SC Esmoriz despede-se de 2017 com derrota e… um sorriso amarelo
Written by AVfm on 23/12/2017
O SC Esmoriz despediu-se de 2017 com… um grande sorriso amarelo. A equipa de Narciso Ratinho perdeu por 3-1 contra o SC Beira-Mar na 13ª jornada do Campeonato Safina e, embora a espaços tenha estado bem no jogo da Barrinha, o futebol esmorizense não mais serviu do que para dar um tímido resquício de alegria aos seus apoiantes. A verdade é que os aveirenses orientados por Cajó conseguiram estar confortáveis em vários momentos da partida e alcançaram uma vitória que tem de se considerar justa.
O jogo opunha duas das melhores formações do campeonato, o 4º contra o 5º classificado. Tanto Esmoriz como Beira-Mar partiam para o relvado com 22 pontos na classificação e procuravam não perder terreno para os principais rivais, Lusitânia de Lourosa à cabeça. Por isso – mesmo que do lado do Esmoriz tenha havido jogo de Taça a meio da semana – os onzes titulares lançados não deram aso a (muitas) surpresas.
No ataque do SCE, a grande novidade foi mesmo o regresso de Vando Alves às escolhas iniciais. Completamente recuperado, o ponta de lança começa novamente a ser opção ativa para os golos dos Guerreiros. Por sua vez, no Beira-Mar, a não inclusão do goleador Mário no ataque aurinegro foi a cartada mais inesperada nos 11 escolhidos por Cajó. O homem que já leva 6 golos no Safina foi, ainda assim, lançado no decorrer da segunda parte.
O Esmoriz atuou com Renato Lopes; Jorginho, Rúben Pereira, Ruca e Breno Oliveira; Fábio Gonçalves, Pedro Godinho e Filipe Leite; John Moses, Kenneth Kalunga e Vando Alves. O Beira-Mar apresentou-se com João Figueiredo; André Aranha, Pedro Moreira, Diogo Lobo, Mané; João Paulo, Pedro Aparício, Letz; Alex, Artur e Zé Bastos.
E foi mesmo a turma visitante a querer dar um ar de autoridade logo após o apito inicial do juíz Daniel Cardoso. Artur e Alex foram dois dos mais endiabrados no conjunto do Beira-Mar e, logo no primeiro minuto, ganharam espaço para criar perigo. Servido por Artur na esquerda, Alex lançou o cruzamento e descobriu Aranha ao segundo poste. O lateral ainda atirou, mas a bola saiu prensada para canto quando Renato Lopes já se lançava para a defesa.
No seu reduto, o Esmoriz também queria mandar. Na resposta, aos 5′, Kalunga apareceu com o turbo ligado nas costas da defensiva aveirense. O jovem zambiano correu com a bola bem dominada mas, à saída do guardião Figueiredo e descaído sobre a direita, só conseguiu rematar à parte de fora da malha lateral do Beira-Mar. Pedia-se um pouco mais de compostura ao extremo esmorizense.
A verdade é que, se o encontro começou bastante animado, as oportunidades de perigo para ambos os lados cessaram quase até ao tempo de descanso. A seca nas duas grandes áreas deveu-se à luta intensa travada a meio campo e, acima de tudo, ao encaixe tático que os conjuntos protagonizaram no relvado. O Beira-Mar tinha um pouco mais de bola, mas esse dado era esterelizado por um Esmoriz sempre bem organizado e a explorar as transições rápidas que o caracterizam.
No entanto, aos 43′, a quase eficácia máxima do Beira-Mar iria dar a primeira estocada no SCE. No corredor central, Letz teve um passe de batuta por cima de 4 adversários que fechavam os caminhos da baliza. A bola caiu redonda nos pés de Pedro Aparício que, com Renato como opositor, disparou com engenho de pé esquerdo e fez a festa do primeiro golo.
