Museu de Ovar acolherá fotografias da autoria de José Saramago durante a “Viagem a Portugal”
Escrito por AVfm em 09/03/2023
Neste sábado, dia 11 de março, pelas 15h30, será inaugurada no Museu de Ovar, a Exposição “José Saramago, fotógrafo ocasional. Fragmentos de um retrato de Portugal”, com curadoria de Rui Jacinto e Duarte Belo.
A exposição, promovida pelo Centro de Estudos Ibéricos, celebra os quarenta anos volvidos desde o lançamento da obra “Viagem a Portugal” e o Centenário do nascimento de José Saramago. A mostra apresenta uma faceta inexplorada do escritor: “o fotógrafo”.
Da viagem que realizou percorrendo todo o país, entre 1979 e 1980, resultaram a obra literária e os registos fotográficos. Nesta exposição reúnem-se mais de três centenas de imagens que o autor selecionou, catalogou e legendou, revelando interesses que apontam para quatro coordenadas fundamentais: Paisagens, Lugares, Pessoas e atividades, Monumentos e arte sacra.
“Viagem a Portugal” teve a primeira edição publicada em 1981 e foi ilustrada com algumas fotografias de José Saramago. O escritor seguiu os rituais dos que assumem a viagem como trabalho de campo e se empenham em fazer registos para memória futura, escritos e fotográficos, sem dispensar os mapas para ler o território e assegurar um rumo certo: “o viajante consulta os seus grandes mapas, segue com um dedo decifrador o traçado das estradas, e faz isto lentamente, é um prazer de criança que anda a descobrir o mundo”.
Com mais de 4 dezenas de obras publicadas, José Saramago nasceu em 1922, na aldeia de Azinhaga. Foi numa biblioteca pública que desenvolveu a sua leitura e escrita, “sem ajudas nem conselhos, apenas guiado pela curiosidade e pela vontade de aprender”.
Até 2010, ano da sua morte, José Saramago construiu uma obra incontornável na literatura portuguesa e universal, com títulos que vão de “Memorial do Convento” a “Caim“, passando por “O Ano da Morte de Ricardo Reis“, “Ensaio sobre a Cegueira” ou “A Viagem do Elefante“, obras traduzidas em todo o mundo.
No ano de 2007 foi criada em Lisboa uma Fundação com o seu nome, que trabalha pela difusão da literatura, pela defesa dos direitos humanos e do meio ambiente. José Saramago recebeu o Prémio Camões em 1995 e o Prémio Nobel de Literatura em 1998.
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