AD Ovarense bate o AC Famalicão em jogo sem grande brilho
Escrito por AVfm em 16/11/2017
No passado domingo, encontraram-se os dois últimos classificados do Capeonato Safina no Marques da Silva; a AD Ovarense e a AC Famalicão, em duas fases de forma particularmente distintas. A AC Famalicão acumulou derrotas atrás de derrotas até à nona jornada e, já com trocas no comando técnico, ainda não parecia ser capaz de conquistar os primeiros pontos. Já a Ovarense vinha numa trajetória ascendente, depois de um início muito turbulento, e queria transpor a barreira da “linha de água” o mais rapidamente possível.
No final, aquilo que os adeptos assistiram foi um jogo típico entre duas equipas do fundo da tabela, desalinhado do actual nível e valor dos alvinegros, que tiveram um resultado bem melhor do que a exibição.
O 2-0 deu a segunda vitória no campeonato para a Ovarense, mas antes de espreitarmos os momentos da partida, vamos primeiro às constituições das equipas…
Artur Marques, técnico dos vareiros, resolveu dar uma pequena “supresa” no seu onze inicial. Alinhou com Samuel Biscaia na baliza; David Rocha, Sampaio, Fábio Pereira e Pedrinho na defesa; Femi, Filipe Lírio e Fred no miolo; e Tigas, Rena e Mário Jardel, jovem estreante e mais recente coqueluche do plantel.
Quanto a Paulo Esgueirão, actual técnico do Famalicão, fez alinhar na sua baliza Júnior; na defesa Moura, Diego, Miguel e Neto; no meio-campo o capitão André, Auê e Mestre, mais adiantado; e à frente Zé Reis, Rodrigo e Rúben, no meio de ambos.
O jogo chegou às bancadas com uma primeira meia hora sem grande estória, onde se destacam apenas o golo de grande penalidade e duas boas oportunidades, uma para cada lado, ao cair do pano para o descanso. Uma primeira hora literalmente enfadonha, com muito querer e pouca progressão de parte a parte, em que se registaram dois cartões amarelos, sintomáticos da grande disputa pelo domínio ao meio campo.
À passagem do minuto 34’, deu-se a falta que originou o primeiro golo da formação vareira. O árbitro principal não teve dúvidas em assinalar o penálti por mão na bola, após um cruzamento de Pedrinho na direita, à entrada da área. Da grande marca, o extremo Tigas, não teve dificuldades em bater o guardião Júnior, que se lançou para o lado contrário do caminho da bola. Estava feito o primeiro golo, vejam bem, no remate inaugural da partida; num lance que deixa dúvidas quanto à irregularidade da posição do braço do defesa forasteiro…
Impulsionado pelo golo, aos 43’, Tigas voltou a fazer das suas junto à lateral esquerda, ao puxar a bola para fora do alcance do opositor, rematando logo dali, cruzado e com efeito. Júnior acabou em apuros ao “socar” a bola, tendo esta ido parar aos pés de um jogador da Ovarense. Este, cruzou e viu Mário Jardel a falhar a bola de cabeça por uns escassos centímetros. O esférico ainda passou rente ao poste direito, mas o perigo havia passado.
Ainda antes do apito para o descanso, precisamente na última jogada, os visitantes finalmente deram sinais de vida, ao cabecear perto do poste esquerdo, após pontapé de canto. Mestre teve uma excelente oportunidade, aparecendo sozinho ao primeiro poste, mas deu demasiado efeito à bola para o segundo…
Ao intervalo, a Ovarense era a justa líder do marcador, contudo, para a qualidade praticada, não seria desajustado um empate antes do descanso.
A segunda parte não trouxe nada de novo ao jogo para além do segundo golo e de ocasiões dispersas, sem grande objectividade. Ainda assim, o Famalicão entrou com vontade de terminar com o “azar” e teve um primeiro aviso, aos 56’, já dentro da área, bastante ao lado da baliza defendida por Samuel Biscaia. Rúben teve tudo para fazer melhor.
Depois de ambas as equipas esgotarem praticamente todas as substituições, Mika, entrou para o lugar de Rodrigo e dispôs da melhor oportunidade de inaugurar a baliza dos alvinegros. Apareceu isolado em diagonal pelo lado direito, todavia não teve engenho para conduzir a bola e rematar dentro da área, vendo Samuel a sair bem de entre os postes, “roubando-lhe” a oportunidade de rematar…
Seria já perto do final, aos 79’, que a Ovarense chegaria à tranquilidade através da “arma secreta”. Falamos de Parreira, saído directamente do banco para o lance, um lançamento do lado direito, que culminou num toque curto perfeito de Mário Jardel para André Félix, a substituir Lírio. Este endereçou a bola rapidamente para o lado direito do ataque até ao seu destinatário final. Já dentro da área, Parreira, fez duas simulações de remate para, na terceira, chutar cruzado, com o esférico a fazer pequenos ressaltos no relvado antes de entrar junto ao poste direito da baliza defendida por Júnior. Ficou a nítida noção de que o guardião não terá visto a bola sair dos pés do atacante…
2-0 e a Ovarense trancava o pássaro na gaiola, limitando-se, desde aí, a controlar as últimas vagas do ataque dos visitantes, que pouco ou nada mais fizeram até ao soar do apito final.
Num jogo em que a qualidade exibicional não foi muita, salva-se novamente a solidez defensiva da AD Ovarense, que tem sido cada vez mais notória, e a eficácia que apareceu para colmatar a falta de inspiração nos processos de interligação das linhas construtoras do ataque.
Com esta vitória, a equipa vareira conseguiu subir à 15ª posição, saindo assim dos lugares de despromoção.
Helder Ferreira foi o repórter da AVfm no local. Ouça as entrevistas aos técnicos:
Jean – Treinador Adjunto da AD Ovarense
Paulo Esgueirão – Treinador AC Famalicão
Por último, uma palavra para a estreia de Mário Ribeiro, mais conhecido por Jardel, que apesar de ainda não ter feito o gosto ao pé com a camisola alvinegra, esteve bem nas tabelas, quer de cabeça, quer com o pé, a fazer a ligação com os seus colegas e a usar bem o seu corpo na protecção da bola.
Na próxima jornada, a ADO desloca-se ao terreno do Vista Alegre, numa reedição do confronto do ano passado na fase dos primeiros, na busca da promoção para o Campeonato Safina.
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