Antes do intervalo, o Beira-Mar ainda foi em busca do segundo. Um minuto após o golo de Aparício, Zé Bastos fez uma cavalgada pela direita e, já dentro da área, viu um enorme Rúben Pereira a intercetar o seu remate à baliza. O Esmoriz estava em apuros e Narciso Ratinho precisava de agir o quanto antes.
Precisamente no reatar, o técnico da Barrinha recorreu ao banco e mexeu no ataque. João Alves foi lançado para o lugar do apagado John Moses e o Esmoriz melhorou bastante. O Esmoriz ficou mais arrojado e, com um 4x3x3 a atacar e um 4x4x2 a defender, a formação da Barrinha teve um domínio muito evidente durante a quase meia hora seguinte.
À passagem do minuto 61, o golo do empate finalmente surgiria. Ironia das ironias: o tento esmorizense nasceu na mesma baliza onde tinha sido comemorado o golo inaugural do Beira-Mar; e, curiosamente, numa jogada com contornos algo semelhantes. O capitão esmorizense, Pedro Godinho, foi o homem da assistência com um passe pulvilhado de açúcar para Vando. Na cara do golo, o 9 da Barrinha foi calculista e contornou a mancha de Figueiredo antes de encostar à boca da linha de golo. 1-1 e justiça no marcador.
O SC Esmoriz estava melhor e, mesmo depois da entrada de Raphael (saiu Vando) aos 70′, o ataque da Barrinha continuava a carborar. No entanto, não tardaria até que um balde de água fria gelasse a bancada do estádio. Alex continuava bem no jogo e, aos 72′, deixaria a sua marca e colocaria o Beira-Mar novamente na frente com outro golo nascido de um passe vindo da zona central.
Não há duas sem três e, em 5 minutos, o Beira-Mar iria praticamente fazer o match point sobre o Esmoriz. Após livre vindo da esquerdo e em que a bola voou para a confusão, apareceu Letz solto de marcação para o remate artístico. A bola foi desviada em cima da pequena área, bem perto da zona de ação de Renato, mas ao guarda-redes do Esmoriz pedia-se um pouco mais na tentativa de impedir a golo aurinegro. Não havia volta a dar e as hipóteses do Esmoriz esfumavam-se por entre os erros que protagonizavam.
Júlio Coronel ainda viria a ser lançado para o assalto final à baliza de Figueiredo, mas as coisas não saíam ao SCE que até adotou o ultra atacante 3x4x3. O Beira-Mar soube congelar a posse de bola e ainda teve o melhor lance dos últimos minutos. Aos 83′, Zé Bastos quase colocava o seu nome na lista de marcadores com um cabeceamente potente. Renato foi gigante na parada e redimiu-se perante os seus.
A partida terminaria ainda com outro falhanço de cabeça, desta feita foi Raphael do SC Esmoriz. Mas o 1-3 estava mesmo selado e não haveria nenhum golpe de teatro no Estádio da Barrinha. O Guerreiros fechavam mesmo o ano com outra derrota e, depois da eliminação da Taça, caíam para o 6º lugar da classificação do Campeonato Safina.
Pedro Silva foi o repórter da AVfm no local. Ouça as entrevistas aos técnicos:
Narciso Ratinho – Treinador do SC Esmoriz
Cajó – Treinador do SC Beira-Mar
Para gáudio da claque Ultras Auri-Negros, a viagem para o Mário Duarte foi feita com mais 3 pontos no bolso. Já os Fúria Vareira, do alto dos seus «3 lençóis de cama, um megafone, 25 chupa chupas roubados no bar, 16 pacotes de leite com chocolate e 2 bombas de mau cheiro», ganharam a notoriedade nacional, venceram a festa do apoio às equipas, mas perderam o jogo.
Agora, há que preparar 2018. O SC Esmoriz começa o novo ano com uma ida ao reduto do Bustelo na jornada 14. Os de Santa Maria da Feira ultrapassaram o Esmoriz na classificação e espera-se outro jogo de tripla na Quinta do Côvo. Uma partida que está marcada para o dia 7 de Janeiro, pelas 15h.