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AD Ovarense limpa a série frente ao Olivais Coimbra e confirma a manutenção

Escrito por em 07/03/2018

À entrada para a 21ª jornada do Campeonato Nacional Feminino de Basquetebol, as meninas da Ovarense tinham regressado com a mala recheada com duas vitórias extraordinárias e conquistadas na raça frente a duas formações açoreanas – entre elas a líder, União Sportiva.

O estado de espírito não podia ser mais positivo e tamanha confiança só se poderia traduzir na convicção de conquistar mais uma vitória na Liga frente a um rival directo como é o Olivais de Coimbra, deixando a discussão de acesso ao playoff para a última jornada do campeonato.

Num jogo liderado, em grande parte, pelas vareiras, as forasteiras ainda chegaram a assustar ao dar a volta para lá do meio do último período. No entanto, as meninas de Jorge Maia mantiveram a concentração, lutaram pela reviravolta e saíram premiadas com mais uma vitória por 59-53, vencendo a série desta época com o Olivais.

Passemos às constituições iniciais das equipas em campo, para em seguida ir ao par-e-passo do jogo…

Jorge Maia, treinador anfitrião, apostou na solidez de um cinco inicial já bem rodado com Ana e Gabriela Raimundo, Sofia Pinheiro, Mikaela Shaw e Alison Bouman.

Por seu turno, José Araújo trouxe de Coimbra um cinco inicial composto por Tainá Paixão, Raquel Alves, Joana Rochete, Vânia Sengo e Christin Mercer.

Num primeiro período bastante ofensivo, com as defesas a terem bastantes dificuldades em cobrir os espaços e conter os lançamentos adversários, foi a Ovarense a entrar mais forte.

Com dois triplos bem madrugadores, de Sofia Pinheiro e Alison Bouman, as vareiras começaram logo por ditar o ritmo do período. Todavia, as visitantes, apoiadas no forte jogo interior de Sengo e Mercer, nunca permitiram que a equipa da casa descolasse no marcador. O resultado disso foi um parcial de 24-20 no 1º período, favorável à ADO.

No segundo período, o rumo do jogo alterou drasticamente. Depois de um primeiro bem agradável para quem assistia nas bancadas, a qualidade do basquetebol decresceu bastante.

Com as defesas bem mais agressivas e subindo claramente a intensidade, as atletas de ambas equipas começaram por sentir-se incomodadas com a falta de espaço e optaram, muitas das vezes, por lançamento descompensados e penetrações individuais condenadas ao insucesso. Toda esta dificuldade culminaria no pior período do jogo, que deu um parcial de 8-10, e levou o resultado de 32-30 para o descanso.

Ao intervalo, os dois triplos conquistados inicialmente, a perfeição da linha de lance-livre (8 em 8), os 6 roubos de bola e os turnovers em menor número (5 contra 10) eram os indicadores importantes para a liderança vareira. Já as coimbrãs demonstravam bem qual o propósito do seu jogo, com a eficácia do seu jogo interior em 60% (12 em 20) e a vantagem no número de ressaltos (21 contra 16) a equilibrarem o resultado até então.

No segundo tempo, apesar da motivação vir redobrada dos balneários, pouco se alterou em relação ao que tinha sido a estória do segundo período. As equipas mantiveram a baixa eficácia, muito por culpa da agressividade defensiva que apresentaram e também por culpa de alguma precipitação de parte a parte na altura de finalizar as movimentações.

Ainda assim, o terceiro período viria a revelar-se mais conseguido, cifrando um parcial de 15 igual, o que revelou grande equilíbrio entre as formações.

O quarto e último período, contudo, não seria parco em emoções fortes. Depois de um pequeno ampliar da vantagem pelas atletas vareiras, o Olivais começou a fazer estragos com a dupla Tainá e Mercer, que exploraram bem as movimentações de penetração para a área restritiva e, pelo meio, conquistaram algumas faltas que as colocaram na linha de lance-livre para faturar mais alguns pontos.

Com pouco mais de 4 minutos para o final da partida, as visitantes conseguiram mesmo passar para a frente do marcador, criando consternação no público presente na Arena Dolce Vita. Foi então que, mais do que nunca, apareceu Gabriela Raimundo a liderar a reviravolta, conquistada também pelo acréscimo de intensidade defensiva que provocou alguns turnovers cruciais para a vitória final.

No final, a conquista de mais uma vitória deu o «passaporte» para a manutenção na Liga Feminina e posicionou a Ovarense na discussão pelo acesso aos playoffs, à entrada para a última jornada.

Helder Ferreira foi o repórter da Rádio AVfm no local. Ouça as declarações dos técnicos:

  • Declarações AD Ovarense | Jorge Maia:

 

  • Declarações Olivais FC | João Araújo:

 

Os 20 turnovers (e que deram origem a 20 pontos), os 5 triplos (contra apenas um) e os 12 roubos de bola da equipa de Jorge Maia foram decisivos para o desenlace final. A Ovarense apenas pecou pelos 39 ressaltos que concedeu ao Olivais de Coimbra.

No capítulo individual, o claro destaque vai para Gabriela Raimundo (23 pontos, 4 assistências e 4 roubos de bola), bem coadjuvada por Sofia Pinheiro (14 pontos com 3 triplos e 3 ressaltos). Já do lado das opositoras, a americana Christin Mercer (21 pontos, 11 ressaltos e 2 ressaltos), quer a brasileira Tainá Paixão (20 pontos e 8 ressaltos) bem tentaram «remar contra a maré».

Na próxima semana joga-se e última jornada da Fase Regular. A AD Ovarense recebe, em casa, o CAB Madeira, 5ª classificado, e tentará saltar pelo menos mais um lugar na tabela e entrar na fase dos playoffs.

 


Fotos: Helder Ferreira 
Texto: Helder Ferreira
Áudio: Jaime Valente


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