O terceiro dia da 4ª. edição do Festival Literário de Ovar (FLO) arrancou com o sol bem alto. A mesa 3 foi moderada por Carlos Nuno Granja, tendo como convidados Manuela Leitão e Miguel Borges. O imaginário da literatura infantil foi debatido, entre o processo criativo e obedecer ao gosto dos leitores. A conversa foi bastante participada pelo público presente. Os autores falaram dos seus livros, da importância da ilustração e da literatura infantil como mote inicial para a literacia. A importância da leitura entre os mais pequenos assume contornos emergentes que deve envolver toda a sociedade..
. No final, houve lugar a sessão de contos para miúdos e graúdos. Um bom início para o terceiro dia do FLO! .
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A mesa 4 teve Marcelo Teixeira como moderador e o escritor Fernando Pinto do Amaral e a editora da CotoviaFernanda Mira Barros como oradores convidados. A conjugação de interesses criativos foi uma base aberta para a discussão. O interesse de quem escreve e o interesse de quem publica define o rumo de um livro, mas a importância da linguagem e a interpretação dos temas, é o filtro que dá origem à sua existência. Uma conversa amplamente agitada pela discussão saudável dos conceitos. A palavra e o discurso são a essência de um livro, quando tudo depende da interpretação do leitor para que o livro se assuma no seu nascimento.
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A mesa 5 foi moderada por Isabel Nery e teve a escritora Manuela Gonzaga como convidada. O mote da conversa esteve na vida vivida e na vida imaginada, e no paralelismo dessas duas condições. A autora foi discorrendo as suas ideias, da construção das suas narrativas e do seu processo de escrita.
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A ilustradora Anabela Dias realizou uma oficina de ilustração para miúdos e graúdos, de forma descontraída e divertida, onde a conjugação de técnicas satisfez as expetativas dos participantes e a curiosidade pelas diversas técnicas e pela concretização de expressões diferenciadas.
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A mesa 6 teve os escritores João Rios e Joel Neto em saudável discussão de ideias, moderada por João Morales. Esta viagem debatida levou o público à reflexão sobre a função da literatura nos tempos que correm. A literatura deve servir as interrogações da época e de tentar procurar as respostas, sendo participativa na edificação social. Os dois convidados percorreram as ideias do movimento literário, os avanços e recuos, a questão etérea de uma caminhada sem destino e desconhecida.
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A mesa 7 arrancou a todo o ritmo sobre o desassossego da literatura, sob a moderação de Cristina Marques, com os escritores André Domingues, João Paulo Sousa e José Gardeazabal. As práticas de escrita e o isolamento das mesmas que afasta o mundo. O lado do criador precisa do seu espaço, do seu sustento económico e da sua independência. É importante que a autonomia da literatura seja produzida, que permita ao leitor um confronto que os torne diferentes. O debate avançou à volta dos diversos argumentos da transformação e da essência da literatura. Uma mesa com uma excelente assistência, que consolidou o FLO na sua existência, em grande nível.
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Clara Haddad fechou o terceiro dia do FLO4 em perfeita sintonia com as histórias contadas, perseguindo o imaginário dos valores e da moral. O silêncio e a atenção do público serviram de retribuição para a excelência da contadora de histórias que, numa cadência de palavras, compôs um espetáculo cheio de energia e de simbiose. ..