Hecatombe provocada pelo Lusitânia FC no Marques da Silva adensa crise da AD Ovarense
Escrito por AVfm em 03/10/2017
Ainda não foi desta que chegou a hora da Ovarense. No regresso ao Estádio Marques da Silva após o descalabro da semana passada em Santa Maria de Lamas, os vareiros procuravam redimir-se num teoricamente complicado confronto perante o Lusitânia de Lourosa. A equipa de António Caetano tem um dos orçamentos mais avultados do Campeonato Safina, uma das formações mais apetrechadas e começou a época com duas vitórias que correspondem às expetativas dos adeptos. Por isso, a tarefa da ADO era hercúlea e, na verdade, este foi mais um jogo de pesadelo com um resultado final de 6-1 a favor dos visitantes e que gelou as bancadas do reduto alvinegro.
Artur Marques protagonizou quatro mudanças no seu onze, duas delas na defesa (o setor que mais claudicou contra o Lamas): Daniel Cruz voltou a assumir as rédeas da baliza; Pedrinho estreou-se na lateral direita, Cocas fechou à esquerda e Jonas teve a companhia do atleta sensação da equipa B, Dayo Femi, no centro; o meio-campo voltou a ter o trio Diogo Russo, João Paulo e Fred; já o ataque contou com o poder de choque de Alemão e Bruno Afonso, alicerçados pelo tecnicismo de Tigas.
Se havia um plano inicial para enfrentar o Lusitânia, toda a estratégia da Ovarense cairia por terra em pouco mais de 10 minutos de partida. Os atletas da casa apareceram bloqueados e aproveitou o Lourosa para, com pressão muitíssimo alta, arrumar a questão com 2 golos sem resposta.
Aos 2’, um livre lateral cobrado por Edu Silva ia tornar-se o primeiro balde de água fria no jogo. A bola foi cruzada para a confusão mas passou por toda a gente, incluindo Dani Cruz, e só parou no fundo das redes. Já aos 11’, o outro Edu da equipa, Edu Marques, lançado num passe de rutura por entre Femi e Jonas, aplicou um chapéu perfeito e festejou mais um para os forasteiros.
A bola queimava nos pés dos jogadores da Ovarense e eram muito tímidas as tentativas de reação aos golos encaixados. Municiando as ofensivas, Fred foi talvez o mais clarividente entre os alvinegros, mas sozinho era incapaz de ultrapassar os adversários. Por seu turno, a defesa da ADO suava para parar Leo, Dibola e Koneh (lembram-se dele com a camisola do SC Esmoriz?) e nem com Russo no apoio e os laterais em marcação direta aos alas contrários as coisas pareciam mais seguras.
O «show» de um homem só de Koneh teve início ao passar da meia hora de jogo. Assistido por Leo num cruzamento vindo da direita, o camaronês cabeceou com classe – mas sem oposição – e não deu hipótese a Dani. 3-0, e a Ovarense via a sua vida a andar para trás.
Koneh estava endiabrado e só à falta Pedrinho conseguia parar a sua magia. Avançando pela esquerda, o 99 do Lusitânia ganhou uma falta junto à linha da grande área. Assumindo a cobrança, não havia barreira nem guarda-redes que parassem o míssil do extremo. Um livre irrepreensível e o 4-0 aos 39 minutos.
Até ao intervalo, a dupla Koneh e Dibola alcançaria ainda a mão cheia de golos, com um penálti ganho pelo primeiro e convertido pelo segundo. A Ovarense parecia uma sombra, o Marques da Silva silenciava a cada machadada e a festa e o ruído vestiam de amarelo e negro.
O máximo que a Ovarense conseguiu fazer foi mesmo ameaçar. Corria o minuto 43 quando finalmente esboçou uma ocasião e agitou a hecatombe: Cocas tabelou com Fred e atirou com tudo com o seu pé direito. O tiro espontâneo com o pior pé do lateral saiu a centímetros da trave. Era um golaço…
A Ovarense desesperava pela descanso e foi mesmo a última das três equipas a regressar para a etapa complementar. De orelhas quentes, a ADO sentiu o descontentamento de Artur Marques e fez 45 minutos pela honra vareira. Filipe Lírio rendeu o apagado Alemão e agitou o ataque. André Félix também entrou, substituindo Russo, e fez muito melhor do que o médio defensivo titular.
