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Taça de Portugal (I Eliminatória): a «tocha» do SC Esmoriz alumiou mais alto

Escrito por em 04/09/2017

Está dado o pontapé de saída oficial para o ano de 2017/18 do SC Esmoriz! Os comandados de Narciso Ratinho aparecem na nova época de cara lavada e com um plantel completamente transfigurado. No entanto, os pergaminhos que regiam o conjunto da Barrinha na temporada passada parecem manter-se: lutar pela vitória em todos os jogos e com um futebol positivo, mandão.

No primeiro teste “a doer”, o adversário foi o UD Tocha. Em Cantanhede, num bem composto Complexo Desportivo da Tocha jogava-se a 1ª eliminatória da Taça de Portugal, a prova rainha que vê o Esmoriz e o concelho de Ovar novamente representados na competição.

Perante o vencedor da Taça de Coimbra, o Esmoriz alinhou com apenas 3 “sobreviventes” da temporada passado, Ruca, Pedro Godinho e Júlio Coronel. A revolução do primeiro onze teve Renato, João Dias, Ruben Pereira, Ruca, Jorginho, Pedro Godinho (c), Filipe Leite, Júlio Coronel, John Moses, João Alves e João Carvalho.

Com um plantel tão jovem e cheio de novidades, o Esmoriz não entrou com o pé direito. As caras novas demoravam a alinhar as engrenagens. Aproveitou a Tocha que, com um 11 bem mais entrosado, parecia querer dominar as operações do encontro.

No entanto, paulatinamente, o Esmoriz foi subindo de rendimento e, à passagem do primeiro quarto de hora, já era a equipa com maior sinal de perigo. Em particular, o lado direito dos Guerreiros da Barrinha parecia carborar a todo o gás. Municiado por Moses, o sangue africano do Esmoriz parece manter-se bem quente e o nigeriano pode bem ser o próximo ás de trunfo do Esmoriz. João Dias e Filipe Leite foram outros bons destaques do renovado 11 titular, um pela segurança no seu futebol, outro pela capacidade para pautar o jogo com desmarcações longas e de régua e esquadro. E, por sua vez, Pedro Godinho, assumindo o papel de trinco, continua a exibir-se como se tivesse 18 anos.

Só faltava mesmo o golo. O Esmoriz parecia ter o controlo mas errava no momento de definição, ora com o último passe mal medido, ora com finalizações titubeantes.

Mas nada disso aconteceu quando, ao minuto 38, o golo finalmente chegou para o Esmoriz. Uma jogada finalizada pelo improvável João Dias mas que começou bem lá atrás e que foi um hino ao futebol rendilhado e de qualidade. Na retina, ficam 3 momentos impressionantes: primeiro, no miolo, onde Filipe Leite, com uma simulação de corpo, deixou a bola correr e trocou por completo as voltas ao seu opositor; depois, com a iniciativa de Moses que avançou pelo flanco fora até chegar à zona de entrega; e, por fim, com o oportunismo do atrevido João Dias que surgiu no coração da área e correspondeu ao cruzamento rasteiro para finalizar de forma seca e sem hipótese para Hélio, guarda-redes do UDT.

Chegava o intervalo com um justo 1-0 para os visitantes. Mas a Tocha ainda viria a discutir o encontro. Algo que, para quem assistiu aos primeiros 15 minutos da etapa complementar, parecia tudo menos óbvio.

É verdade que os coimbrenses recomeçaram fortemente motivados e quase podiam marcar na primeira vez que se aproximaram da área de Renato. Mas, na resposta, o Esmoriz protagonizou dois momentos de perigo e voltou a fazer a festa.

João Carvalho ameaçou numa jogada individual onde não teve músculo nem rapidez para rematar quando se encontrava em posição frontal à baliza. Mas logo depois, aos ’53, foi através de um cruzamento de João Alves vindo da direita que o Esmoriz introduziu nova bola na baliza da Tocha. A iniciativa foi boa, o esférico foi bem colocado e Moses já aparecia para dar seguimento ao lance. Mas foi mesmo o central Catarino quem atirou para a própria baliza quando procurava aliviar para canto. 2-0 para o Esmoriz, infelicidade para Catarino.

E, como um azar num vem só, Catarino viria mesmo a ser expulso por acumulação de amarelos logo de seguida. Na circunstância, devido a uma falta a meio campo que gerou muita contestação nos adeptos da casa mas que não suscitou grandes dúvidas ao árbitro da partida.

A jogar contra 10 e com dois golos no saco, parecia que a última meia hora seria apenas um pró-forma para que o Esmoriz carimbasse a passagem à próxima fase da Taça de Portugal. Mas o futebol é tudo menos uma ciência exata e a velha máxima que diz que se joga melhor com 10 do que com 11 voltou a fazer das suas.

Contrariando a lógica, a equipa da Tocha começou a criar oportunidade atrás de oportunidade e chegou mesmo ao golo. Numa jogada pelo flanco direito e após cruzamento e corte da defensiva esmorizense, apareceu Miguel Neves que rematou de ressaca à malha esquerda da baliza de Renato. Belo golo, jogo relançado.

Nesta fase, a formação da casa apostou num futebol bem vertical e com passes longos para as costas dos defesas do Esmoriz. O encontro estava bastante perigoso e a Tocha fez por merecer o empate. É certo que, aqui e ali, o Esmoriz voltava a criar perigo no contra-ataque com os solitários Moses e João Alves lá na frente – entretanto, o desinspirado Carvalho dera lugar a João Neves – a protagonizarem os melhores apontamentos.

Impaciente, Narciso Ratinho teve de reforçar o meio campo com Rui Neves e ainda fez maior “marcha atrás” quando lançou Diogo Dias para os derradeiros minutos do encontro. Por isso, foi um Esmoriz encostado às cordas aquele que suspirou de alívio com o apito final e com a vitória garantida.

Hélder Ferreira e Pedro Silva foram os repórters da AVfm no local. O primeiro teve oportunidade de entrevistar os técnicos depois do encontro terminar. Ouça as declarações:

Narciso Ratinho – Treinador do SC Esmoriz

Bruno Ascenso – Treinador da UD Tocha

 

No rescaldo, nota para a festa dos novos protagonistas do reino da Barrinha onde já se vê que nomes como Dias, Jorginho, Leite e Moses podem ser casos sérios no campeonato que se avizinha. Esse só arranca daqui a 2 semanas e aí já se espera um Esmoriz mais consolidado e aprimorando os bons apontamentos que deixou este domingo.

Quanto ao jogo, houve mérito da Tocha em regressar à discussão da eliminatória e alguma inexperiência deste jovem Esmoriz que viu a partida complicar-se quando tinha dois pássaros na mão. Mesmo assim, olhando aos excelentes 60 minutos que protagonizou até ao seu segundo golo, a vitória no encontro é inteiramente justa.

Desta feita, a “tocha” do Esmoriz alumiou mais alto. Será este o pronúncio para uma época “escaldante”?

 


Foto: Hélder Ferreira
Texto: Pedro Silva


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