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Esgueira vence na Arena e adensa crise da Ovarense

Escrito por em 18/12/2020

O domingo passado podia ter sido de redenção para a equipa masculina da Ovarense… ou, pelo menos, esperava-se. A receção ao Esgueira Basket, única equipa da Liga Placard sem uma única vitória, era a oportunidade perfeita para os comandados de Nuno Manarte somarem o quatro triunfo em 10 jogos e regressarem ao comboio dos bons resultados depois de dois desaires consecutivos, contra Benfica e Imortal Basket.

No entanto, a 10ª jornada da Liga Placard foi tudo menos sorridente para as cores alvinegras. O Esgueira apareceu na Arena muito atrevido, apostado em ganhar pela primeira vez e dar seguimento a uma subida de forma que já se tinha notado noutros pavilhões. Por seu turno, a Ovarense voltou a dar sinais evidentes de baixa de forma, passividade a defender e muita dificuldade em reunir percentagens aceitáveis de lançamento por parte das suas referências

O resultado do encontro não deixou qualquer margem para dúvidas: o Esgueira Basket veio a Ovar para ganhar e ganhar bem. O 71-99 a favor dos homens de Pedro Costa é o reflexo de uma das tardes menos conseguidas em campo, por parte da Ovarense, nos últimos tempos. E, se é certo que os vareiros até venceram o primeiro período do jogo, esse terá sido dos únicos dados positivos a tirar da partida.

Cedo se percebeu a dificuldade que a Ovarense tinha para defender o jogo de penetrações constantes protagonizado pelo Esgueira. Não sendo uma equipa com poder fisico assinalável, os auriverdes procuravam ganhar na elasticidade dos seus criativos e aproveitar o facto da Ovarense estar macia nos confrontos e no aproveitamento das faltas que poderia cometer.

Mesmo conseguindo igualar ou até ultrapassar o Esgueira no que ao marcador diz respeito, no primeiro quarto do encontro já se notava que a Ovarense teria um jogo muito difícil se não fizesse os acertos defensivos necessários. Nuno Manarte bem tentou, a partir do banco, trabalhar nesse sentido. A verdade é que a Ovarense mudou várias vezes os marcadores diretos aos homens que faziam mexer o jogo para o lado do Esgueira, até tentou ser um pouco mais agressiva na sua abordagem aos ataques dos visitantes, mas o sucesso na defesa do seu cesto nunca aumentou – francamente, até diminuiu ao longo da partida.

Por seu turno, já em termos ofensivos, tudo era feito com muito esforço e sem a fluidez que já se viu esta temporada. As referências americanas da Ovarense mostraram muita insegurança na hora de atirar ao cesto, terminando mesmo o encontro com números muito baixos em relação ao habitual. Assim, mesmo que do banco tenham vindo contributos maiores do que aqueles que normalmente chegariam num diasim dos estrangeiros, tal não chegou para compensar o marasmo de ideias de jogadores que estavam a ser destaques até aqui, casos como os de Trey Moses ou Kendall Jacks.

A Ovarense terminou a partida com percentagens muito baixas, lançando com 46% de eficácia em jogo jogado e apenas com 52% na linha de lance livre – ao contrário do Esgueira que fez 60% e 75% nesses dois dados.

No que às estatísticas individuais diz respeito, é natural que os melhores números sejam para os visitantes. Benjamin Drake foi MVP da partida, com 21 pontos e 8 ressaltos. Aaron Bowen (24 pontos, 4 ressaltos, 4 assistências), Seydougou Santis (17 pontos, 11 ressaltos, uma assistência) e Gustavo Teixeira (17 pontos, 4 ressaltos, 8 assistências) também contribuiram muito para o ramalhete. Os melhores da Ovarense foram Brock Gardner (14 pontos, 4 ressaltos, 2 assistências) e Pedro Bastos (13 pontos, 3 ressaltos, uma assistência).

Ouças as declarações dos técnicos de ambas as equipas, que estiveram à conversa com Pedro Silva:

Nuno Manarte | Treinador Ovarense Gavex
Pedro Costa | Treinador Esgueira/Aveiro/Oli

Tendo perdido contra um adversário que não estava na previsão das contas, a Ovarense terá de puxar pelos galões e vencer em algum jogo onde é o underdog para regressar a uma luta mais evidente por um lugar nos playoffs. Neste momento, com 3 vitórias em 9 jogos, a equipa tem 12 pontos e está, teoricamente, mais envolvida na fuga à despromoção do que na discussão pelos lugares cimeiros.

Com 3 derrotas consecutivas desde a última paragem para as seleções, a Ovarense quererá fechar o ano com registos mais aceitáveis. No próximo sábado terá uma visita a Coimbra, para defrontar a Académica local: um jogo onde tem francas hipóteses de carimbar os dois pontos. Já no fecho do ano civil de 2020, a Ovarense regressa à Arena para defrontar o CAB e acertar calendário com um desafio que já foi reagendado em múltiplas ocasiões.


Fotos: Direitos Reservados
Texto: Pedro Silva
Áudio: Jaime Valente
Reportagem: Pedro Silva


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