S. Vicente Pereira dá lição de pragmatismo e goleia Escola de Futebol Rui Dolores
Escrito por AVfm em 11/01/2018
Os vicentinos que se deslocaram ao Campo Dr. Oliveira Santos, no passado domingo, para assistir ao encontro entre o S. Vicente Pereira e a Geração Rui Dolores, certamente nem nos seu melhores sonhos imaginariam um desfecho tão contundente a favor da sua equipa.
A espaços, a partida teve uma EF Rui Dolores que ainda foi exibindo um futebol nevrálgico, sustentado numa boa posse de bola. Mas quando os visitantes chegavam ao último terço do campo, revelavam-se inconsequente. Nessa estratégia adoptada, a matriz vertical dos anfitriões encaixou-se que nem uma luva. O S. Vicente apostou na sua tradicional transição rápida e pragmática, lançando as bolas nas costas da defensiva para os seus pontas rápidos fazerem os «estragos cirúrgicos» na área adversária.
Tantos estragos fizeram que a bola balançou as redes da baliza da Geração Rui Dolores por 8 ocasiões. E mais poderiam ter entrado num resultado histórico de 8-0.
Mas vamos primeiro às constituições iniciais das equipas…
O professor Adriano Machado, técnico vicentino, apostou num onze inicial com Cláudio na baliza; Fábio Costa, Manu, Xavi e Cláudio Resende na defesa; João Carlos, Leite e Joca no miolo; e Diogo Sousa, Pacheco e Renato no ataque.
Já Leonel Castro, timoneiro dos visitantes, face às várias limitações do plantel, decidiu actuar com um onze composto por Hélder na baliza; Bernardo, Toninho, Jonas e André Oliveira no eixo defensivo; Vitor Rocha, Pedro Abelho e Amorim no meio campo; Lucho, Cláudio e Gui na frente de ataque.
Desde o início se percebeu grande parte da toada do jogo. Os visitantes procuraram cedo o controlo da posse de bola mas era o S. Vicente que, com mestria, explorava o elevado adiantamento das linhas do adversário para ser quase sempre bem mais perigoso.
Logo aos 6’, o SVP criou perigo com um remate cruzado de Diogo a passar rente ao poste direito da baliza defendida por Hélder.
Cinco minutos após este primeiro aviso, Pacheco acabou por estrear o marcador ao isolar-se num passe longo pelo lado esquerdo do ataque e ao picar a bola num belo remate sobre a linha da área. O esférico entrou junto à «gaveta» do lado direito da baliza e o guardião Hélder ficou mal visto no lance – hesitou na saída dos postes e quando foi em busca do avançado já era tarde demais.
Ainda antes do segundo golo, Renato e Diogo estiveram muito perto do marcar. Sobretudo este último que, através de um livre descaído do lado esquerdo, rematou com efeito sobre a barreira e viu o esférico embater na trave.
Aos 32’, a bola entrou mais uma vez na baliza dos visitantes e por intermédio do suspeito do costume. Numa jogada rápida pelo lado esquerdo, João Carlos, já dentro da área, cruzou rasteiro para a bola chegar aos pés do isolado Pacheco que não teve dificuldades em bater Hélder. Astutamente, Diogo deixou a bola passar para Pacheco, num movimento de aproximação ao 1º poste.
Até ao intervalo, o melhor que os forasteiros conseguiram foi um remate longo, junto à lateral esquerda, à passagem dos 37’, o que obrigou Cláudio a desviar a bola por cima da trave.
Ao descanso tudo estava bem encaminhado para os vicentinos, mas o melhor (mais 6 golos) estaria reservado para o segundo tempo.
Logo aos 58’ do jogo, o central Manu foi lá à frente para rematar forte no lado esquerdo da área, na solicitação de um cruzamento do lado contrário, com a bola a entrar rasteira ao 1º poste da baliza defendida por Hélder. Golo do central a pôr um ponto final na discussão do resultado.
Entusiasmada com o terceiro golo, a ARCSVP rapidamente chegou ao quarto, aos 63’, por intermédio de Renato. Ao primeiro toque, Pacheco picou a bola por cima da defensiva e o ponta-de-lança, isolado, rematou com tranquilidade e por entre as pernas do guardião adversário.
De orgulho ferido, a Rui Dolores ainda chegou a ter uma boa oportunidade, aos 69’, através de Gui. O avançado apareceu sozinho no coração da área a cabecear rente ao poste direito da baliza defendida por Cláudio.
No entanto, e depois de várias oportunidades desperdiçadas e algumas trocas no seu ataque, os vicentinos ainda marcariam por mais 4 ocasiões.
Tanto ao 77’ como no último minuto dos descontos, Joca bisou ao isolar-se em corrida rápida por entre os centrais adversários e a facturar calmamente em frente ao guardião Hélder. Duas jogadas bastante idênticas e amostras claras da objectividade da equipa anfitriã.
Aos 84’, seria a vez de Renato também bisar na partida, aproveitando uma hesitação entre Sérgio Fardilha e o redes Hélder para autenticamente fuzilar a baliza do oponente. O guardião ainda tocou ao de leve na bola, mas nada poderia fazer dada a potência e colocação do remate.
Ainda assim, o melhor golo ficou reservado para o minuto 80, quando Fábio Costa avançou no terreno para rematar à entrada da área sobre o lado esquerdo do ataque. A bola descreveu um arco perfeito e entrou colocadíssima junto ao ângulo direito da baliza da EFRD. Hélder bem que voou mas ficou curto para tamanha colocação empregue no remate.
- Declarações ARC S. Vicente Pereira | Adriano Machado:
- Declarações Geração Rui Dolores | Leonel Castro:
Um resultado no Estádio Dr. Oliveira Santos a fazer lembrar outros tempos e a encher as medidas da falange de apoio presente. Justiça no resultado pelo volume de oportunidades claras de golo e a clarividência nos processos do S. Vicente Pereirra, mas que não espelha a real diferença de qualidade de jogo entre as equipas. A Geração Rui Dolores acabou por ser bastante penalizada pela ousadia de uma linha defensiva demasiado avançada ao longo de grande parte do jogo.
Na próxima jornada, o S. Vicente Pereira desloca-se ao concelho da Feira para defrontar o Mosteirô FC, actual décimo terceiro classificado e velho conhecido dos vicentinos. Ambas as equipas vêm de vitórias, mas depois deste resultado volumoso e olhando ao seu terceiro lugar no campeonato, o SVP parte como natural favorito.