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Salvador Malheiro quer respostas do Ministro da Saúde após reivindicações de Ovar estarem “fora de questão”

Escrito por em 27/01/2023

A população de Ovar tem lutado contra a integração dos Cuidados de Saúde Primários de Ovar (CSP) e do Hospital Dr. Francisco Zagalo de Ovar (HFZ) na futura Unidade Local de Saúde (ULS) da Região de Aveiro, no âmbito do processo de reestruturação do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

O Município de Ovar já tinha tornado público a sua posição a 28 de dezembro passado, reivindicando a integração dos Serviços de Saúde de Ovar na ULS Entre Douro e Vouga, sedeada em Santa Maria da Feira.

Nesse comunicado, a Câmara Municipal exigiu a referenciação hospitalar dos cidadãos de Ovar para norte e a inclusão de Ovar no estudo que decorre para a criação da ULS Entre Douro e Vouga.
Das reivindicações também fazia parte a abertura do Serviço de Urgência Básica no Hospital de Ovar e o reforço do respetivo bloco operatório, a par da reabertura dos Polos de Saúde de Maceda e Arada, entre outros.

Recentemente, no passado dia 25 de janeiro, o presidente da autarquia, Salvador Malheiro, terá partilhado, nas suas redes sociais, o desfecho de mais uma reunião com o diretor executivo do SNS, Fernando Araújo.

O edil terá voltado a reforçar a posição e as reivindicações do concelho de Ovar.
Contudo, Fernando Araújo terá comunicado que, apesar de eventualmente algumas das exigências poderem ser acolhidas, a Reabertura do Serviço de Urgências Básicas no Hospital de Ovar e a realização de um estudo paralelo de integração de Ovar na ULS de Entre Douro e Vouga (Santa Maria da Feira) estarão completamente fora de questão e não serão acolhidas.

O autarca social-democrata constatou que “o assunto deixou de ser técnico e passou para o campo Político”, uma vez que esta reestruturação do SNS é da responsabilidade do Ministério da Saúde do atual governo de maioria absoluta, do Partido Socialista.

Salvador Malheiro afirmou que não haverá mais nada a conversar com a Direção Executiva do SNS e que o foco serão agora as conversações com o Ministério da Saúde. Na sua publicação, o edil quer justificações do Sr. Ministro da Saúde sobre a abertura das urgências em São João da Madeira e não em Ovar.

A decisão final da implementação de uma nova ULS integrando o território Vareiro está, apenas e só, no Ministério da Saúde e sobre esta temática vamos querer perceber porque é o Ministério da Saúde teima em tomar uma decisão em Ovar, contra a vontade do Povo de Ovar e se vai ter a coragem de a implementar”, acrescentou Salvador Malheiro.

O Povo de Ovar marchou

Recentemente, a 20 de janeiro, a população aderiu em peso à iniciativa cívica e apartidária “Marcha pela Defesa do Direito de Serviços de Saúde de Proximidade”, promovida pelo Movimento ASO. Foram cerca de 2 mil pessoas a marchar em direção ao Palácio da Justiça de Ovar, pedindo pela referenciação dos doentes para o norte, ao invés de Aveiro e Coimbra, o que tem acontecido.

Elementos da organização adiantaram ainda que se as suas reivindicações não fossem atendidas, a próxima marcha pela defesa dos Serviços de Saúde de Ovar teria lugar em Lisboa, rumo ao Ministério da Saúde.

Recorde-se que a 29 de dezembro passado, após o comunicado da autarquia, a direção executiva do SNS esclareceu que os cidadãos de Ovar poderiam continuar a escolher os hospitais onde queriam ser tratados que não pertençam à ULS da Região de Aveiro.

A direção explicou que a criação das ULS não limita a livre escolha dos utentes, incluindo por unidades hospitalares que não pertençam a estas ULS, nomeadamente em matéria de consultas externas, cirurgias, meios complementares de diagnóstico e acesso ao serviço de urgência.

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Fotos: Direitos Reservados
Texto: Irina Silva

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