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Ovarense DV entra ao sprint mas acaba derrotada na maratona do FC Porto

Escrito por em 04/12/2017

A Ovarense Dolce Vita, sobretudo desde a entrada de Jermel Kennedy, vinha ganhando tracção e engrenando velocidades acima do início tímido no campeonato nacional. Foi isso mesmo que quis demonstrar ao entrar de rompante no encontro no seu reduto.

Na noite da véspera do feriado, a formação vareira queria confirmar a boa subida de forma, mas acabou por se esquecer que o jogo decorre durante 40 minutos e não apenas 17, quando até essa fase ainda colocou alguma indefinição no resultado, para depois a estória ser diferente…

O resultado final seria um expressivo 68 x 88, mas vamos conhecer as constituições primeiro…

Os portistas vinham de duas derrotas consecutivas e apresentavam um record modesto (3 vitórias e 4 derrotas, no 8º lugar). Moncho Lopez queria inverter a tendência com um 5 inicial praticamente sem portugueses. Iniciou com Pedro Bastos, Marcus Gilbert, William Sheehey, William Hanley e Sasa Boronvjak.

Já Nuno Manarte, técnico vareiro, estava ligeiramente abaixo na tabela (9º lugar, com 2 vitórias e 6 derrotas). Queria, finalmente, materializar o crescendo de forma numa vitória, ao apostar no 5 inicial composto por William Perry, Kyle Anderson, João Grosso, Jermel Kennedy e Cristóvão Cordeiro.

Na primeira metade, os ovarenses ainda mostraram capacidade para discutir taco a taco com os visitantes. Entraram, concentrados a jogar confiantes no interior… quando não lançavam de dentro, a bola circulava para fora e o tiro exterior estava a conseguir encontrar o fundo das redes do cesto. Os alvinegros chegaram a entrar logo com um bom parcial de 11 x 5, a obrigar Moncho Lopez a um desconto técnico bem cedo na partida!

No entanto, os «dragões» saíram desse desconto com a chama bem acesa e, apoiados no seu jogo interior, que muito passou por Sasa, conseguiram recuperar terreno. Passaram posteriormente para a dianteira do resultado e terminaram o 1º período com a boa vantagem de 16 x 22.

No início do segundo período, os forasteiros ainda ameaçaram descolar no marcador, mas a Ovarense recompôs-se e foi em busca de virar o resultado. Com uma defensiva que apertou as movimentações e gerou alguns turnovers do adversário, juntamente com um ataque que rodou bem a bola por forma a libertar eficazmente os atiradores, melhorou a eficácia e conseguiu uma pequena «corrida», passando mesmo para a frente do marcador com 32 pontos, obrigando ao desconto da outra parte.

Acabaria esse desconto por ter um peso que pouca gente calcularia à altura, transformando-se no pesadelo dos vareiros. O Porto saiu determinado, começou a pressionar a todo o campo e carregou no seu jogo interior. Esteve ali a melhor fase do plantel nortenho, dando início a 16 pontos consecutivos, contabilizados em parte no terceiro período.

Ao descanso, o Porto levava já uma boa margem ao vencer por 32 x 40 sobre os anfitriões. A superior eficácia (53,8% contra 41,7% da Ovarense), o melhor jogo nas tabelas (17 ressaltos ganhos contra 9) e sobretudo o maior número de pontos na zona restritiva (20 pontos contra apenas 8) eram a perfeita razão da vantagem da equipa portista; apesar de um excelente índice no lançamento exterior para a ODV (60% convertidos).

Sasa Boronvjak estava claramente em destaque quando já somava 13 pontos e 5 ressaltos (3 deles ofensivos) aliados ao perfeito acerto a lançar (6 em 6 nos lançamentos).

No segundo tempo, tudo piorou para os da casa. O Porto continuou forte a pressionar a toda largura do terreno e a forçar as penetrações para baixo do cesto, lançando em drives ao cesto ou então entregando em bandeja para os seus postes concretizarem. O ritmo veio afinado do intervalo e mantiveram a pressão forte sobre a Ovarense ao longo de todo o segundo tempo, chegando o resultado mesmo a ultrapassar a barreira dos 20 pontos em algumas ocasiões…

A Ovarense DV em algumas situações ainda esboçou uma hipotética reacção, sobretudo quando conseguiu marcar 8 pontos sem resposta para reduzir para 13 pontos de diferença (44 x 57). Contudo, o Porto nunca se sentiu verdadeiramente ameaçado, mantendo sempre uma boa compostura e gerindo bem os momentos do jogo até finalizar a partida pelo parcial de 68 x 88.

Na soma de tudo isso, as estatísticas era um reflexo da superioridade dos nortenhos. Quando uma equipa termina com uma eficácia de 60,4% (contra apenas 38,8% dos ovarenses), uma vantagem de 13 ressaltos sobre o adversário, um diferencial de 16-7 em pontos a partir do banco e metade dos pontos concretizados bem perto do cesto, dentro da área restritiva, pouco há a dizer que lance dúvida na justiça da vitória alcançada.

Os únicos campos em que os vareiros conseguiram uma real vantagem foram mesmo nos 9 triplos convertidos (contra 6) com uma eficácia de 45%, e nos 12 pontos (contra 6) em contra-ataque rápido.

Sasa acabaria mesmo por ser o homem do encontro para o lado do Porto, ao finalizar o encontro com 24 pontos e 8 ressaltos, com 91,7% de eficácia (11 em 12), bem secundado por William Sheehey (22 pontos, 4 ressaltos e 3 assistências) e William Hanley (17 pontos, 7 ressaltos e 2 roubos de bola).

Já Will Perry foi sempre o jogador mais clarividente pelo lado da ovarense (terminando com 23 pontos, 4 triplos, 3 ressaltos e 2 roubos de bola), contando com um bom desempenho da parte do canadiano, Jermel Kennedy (13 pontos, 5 assistências e 2 roubos de bola).

Helder Ferreira foi o repórter da AVfm no local. Ouça as entrevistas aos técnicos:

Nuno Manarte – Treinador da Ovarense DV

 

Moncho Lopez – Treinador do FC Porto

 

Na Próxima jornada, a Ovarense DV, depois de cair para o décimo lugar, tem uma deslocação longa ao Barreiro para defrontar o Galitos, que se encontra logo ali ao lado na tabela classificativa (9º lugar). Resta saber se a equipa de Nuno Manarte dá já a melhor resposta das suas capacidades actuais e apaga a imagem deixada frente ao FC Porto…

Veja a fotogaleria:

 


Fotos: António Silva
Texto: Helder Ferreira
Áudio: Jaime Valente

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