CS Madeira impõe nova derrota às seniores femininas do Esmoriz GC
Written by AVfm on 13/11/2017
Dias difíceis para as seniores femininas do Esmoriz GC. À partida para a 6ª jornada da II Divisão – Série B, a equipa de Leonel Gomes somava apenas uma vitória na prova e ocupava o 6º e penúltimo lugar da tabela classificativa. Para ultrapassar o momento menos fulgurante, as esmorizenses procuravam, no seu reduto e perante o CS Madeira, regressar aos triunfos e aos pontos. No entanto, as insulares provaram ser um osso demasiado duro de roer e saíram da Barrinha com uma vitória tranquila, um reforço do seu 2º posto na classificação e o objetivo de chegar à Série dos Primeiros cada vez mais próximo.
De facto, o resultado de 1-3 (20-25; 26-24; 12-25; 20-25) não deixa margem para grandes dúvidas. Apesar de um bem vestido Pavilhão Domingos Cruz que ajudou a acicatar o voleibol esmorizense, a exibição das da casa foi extremamente intermitente, com muitos altos e baixos e erros que foram quase sempre aproveitados por uma mais apetrechada equipa adversária. Salvou-se o 2º set, altura em que o Esmoriz GC mostrou a sua melhor cara e colocou em campo um voleibol que ainda ameaçou mexer com o encontro e que pode catapultar a equipa para índices de confiança que lhe tragam melhores dias.
O CS Madeira até parecia estar a gerir a contenda. Jogando numa velocidade de cruzeiro, a azuis e brancas venceram o primeiro parcial sem grandes problemas e iam pelo mesmo caminho no segundo. No entanto, numa altura em que o marcador assinalava um 24-19 a favor das funchalenses, a aparente formalidade de fechar as contas e deixar o Esmoriz num virtual knock out tornou-se um autêntico caso bicudo. Com o set por um fio, a juventude do EGC agigantou-se e, com Francisca Silva ao serviço, a equipa protagonizou a remontada da tarde e não claudicou quando a margem de erro era nula.
Devagar devagarinho, as bolas começaram a entrar. Silva empurrava o Madeira para trás com um serviço agressivo mas controlado. Já a parelha Inês Pimpão e Cláudia Silva formou um intransponível muro de quatro braços no bloco e limpou as ofensivas da atacante contrária. Para além disso, Pimpão foi ainda uma grande arma no remate. Pelo centro ou pela oposto, Matilde Moura, o Esmoriz foi fechando contra-ataques sob a batuta da distribuição de Ana Vieira. Lá atrás, Ana Gomes arrumava a casa e, gerindo a atitude defensiva da equipa, certificava-se que nenhuma bola caía do seu lado. 6 jogadoras num autêntico grito de raiva, primeiro na aproximação e depois na ultrapassagem. 26-24, o Esmoriz GC empatava o jogo e estava de novo na discussão.
Do lado de fora, as mais experientes do plantel esmorizense assistiam ao espetáculo das colegas dentro de campo. Essa mesma experiência que se esperava talismã para o EGC deste ano não vem sendo capaz de assumir a responsabilidade de liderar um plantel em que algumas das atletas não têm sequer idade para tirar a carta de condução. Mesmo assim, este Ferrari voleibolístico (ou, passando o exagero, qualquer outro bólide de cilindrada inferior) tem sido guiado por miúdas que, a espaços, provam ter estofo para levantar um pavilhão. Mas «a espaços» não é suficiente e a tenra idade também traz o reverso da medalha: o Esmoriz vai do 80 ao 8 num ápice.
O 3º set foi um autêntico descalabro para as da casa. Num corrupio de erros infantis, a equipa entrou a perder por 9-1 e à medida que o marcador avançava, a confiança do CSM subia e a do EGC caía por terra. 25-12 foi o resultado de um parcial em que, num quarto de hora, as madeirenses mostraram autoridade e tomaram novamente a dianteira do marcador.
O Esmoriz GC ainda regressaria para o campo à procura da surpresa. Correndo sempre atrás, ainda se vislumbrou um deja vu do final do 2º set. Francisca Silva foi novamente para o serviço e encetou outra sequência milagrosa. Mas já não foi a tempo de salvar a sua equipa que, já com Filipa Sá e Ana Raquel em jogo, regressou à estaca zero e falhou algumas iniciativas cruciais. O Madeira elevou o seu nível no período final e esticou-se até um 25-20 que fechou a partida num 3-1 a seu favor.
Não foi desta vez, portanto, que o Esmoriz GC fugiu ao rumo das derrotas. Quase a fechar a primeira volta, a equipa tem ainda um teste contra o CN Ginástica antes de abordar a segunda fase do calendário. As lisboetas são um equipa do «mesmo campeonato» do Esmoriz e, por isso, esta pode ser a oportunidade perfeita para que Leonel Gomes e suas pupilas consigam o tão desejado triunfo.
Pedro Silva foi o repórter da AVfm no local. Ouça as entrevistas aos técnicos:
Leonel Gomes – Treinador do Esmoriz GC
Vagner Aragão – Treinador do SC Madeira
Trabalhar sobre maus resultados não é tão fácil e nota-se um Esmoriz GC em défice de confiança. Mas estas terão de ser as semanas do tudo ou nada. É possível ganhar e espera-se isso mesmo no dia 26, no jogo do campeonato. Ou, quem sabe, já no próximo domingo, quando o Esmoriz encontrar o FC Infesta na 2ª eliminatória da Taça de Portugal.