Divisão de pontos no Sargaçal com Válega e Valonguense a escassos centímetros da glória
Escrito por AVfm em 20/12/2017
Tarde solarenga de domingo e o CCR Válega, oitavo classificado, preparava-se para receber, ao nono jogo da Série B da 2ª Divisão Distrital, a AD Valonguense, quarta classificada. Os visitados vinham de uma série de duas vitórias consecutivas, enquanto que os visitantes contavam com 3 vitórias seguidas. Previa-se, por isso, um encontro entre duas equipas balançadas no ataque, em busca dos 3 pontos.
A partida acabou por ter um pouco de tudo, com vários lances de golo, muita confusão, erros da terceira equipa em campo e emoções ao rubro nas bancadas. No entanto, o resultado de 1-1 aceita-se pelas várias oportunidades de golo que as equipas dividiram ao longo de todo o encontro.
Olhemos para as constituições de ambas as equipas, antes de prosseguirmos com a análise de jogo…
O técnico do Válega, Paulo Gomes, estava condicionado com algumas questões físicas no plantel, e isso fez-se sentir quando alinhou com Carlos Pereira na baliza; Nuno, João, Pedro Santos e Rúben na defesa; Carlos Alberto, Américo, Gabi e Miguel, mais adiantado, no meio campo; e a dupla de Tiago Fidalgo e Pedro Simeão no ataque.
Já Octávio, timoneiro do Valonguense, decidiu apostar de início em Flávio na baliza; Wilson, Gonçalo, Zé e Carrero no eixo defensivo; Fábio, Malheiro e João no miolo; e Marcelo, Alex e Chinês, mais ao centro, no tridente ofensivo.
Desde cedo, as bolas paradas assumiram um papel preponderante e, ao passar dos 8’, o CCRV teve logo uma excelente oportunidade a partir de um livre descaído sobre a esquerda do ataque. Depois de cruzamento ao segundo poste, sucedeu-se um primeiro desvio de cabeça e Pedro Simeão falhou o toque final em carrinho, já próximo da linha de golo, quando tinha tudo para inaugurar o marcador.
A partida ia sendo muito disputada a meio campo e, aos poucos, os forasteiros começavam a adaptar-se ao estilo de jogo dos valeguenses. Assim, criaram algumas jogadas de perigo que obrigaram Carlos Pereira a sair bastante vezes dos postes em busca de interceptar passes em profundidade.
Aos 30’, Wilson, lateral direito da ADV, teve uma boa arrancada pela direita e cruzou para ver dois colegas seus rematar, por duas ocasiões, contra a barreira defensiva, já dentro da área. O lateral esteve bastante interventivo ao longo de todo o encontro e «furou» inúmeras vezes pelo lado direito do ataque.
Ainda antes do intervalo e praticamente em dois lances sucessivos, os caseiros iriam ameaçar novamente a baliza protegida por Flávio. Primeiro foi Pedro Semeão, aos 38’, ao obrigar o guardião valonguense a desviar a bola por cima da trave, após remate de fora de área. Depois, aos 40’, já com o guarda-redes adiantado na baliza, o Válega ainda remata em jeito para o poste esquerdo, mas Flávio voa para defesa a desviar pela linha final.
Ao descanso, mantinha-se o nulo do marcador, mas ficava prometida uma segunda parte com golos e outras emoções à mistura.
Numa partida bastante física, as bolas paradas imperavam, e, logo aos 51’, seria o Valonguense a fazer um primeiro aviso com um livre a partir da esquerda. O que valeu ao Válega foi que, na hora da decisão, a pontaria dos forasteiros estava desalinhada e a bola acabou por sair junto ao poste direito da baliza defendida por Carlos Pereira.
O Válega ainda reagiu, aos 55’, com um remate à figura protagonizado pelo suspeito do costume, Pedro Simeão. No entanto, seria a AD valonguense a primeira a marcar na partida e, como não poderia deixar de ser, através de uma bola parada.
Aos 61′, num canto à direita do ataque, apareceu nas alturas o capitão Fábio que, ao primeiro poste, cabeceou por cima do adversário que se encontrava a defender junto ao ferro. O cabeceamento foi bem puxado à «gaveta» e pouco poderia fazer o Válega para impedir o adiantamento dos visitantes no marcador.
Em desvantagem, a formação valeguense foi atrás do prejuízo, subindo as suas linhas e praticando um futebol ainda mais vertical.
Foi numa dessas incursões, pela direita, que o Válega conquistou a falta que daria origem ao golo da igualdade. À passagem do minuto 75’, livre na direita e cruzamento para o segundo poste, para o meio da confusão. Aí, aparece o guarda-redes Flávio a socar mal a bola e esta embateu, aparentemente, no tronco de Américo antes de entrar na baliza desamparada do Valonguense. Muitos protestos dos visitantes que pediam a falta sobre o guardião, contudo fica por se perceber se este estava ou não dentro da pequena área e se iniciou ou não o contacto com os jogadores do Válega.
Os protestos dos Valonguenses não iriam ficar por aqui. Logo aos 80’, após um cruzamento chegado à baliza de Carlos Pereira, o guardião não consegue «amarrar» a bola à primeira e apareceu Marcelo de carrinho a introduzi-la no fundo das redes. Todavia, no meio de bastante hesitação, o árbitro principal deu uma primeira indicação de golo válido para, mais tarde, por indicação do fiscal de linha, anular o golo por falta do extremo dos forasteiros. Fica por apurar o critério usado pela dupla de arbitragem.
O jogo chegaria mesmo aos 5’ de compensação para que as duas melhores oportunidades de ambas as equipas (tirando os golos) aparecessem.
Primeiro foi o Válega a ficar perto da vantagem. Após um canto, ao ver a bola sobrar para a entrada da área, apareceu o central João a rematar em direcção à trave e a bola foi caprichosamente para fora. Pedro Azevedo, que entrara nos momentos finais, queixou-se de que teria sido empurrado nas costas ao tentar a recarga ao remate de João.
Depois foi o Valonguense, na última jogada da partida, também após pontapé de canto: Chinês apareceu numa zona central, a cerca de 1 metro da baliza, e faz o mais difícil, falhar. O cabeceamento do avançado, ao lado do poste direito, deixou em desespero quer colegas, quer elementos do banco, quer até mesmo a claque de apoio, nas bancadas.
Soava o apito final e a divisão de pontos entre as equipas aceitava-se pelas oportunidades produzidas ao longo de toda a partida. Quem esteve mal foi mesmo a terceira equipa em campo: muito hesitante na hora de decidir; com receio em admoestar os jogadores (passou em claro uma agressão a um jogador de Válega no meio de uma das escaramuças entre jogadores); e com critérios muito pouco claros, o que levou mesmo a grandes protestos pelos elementos técnicos do Valonguense.
Helder Ferreira foi o repórter da AVfm no local. Ouça as entrevistas aos técnicos:
- Paulo Gomes – Treinador do CCR Válega
- Octávio – Treinador da AD Valonguense
No capítulo individual, do lado dos visitantes, destaque para a propensão ofensiva de Wilson e a boa entrada de Mauro no segundo tempo.
Do outro lado, destaque para a distribuição de jogo de Miguel, a verticalidade de Pedro Simeão e a segurança da dupla de centrais do Válega, que limpou várias jogadas perigosas.
Terminam assim os jogos de 2017 e o próximo desafio do Válega é já no início de 2018, no terreno do Requeixo, equipa que ocupa atualmente um dos últimos lugares da Série B. Com o descanso e algumas recuperações físicas, será uma boa oportunidade para os valeguenses regrassarem às vitórias.