Seniores femininas do Esmoriz GC perdem no arranque da II divisão

Com honras de pavilhão principal e campo central, as seniores femininas do Esmoriz GC estrearam-se finalmente na presente temporada. Em mais um ano na II divisão, as «meninas» de Leonel Gomes têm um plantel jovem, solidificado pela formação esmorizense, mas com vontade de discutir o acesso ao grupo dos primeiros na fase seguinte, onde já figuraram na época passada.

Para a primeira jornada, o adversário era o CV Lisboa, um dos conjuntos menos apetrechados da série onde está o EGC. No entanto, as alfacinhas não vieram apenas passear a Esmoriz e mostraram ser uma equipa competitiva durante quase todo o encontro. Aliando esse fator a algumas exibições abaixo do nível esperado e, acima de tudo, ao muito nervosismo das atletas da casa, a partida só ficou mesmo decidida na sempre imprevisível negra. Aí, o CVL foi mais feliz e fechou as contas com uma vitória em que a festa foi feita por quem melhor soube gerir as emoções. Resultado final: 2-3 (25-21; 21-25; 16-25; 25-15; 11-15).

Ainda que com as bancadas bem despidas de público, o Esmoriz GC foi quem começou com mais gás dentro de campo. Aproveitando o palco central, o voleibol das da casa parecia fluir com naturalidade e as novas protagonistas da Barrinha mostraram querer, desde cedo, fazer esquecer as saídas de algumas craques e referências do plantel de 2016/17 – casos da zona 4 Daniela Falcão e da central Catarina Oliveira. O primeiro set fechou sem grande história, com um 25-19 a favor do EGC.

No entanto, um apagão na eletricidade do pavilhão e uma paragem forçada no encontro fizeram com que a fluidez do Esmoriz se perdesse no breu que se abateu sobre o campo, no arranque do segundo parcial. Por seu turno, ligadas à corrente, as visitantes começaram a mostrar consistência com um jogo simples e com pontos a surgirem de bolas de segurança para as atacantes de zona 4. Leonel Gomes ainda agitou as hostes nos tempos técnicos e lançou Ana Vieira (ainda a debelar uma lesão) e Francisca Silva na dupla substituição. Os esforços foram inglórios num set com resultado semelhante ao anterior, mas vencedor inverso: 21-25 no campo e jogo empatado no placard.

O Esmoriz GC ia de mal a pior e apareceria no 3º set para os seus piores momentos no encontro. A referência Joaquina Fortunato era constantemente vencida pelo bloco e viria mesmo a sair depois de uma estreia desinspirada. Já Catarina Silva tinha dificuldades em atacar para dentro de campo e dava muitos pontos às adversárias.

Mas era mesmo no serviço onde o EGC claudicava com maior frequência. Com pequenos fogachos, Ana Maia e Nádia Soares ainda deram o mote para a remontada, mas o CVL já cavalgava a passos largos para um triunfo fácil no parcial, fechando a contenda com um 25-16 a seu favor.

Foi preciso uma autêntica revolução para que o Esmoriz renascesse das cinzas. O banco das da casa teve oportunidade de assumir as responsabilidades e fê-lo com grande mestria. Matilde Moura e Rita Moreira, juniores de primeiro ano, trouxeram poder de fogo e municiaram as tropas até ao empate. A camisola 4 das esmorizenses foi mesmo a surpresa do jogo, com sede de bola, certeira na rede e fria nas sequências de serviço. O Esmoriz GC venceria o 4º set por 25-15 e, novamente na mó de cima, mantinha-se vivo na discussão.

Contudo, na chamada “negra” joga-se outro desafio e as emoções têm, muitas vezes, o papel principal. Aqui, o equilíbrio manteve-se até à troca de campo, com uma vantagem ligeira de 8-6 para o CV Lisboa. O problema veio depois, já que à medida que o encontro se aproximava dos pontos derradeiros, o CVL ia acalmando e o EGC se afundava. A bola queimava nas mãos das meninas da casa e erros infantis levaram o jogo a um 11-15 e fecho do resultado num 2-3, favorável às forasteiras.

Pedro Silva foi o repórter da AVfm na partida, entrevistando a seguir ao encontro os técnicos das duas equipas.

Leonel Gomes – Treinador do Esmoriz GC

José Manuel Nunes – Treinador do CV Lisboa

Uma jornada de voleibol que em tudo reflete a vertente feminina da modalidade: um jogo com muitos altos e baixos, onde nenhuma das formações teve um dia isento de erros. Quanto à vitória do CV Lisboa, essa ajusta-se, mesmo que as atletas de José Nunes tenham mostrado ser um conjunto mais prático do que habilidoso.

A verdade é que o Esmoriz GC não soube gerir os momentos da partida. Não soube materializar o avanço com que começou e, mesmo tendo estado à altura no 4º set, já só foi a tempo de emendar os erros numa negra onde a vitória pode sempre cair para qualquer lado. Desta vez, caiu para as adversárias…

Foi então um revés nas aspirações do EGC que, com esta entrada em falso, terá agora de recuperar os pontos noutro pavilhão. A tarefa não se afigura fácil, mas a história desta II divisão ainda agora vai no primeiro capítulo.

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Foto: António Silva
Texto: Pedro Silva