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Mi-Fá-Dó-Sol

19:05 20:00

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Mi-Fá-Dó-Sol

19:05 20:00


Ovar em Jazz’24: Mané Fernandes apresentou-nos o seu universo enérgico e alternativo “sQUIGG”

Escrito por em 30/04/2024

Depois do grande concerto de Abe Rábade, a terceira noite do Ovar em Jazz, 19 de abril, prosseguiu com a apresentação do novo projeto de Mané Fernandes, Enter the sQUIGG.

Um concerto intimista no Bar do CAO, destacou-se de imediato por ser incrivelmente energético, com uma exploração harmónica imersiva e que aproveita muito bem os timbres do sintetizador, que dão à música um sustento muito mais variado, o que lhe dá uma nova dimensão e capacidades de progressão. A atmosfera em si, graças ao sintetizador, era bastante cósmica, o que efetivamente nos dava a perceção de entrar num universo alternativo.

Universo este com um pano de fundo decididamente único, e as suas partes mais proeminentes também singulares e refrescantes. O ambiente é muito groovy, com os efeitos especiais a dar-lhe um toque mais cinemático, o que é um elemento muito interessante na construção deste “metaverso” que é o sQUIGG.

Outra parte interessante foi a de o contrabaixo ser, na verdade, audível. Isto é algo que já ouvi, como estudante de Música, vezes sem conta: ouve o baixo, presta atenção ao baixo, põe o baixo mais alto, é no baixo que está a base para a música toda.

Nesta música, o baixo parece desfrutar de relativa independência, o que é interessante e traz mais dimensão à música. Ainda que as melodias fossem bastante díspares, formavam um todo congruente, o que era de facto impressionante, e até reminiscente do concerto de dia 18, do L.U.M.E., em que a independência passível de se obter sem pecar na coesão é interessantíssima.

É também importante referir como foram interessantes os licks da guitarra – não só eram muito bem conseguidos do ponto de vista composicional, como também executados com mestria e bem pensados em termos sonoros. Isto porque, sendo o ensemble constituído por contrabaixo, sintetizador, bateria e guitarra, foi interessante observar a guitarra como instrumento melódico, algo que, tradicionalmente, está tão fora dos limites em termos acústicos, pela maneira como o som é estimulado numa guitarra acústica.

No entanto, sendo uma guitarra elétrica, foi interessante ver a exploração das suas capacidades líricas por parte de Mané Fernandes. Ao substituir um elemento mais vocal pela guitarra em si, foi interessante vê-la transformar-se num elemento tão cantabile, e, para mim, essa seria, sem dúvida, uma das características mais importantes em todo o concerto.

Sem dúvida algo de novo, música inovadora e singular, executada por músicos experientes e com um sentido muito forte de independência e ousadia – e, no geral, uma boa maneira de terminar mais uma noite tão especial desta edição do Ovar em Jazz.

Deixo a entrevista realizada a Mané Fernandes, no âmbito do seu concerto no Ovar em Jazz:

Confira alguns momentos, pela lente de António Dias:

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Fotos: António Dias
Áudios: Jaime Valente
Texto: Mariana Rosas

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