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Surpresa no Barreiro: Ovarense DV de duas faces sai derrotada pelo último classificado

Escrito por em 05/04/2018

A Ovarense deslocou ao Barreiro, como há uma semana atrás, para jogar a segunda jornada do Grupo B da 2ª fase do Campeonato Nacional. Desta feita, contra o Barreirense Dif Broker, último classificado na Liga.

Depois da fraca imagem deixada com o Galitos, os vareiros tinham uma excelente oportunidade de corrigir o mau resultado da primeira jornada já que os seus opositores, em 24 partidas, apenas contavam com 3 vitórias.

Infelizmente, os alvi-negros voltaram a entrar mal na primeira metade do jogo. Ainda esboçaram uma excelente recuperação no terceiro período (sobretudo à custa da inspiração de Will Perry), só que a falta de serenidade no 4º período do lance-livre e o bom jogo defensivo aplicado pelo Barreirense custou-lhes a vantagem nos últimos instantes e faz com que saíssem derrotados pelo parcial de 71-69.

Mas, antes dos pormenores sobre o que se passou em campo, vamos conhecer os 5 bases de ambas as equipas…

Nuno Manarte, técnico vareiro, apostou num cinco inicial com uma ligeira nuance quando lançou para o campo Will Perry, Ervin Mitchell, João Grosso, Jermel Kennedy e Cristóvão Cordeiro.

Por seu lado, António Ferreira, treinador do Barreirense, confiante nas indicações mais recentes que a equipa lhe vinha transmitindo, optou por um cinco composto por Daniel Margarido, Williams Jr., Lawrence-Ricks, Demetric Austin e Miki Novovic.


O primeiro período revelou cedo a competitividade que iria imperar ao longo de grande parte do jogo. A Ovarense mostrou-se empenhada em conseguir aproximar-se o mais possível do cesto para aumentar a eficácia e tentou rodar bem as linhas para provocar alguns turnovers no adversário – quer por roubos de bola, quer por erros directos.

No entanto, os anfitriões mostraram grande vontade de prevalecer, ganhando grande parte dos duelos nos ressaltos e conquistando faltas que os colocaram em excelente posição para amealhar uns pontos extra da zona da «caridade». Consequência disso mesmo foi o parcial de 20-18 favorável ao Barreirense DF e que se registou no fecho do primeiro período.

Para dificultar ainda mais a vida à Ovarense, no segundo período, os da casa juntaram ao seu espírito batalhador uma maior eficácia no tiro exterior. Os vareiros  pareciam frustrados no outro lado do campo.

A diferença no parcial de 23-13 era bem exemplificativa de que algo teria de mudar no segundo tempo caso a formação ovarense pretendesse sair do Barreiro com a vitória.

Analisando as estatísticas ao intervalo, que conduziram a uma vantagem de 43-31, percebia-se pelos ressaltos (27 contra 13) e o número de lances-livre convertidos (9 contra 1) o quanto o Barreirense estava disposto lutar pela vitória. Claro que os 6 triplos, conseguidos maioritariamente no segundo quarto, também foram um grande impulsionador da boa vantagem conquistada.

O sinal do alarme tinha soado no balneário da ODV e a forma determinada como apareceram para o terceiro período foi de louvar. Entraram com tudo e demonstraram que, com uma defesa intensa, um espírito garrido e um «instinto matador», era ainda possível reverter a liderança até ao final do período.


Will Perry foi a voz de comando da reacção quando começou a aquecer da linha dos 3 pontos e abriu espaços para outros colegas quando não se encarregava dos lançamentos.

Para surpresa de muitos dos presentes, a reviravolta tinha acontecido ainda antes da entrada no último período. A formação vareira liderava por 58-60 (parcial de 15-29) e parecia bem mais confiante nas suas capacidades.

O último período parecia querer correr ao sabor do que os forasteiros pretendiam. O Barreirense chegou muito cedo às 4 faltas e as oportunidades de lance-livres foram-se sucedendo. Todavia, sempre que a Ovarense conseguia lá chegar, ficava geralmente pela metade das oportunidades convertidas, algo que mais tarde se revelou da importância para o desenlace da partida.

Depois dos ovarenses terem conseguido uma vantagem de 6 pontos, os da casa recorreram a um estilo de defesa a todo o terreno, muito pressionante sobre o portador da bola e que deu frutos com 3 turnovers consecutivos que levaram a nova reviravolta no marcador. Obviamente que o facto de João Grosso e Will Perry terem sido excluídos pela acumulação das cinco faltas pessoais em nada ajudarou a Ovarense DV.


E, já depois da conquista de uma vantagem de 2 pontos e de um lançamento em desespero do meio campo de Jermel Kennedy para tentar uma última reviravolta, chegava o soar do buzzer final e o Barreirense DB ficou com uma vitória inesperada, mas muito suada, pelo parcial de 71-69 (13-9 no último período).

Helder Ferreira foi o repórter da Rádio AVfm no local. Ouça as declarações dos técnicos:

  • Declarações FC Barreirense | António Ferreira:

 

  • Declarações Ovarense DV | Nuno Manarte:

 

As estatísticas finais, assim como o resultado final, revelavam o equilíbrio geral entre ambas as formações. Quer na eficácia (35,5% para 38,1%), quer nos triplos convertidos (8 para 7), quer nos ressaltos (44 para 42), ou até nos turnovers (16 contra 13), ficou bem patente que acabaram por ser os pequenos detalhes a fazer a diferença.

Já no capítulo individual, os vencedores encontraram um William Jr. inspirado (22 pontos, 4 ressaltos e 2 roubos de bola) e o resto dos números a serem bem repartidos pelos restantes membros da equipa. Para a Ovarense, Will Perry, apesar da exclusão, foi mesmo a figura de maior relevo (23 pontos, 7 ressaltos, 5 triplos). Ainda assim, foi bem secundado por Ervin Mitchell (17 pontos e 4 ressaltos) e Jermel Kennedy (12 pontos, 8 ressaltos e 2 roubos de bola).

 


Fotos: Helder Ferreira 
Texto: Helder Ferreira
Áudio: Jaime Valente

 


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