão os dias poeirentos em que, no campo da eira, debaixo de terra batida, o EGC dava os primeiros toques numa bola de voleibol. O que agora é o palacete dos Castanheiros, onde funciona a biblioteca da cidade, foi em 1967 o ponto de partida para uma história de sucessos e muitas conquistas, que culminaram no último sábado com a celebração do cinquentenário.

Fazendo jus à importância do momento, a atual direção do Esmoriz GC organizou um programa específico de comemorações e inaugurações, no qual os sócios, atletas, apoiantes e todos aqueles com um presente e um passado no clube puderam participar.

Início do programa de comemoração do cinquentenário, com o hastear das bandeiras.

As «bodas de ouro» arrancaram logo pela manhã, quando às 9h30 foram hasteadas as bandeiras «da praxe» no exterior do pavilhão – uma delas alusiva em exclusivo ao cinquentenário.  Ao breve instante simbólico seguiu-se outro momento solene, uma missa em homenagem aos dirigentes, colaboradores, treinadores, atletas e sócios do clube já falecidos, conduzida pelo pároco de Esmoriz, Fernando Campos. Entre outros, recordou-se Domingos Cruz, sócio nº 1 e fundador da instituição.

Pouco depois havia a primeira inauguração do dia, um memorial localizado no palacete dos Castanheiros com a função de assinalar em definitivo aquele lugar como um marco na história do Esmoriz Ginásio. Evocando as origens, o pequeno monumento vem reforçar assim a identidade do clube.

Concluído que estava esse reencontro com os primórdios, era perto do meio-dia quando a comitiva do cinquentenário se deslocou até ao pavilhão do EGC, na expetativa de ver o novo museu, a segunda inauguração que estava prevista. Batizado com os nomes de José Romeira e de Américo Ferreira da Silva – outras personalidades que estão na base do desenvolvimento do clube – o museu aumenta a proximidade entre o presente e o passado, colocando as taças e as medalhas mais importantes à vista de todos de uma forma que até aqui nunca fora possível.

O novo museu oferece uma visibilidade privilegiada, até aqui inacessível, aos curiosos que pretendam conhecer a história do Esmoriz GC.

Para o atual presidente da direção, António Silva, essa aproximação acaba por ser especialmente importante para os atletas que hoje pertencem aos quadros do clube, inspirando-os e fazendo-os conviver com o peso da história e os valores do Esmoriz.

António Silva – Presidente do EGC

Em reportagem no local, a AVfm teve oportunidade de entrevistar José Romeira, um dos fundadores, que aproveitou para relembrar  o facto de ter sido na sequência de um conflito com o Sporting Clube de Esmoriz que o EGC haveria de nascer. Sim, porque numa fase anterior à criação do Ginásio, o voleibol começou por ser praticado como uma secção dentro do emblema de futebol da cidade.

Além disso, Romeira recordou momentos de quando tudo começou, pelas suas mãos e as de um grupo de jovens devotado a uma paixão praticada entre redes. A céu aberto se deram os primeiros serviços, manchetes, passes e ataques. Nessa altura no campo do padre Manuel, hoje conhecido como a eira.

José Romeira foi um dos fundadores do clube, tendo sido um grande impulsionador da prática do voleibol em Esmoriz.

José Romeira – Elemento fundador do EGC

Um dos presentes nas cerimónias do cinquentenário e que chegou a jogar na eira era António Sá, atual Presidente da Assembleia Geral do Esmoriz GC. Para ele, meio século depois, e com uma evolução tão grande à vista, o dia foi particularmente emotivo.

António Sá – Presidente da Assembleia Geral do EGC

Jorge Marques, presidente do Esmoriz Ginásio entre 2011 e 2013, realça as vantagens que o museu vem trazer, uma delas o facto de o clube ser um dos poucos no desporto português com títulos de campeão nacional em todos os escalões seniores e de formação, quer masculinos, quer femininos.

Jorge Marques – Antigo Presidente do EGC

 

António Bebiano, presidente da junta de freguesia de Esmoriz, deixou uma mensagem no livro de honra do clube.

Marcaram presenta responsáveis políticos da freguesia e do concelho. António Bebiano, presidente da junta de freguesia de Esmoriz, destacou o voleibol como atividade intrínseca às raízes da cidade, enquanto Salvador Malheiro, presidente da Câmara Municipal de Ovar, salientou a dupla condição em que ali se encontrava: a de edil e a de antigo atleta, uma vez que ele próprio também chegou a jogar no clube.

António Bebiano – Presidente da junta de freguesia de Esmoriz

Salvador Malheiro – Presidente da Câmara Municipal de Ovar

As comemorações prosseguiram com um porto de honra, motivo para um brinde coletivo entre os presentes, em novo sinal de reconhecimento a este meio século de existência.

Com 52 títulos nacionais, o Esmoriz Ginásio Clube tem vindo a afirmar-se como uma escola de valores capaz de formar bons atletas, aliando a formação pessoal ao sucesso desportivo como poucos clubes o conseguiram fazer até aos dias de hoje. Com efeito, não é ao acaso que apelidam a instituição de «universidade do voleibol».

O dia do cinquentenário terminou com um jantar aberto a todos os que contribuíram para escrever as páginas que tornaram possível chegar a este marco.

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Foto: Ricardo Marques
Texto: Ricardo Marques


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