Eficácia contra quantidade: Estarreja B vence Válega na sua única oportunidade em todo o jogo
Written by AVfm on 29/03/2018
O CCR Válega deslocou-se, no passado fim-de-semana, a Estarreja com um objectivo bem presente na mente: terminar a época com 30 pontos conquistados. A eventualidade de se aproximar do 10º lugar, que pertencia precisamente ao Estarreja B, era também um objetivo da equipa de Paulo Gomes.
O dérbi da 19ª jornada (entre formações praticamente vizinhas) tinha tudo para trazer emoção ao Complexo Desportivo do Estarreja. No entanto, não fossem alguns momentos de inspiração que ocorreram fugazmente na segunda parte, a partida estaria condenada ao marasmo das disputas de bola a meio campo e à pouca qualidade no tratamento do esférico.
O Válega, que mais vezes esteve perto da felicidade, acabou mesmo por ser derrotado pela eficácia no aproveitamento de uma rara desatenção defensiva da sua equipa. Os esterrejenses, com muita posse mas pouca objectividade, venceram a partida por 1-0 e distanciaram-se ainda mais do CCRV.
Comecemos então por conhecer os 11 iniciais, antes das incidências da partida…
Paulo Gomes, técnico do Válega, fez algumas alterações no seu onze habitual e decidiu alinhar em campo com Couteiro na baliza; Nuno, Pedro Santos, João e Brandão no eixo defensivo; Gabi, Fábio e Fábio Lopes no miolo; e Pedro Simeão, Sérgio e Pedro Azevedo, no centro, como o trio de atacantes.
Já Paulo Melo, timoneiro da equipa B do Estarreja, dado o facto de ter poucos elementos disponíveis para este jogo, e muito deles ainda com idade de juniores, actuou com Tomás na baliza; Cláudio Caneca, Tomás Martins, Mentol e Filipe na defesa; Moura, Chico Padinha e Kaparica, que alternava algumas vezes para as alas, no meio campo; e Pedro Afonso, Nuno Ramos e João Vítor, como referência de área, no ataque.
A primeira parte foi jogada com muito calculismo de parte a parte. Abordada de uma forma intensa no capítulo físico, sobrou pouco brilhantismo e as oportunidades acabaram por escassear.
Pedro Azevedo ainda tentou agitar a monotonia, aos 39′, com um remate em rotação após cruzamento de Brandão na esquerda e que, com pouca força imprimida ao esférico, acabou por ser parado facilmente por Tomás.
Soava o apito para o intervalo e ficava a sensação que algo mais teria de ser feito no segundo tempo para «quebrar o gelo» que a primeira parte tinha tido.
Foi com este pensamento em mente que Paulo Gomes lançou Danin na segunda parte, para procurar os espaços nas costas da defesa dos anfitriões.
E começou por surtir efeito quando, aos 60′, Danin enviou a bola ao ferro da trave da baliza do Estarreja B. O extremo aparece nas costas da defesa adversária, pela direita da área, e tentou um primeiro remate que esbarrou nas pernas do defensor. Na insistência, e depois de uma rotação sobre o opositor, rematou cruzado em arco à trave da baliza defendida por Tomás. O Válega esteve do golo.
Pena foi o facto de o próprio Danin, numa arrancada seguinte, ter sido obrigado a sair por lesão contraída na sua coxa esquerda.
Mal o Válega tinha tido a oportunidade de capitalizar o golo desperdiçado e galvanizar-se em busca da vantagem e o Estarreja B já chegava ao único golo da partida, 2 minutos após o lance de Danin.
De uma falta na esquerda, nasceu um livre executado rapidamente e que deu origem a um corte pela lateral e que originou uma arremesso executado rapidamente. A partir daí, surgiu um cruzamento pingado para a área e que seria fatal para os forasteiros. No meio da várias falhas, apareceu Kaparica a desfeitear o guardião Couteiro que mal queria acreditar na forma como o Estarreja B tinha chegado à vantagem.
Já com duas substituições em campo e a desvantagem no marcador, os valeguenses viram-se obrigados a colocar em campo o experiente Carlos Alberto numa posição bem perto da frente de ataque – como já tinham experimentado em situações de desvantagem anteriores.
A ter de pressionar o Estarreja B, os valeguenses ainda iriam ter duas boas oportunidades para igualar o encontro.
Primeiro, aos 84′, com o jogo um pouco quebrado entre linhas, desperdiçaram um contra-ataque de quatro para dois quando, já dentro da área, o último passe para Pedro Azevedo foi interceptado in extremis pelo central, mesmo antes do avançado conseguir rematar.
Depois, aos 86′, o mesmo Pedro Azevedo teria nos pés nova oportunidade ao rematar por cima da trave da baliza defendida por Tomás após cruzamento rasteiro. Aliás, Azevedo era mesmo o jogador mais inconformado entre os visitantes mas estava em dia de pouca pontaria.
O jogo terminou pouco depois e os estarrejenses saíram com os 3 pontos no bolso apesar de terem chegado ao golo na única oportunidade que dispuseram em todo o encontro, independentemente do futebol mais rendilhado.
Por último, há a apontar o trabalho do trio de arbitragem que, apesar não ter cometido graves erros, condicionou a partida a favor da equipa da casa com as constantes paragens no jogo para assinalar irregularidades nem sempre bem admoestadas do CCR Válega.
Helder Ferreira foi o repórter da Rádio AVfm no local. Ouça as declarações dos técnicos:
- Declarações CD Estarreja B | Ivan Venâncio:
- Declarações CCR Válega | Paulo Gomes:
O Válega terá uma tarefa mais difícil para conquistar os 30 pontos agora que faltam apenas 5 jornadas para o final (estão a 12 pontos de o conseguir) e mesmo que, na próxima jornada, recebam o Roucas do Vouga, último classificado. Aí procurarão já somar mais 3 pontos para essa causa.