A Ovarense tinha outra toada, era mais agressiva. O transporte de bola começava a ser mais assertivo e o jogo fluía por Tigas, Lírio e Fred até chegar a Bruno Afonso. O golo apareceria com naturalidade, aos 51’, mas curiosamente fruto de uma infelicidade dos visitantes.
Ajudando nas tarefas defensivas, o ponta-de-lança Dibola desceu para um canto da Ovarense. Filipe Lírio bateu na esquerda, Dibola antecipou-se a tudo e todos mas fez o corte para onde não devia, o fundo da sua própria baliza. 5-1, a Ovarense inscrevia o seu nome no placard.
Mas quem tem Koneh arrisca-se a ser demolidor e o africano iria fazer mais uma cavalgada até ao seu hat-trick e à meia dúzia do Lourosa. Desta feita, o culpado foi mesmo Femi, que entregou o esférico de bandeja ao adversário. Agradecendo o presente, Koneh ligou o turbo, foi por ali fora, contornou o guardião Dani Cruz como se nada fosse e entrou pela baliza dentro.
Consumada a chapa 6 e adensada a humilhação da Ovarense, o jogo foi perdendo interesse e as equipas conformaram-se com o resultado. A Ovarense ainda lançou Zé Pedro para o lugar de Tigas, mas o extremo não trouxe grandes argumentos para dentro das quatro linhas.
O pacto de não agressão entre as duas formações podia, no entanto, ter sido quebrado. Mesmo tendo registado a saída de Koneh com problemas físicos, o Lusitânia viu em Dibola o seu foco atacante nos últimos 20 minutos do encontro. Fazendo jus ao nome, o dorsal 98 mostrou ser efetivamente bom «dibola» e só pecou de forma clamorosa na finalização. Podia ter marcado por duas vezes. Do lado da Ovarense, Lírio não fechou a partida sem testar Marco, até aí sem qualquer trabalho. O guarda-redes protagonizou uma defesa por instinto após remate na grande área.
Nem os 5 minutos de compensação dados pelo árbitro, Tiago Santos, chegaram para que o golo aparecesse de novo. O 6-1 fixava-se e o Marques da Silva despedia-se de uma das tardes mais tristes dos últimos anos.
Ouça as declarações dos técnicos ao repórter da AVfm no jogo, Pedro Silva:
Artur Marques – Treinador da Ovarense
António Caetano – Treinador do Lusitânia FC
No espaço de apenas seis dias, a Ovarense sofreu 11 golos. A outrora coesa equipa vareira e que tão bem anulou o S. João de Ver no arranque do Campeonato Safina é hoje em dia uma autêntica manta de retalhos onde reina a instabilidade.
Agora, é hora de ver as tropas reunidas e é precisamente isso que pedem os adeptos, tanto nas bancadas como nas redes sociais. É preciso relembrar o arranque menos positivo da Ovarense na época passada. Arranque esse que culminou com o título incontestado na antiga segunda divisão distrital. Por isso, para os menos crentes, este começo de época em falso pode ser apenas uma evitável – mas sempre chata – pedra no sapato.
Olhando à exigência e ao que falta cumprir num campeonato deste calibre e ao calendário pouco amistoso que a Ovarense enfrentou em setembro, a crise pode ainda ser remediada e o objetivo da manutenção segura tem tudo para ser uma realidade.
No entanto, a frase «o futebol é momento», esse chavão feito mas não menos correto, está seguramente em voga por terras de Ovar. E, de momento, o facto de que a Ovarense é cada vez mais lanterna vermelha é uma dura realidade. Será que é para a semana que a situação muda?
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Joana Em 03/10/2017 em 13:02
É uma autêntica vergonha ainda deixarem a mesma personagem (que não tem outro nome) relatar o jogo, quando em vez de falar dos erros da equipa APENAS… só a “enterra”.
2 jogos, 2 vezes a calcar a Ovarense forte e feio.
Esse senhor nem merecia a profissão que tem e isso consta-se na minha opinião e na opinião de muitas pessoas que estavam no momento a ouvir o relato.
E de facto vergonhoso e lamentável.
“Adensada humilhação”?
Humilhação e aquilo que vocês fazem com os jogadores e toda a família Ovarense meus senhores.
São vocês e a vossa forma de falar que humilha a equipa.
Por fim, não é como começa, é como acaba.
OVARENSE 💪🏻