Drama «O Silêncio das Horas» abriu o XVIII Festival de Teatro de Esmoriz
Escrito por AVfm em 16/10/2017
A vida de uma companhia de teatro constitui-se, não raras vezes, por uma rotina itinerante de espetáculos em zonas dispersas, distanciadas por vários quilómetros. Que o diga o Grupo de Teatro Renascer, habituado a percorrer o país de lés a lés, levando o teatro amador de Esmoriz de norte a sul de Portugal.
Ora, é a partir desse convites que surgem contactos e se estabelecem relações dentro do meio com outras companhias nacionais. E assim se lançam as bases para uma relação de intercâmbio e partilha entre os vários grupos, de modo a que, se uns forem aos eventos de outros, seja possível a realização de festivais de teatro consolidados, com um bom cartaz e uma longevidade assinalável.
É esta premissa que tem sustentado, também, o Festival de Teatro de Esmoriz. Depois do périplo de espetáculos durante o ano, o Renascer «cobra» agora a sua parte e realiza a 18ª edição de um certame que tem crescido visivelmente.
Em 2017, o festival dura sete fins-de-semana (de 14 de outubro a 25 de novembro) e, preocupado em manter um cartaz diversificado do qual não escapam o drama, a comédia, a revista à portuguesa e o teatro infantil, traz ao palco companhias de Vila do Conde, Sardoal, Porto, Abrantes, Pinhal Novo e Santa Maria da Feira.
Sofia Alves e João de Carvalho figuram igualmente no cartaz com a peça «Porta com Porta», num dia que terá a presença especial de Ruy de Carvalho. Chamada a representar está também Florbela Queiroz com a peça de revista intitulada «Ol(h)á Florbela».
Contudo, quem abriu pela primeira vez as cortinas do festival foi Vera Gomes, vice-presidente do Grupo de Teatro Renascer, que, aos 22 anos, apresentou o drama «O Silêncio das Horas», encenado por si e onde também figura como atriz.
Aliás, a peça, que começou perto das 22h, contou apenas com três atrizes em palco. A fazer companhia a Vera Gomes estiveram Rita Marinheiro, de 16 anos, e Ana Carolina Reis, de 18. O trio interpretou a mesma personagem, uma amante que expunha a sua mágoa, mas cada uma ficando responsável, ao longo das cenas, em retratar determinada fase emocional vivida por ela.
Em entrevista à AVfm, Vera Gomes explicou como decorreu o processo de encenação antes da estreia e contou como a sua relação ao Renascer se começou a formar ainda antes de ter nascido.
Vera Gomes – Atriz do Grupo de Teatro Renascer e encenadora de «O Silêncio das Horas».
Este ano o padrinho do festival foi Heitor Lourenço, que sucedeu nesse papel a Vítor Norte.
O ator falou a AVfm sobre a importância da realização de festivais de teatro fora dos grandes centros urbanos do país e mostrou-se satisfeito por estar presente no festival de Esmoriz.
Heitor Lourenço – Padrinho do XVIII Festival de Teatro de Esmoriz
Para João Gomes, presidente do Renascer, ter um padrinho no festival é sobretudo uma forma de prestar tributo àqueles que o grupo considera serem bons exemplos e uma fonte de aprendizagem.
João Gomes – Presidente do Grupo de Teatro Renascer
A cerimónia formal de abertura do XVIII Festival de Teatro de Esmoriz decorreu a seguir à peça e após um breve intervalo.
Em noite de estreias, o Renascer aproveitou o embalo para batizar a maquilhadora Jéssica Beatriz Pereira e o colaborador Emanuel Bandeira, dois elementos que integraram recentemente o grupo. No final ainda houve tempo para um breve concerto, que ficou a cargo da banda «Os Alfredo», composta por Ana Carolina Reis, Inês Reis, Rui Pedro Tavares e Ricardo Marinheiro.
Desde o primeiro minuto que o festival começou a imprimir o habitual ciclo dinâmico de atividades e, por isso, este domingo os Arc Avelada de Vila do Conde apresentaram às 16h a peça épica «Leandro, Rei da Helíria», encenada por Marinela e Manuel Freitas.
Confira a programação completa do festival: aqui.
Veja ainda a fotogaleria do dia da abertura: