Ovarense Gavex dá um pequeno passo que pode ser gigante para a manutenção
Escrito por AVfm em 02/05/2021
Há um ditado no mundo basquetebolístico que diz que só temos uma verdadeira série até cada equipa vencer um jogo na casa do adversário. Pois bem, com o jogo 3, felizmente que podemos dizer que temos uma série, isto após a vitória da Ovarense Gavex na casa do Esgueira. O triunfo pode ter deixado os vareiros com “meio pé” dentro da manutenção na principal liga, aumentado o número de participações no principal escalão para 43. Numa noite em que defensivamente os alvinegros cometeram alguns erros, a estratégia ofensiva esteve irrepreensível. Com naturalidade, o resultado fixou-se nas centenas para os vareiros, que venceram o Esgueira por 92-103…
Uma verdadeira “montanha russa” no primeiro tempo…
Este foi claramente um encontro em que os ataques estiveram mais afinados que as defesas, que o diga a primeira parte. Logo nos primeiros minutos, o Esgueira demonstrou o porquê de ter dificultado bastante a tarefa dos vareiros nos primeiros encontros. O parcial de 11-3, com um ritmo frenético dos caseiros, obrigou Pedro Nuno a pedir um desconto técnico logo cedo na partida.
Todavia, as palavras do técnico foram assertivas, e os vareiros reagiram forte na resposta. De repente, a Ovarense parecia estar rodeada de atiradores, numa primeira parte em que terminaram com 7 em 10 conversões da linha dos 3 pontos. Não se estranhava o parcial de 20-27.
No entanto, a subida de qualidade no jogo vareiro, logo terminaria numa queda travada na reta final. Subitamente, após um desconto técnico, os anfitriões, saíram com uma “fúria” do seu banco e, capitalizando alguns erros do adversário, fizeram um parcial incrível de 17 pontos sem resposta. Meio atordoada, a Ovarense Gavex lá se conseguiu recompor e deixar, ainda assim, um parcial equilibrado de 52-51.
Mais cabeça e menos paixão, a receita para o sucesso…
Após o descanso do intervalo, apareceu uma Ovarense menos efusiva e mais metódica nos seus processos. Foi perceptível que alguns ajustes foram operados por Pedro Nuno à saída do descanso, que viu a equipa a não responder com tanta velocidade sobre o oponente.
Defensivamente mais coesos, os vareiros trocaram o repentismo pelo calculismo em todas manobras ofensivas, usando bem os bloqueios ofensivos e desmarcando por diversas vezes em campo, atrás da linha defensiva, quer Brock Gardner, quer George Beamon. E quando não eram estes dois a abrir linhas de passe perto do cesto, aparecia Marcus Lovett Jr. a furar outras tantas linhas para concretizar perto do cesto.
Esse maior acerto, conduziu ao melhor parcial da Ovarense na partida, vencendo o Esgueira por 12 pontos à entrada do último período. Último período, em que os caseiros ameaçaram a recuperação por diversas vezes, com alguns triplos a criar o seu dano, mas que, sobretudo por algum desacerto da linha de lance livre, nunca conseguiram estar a uma posse de bola de distância.
A Ovarense, com o desespero do opositor, voltou a dilatar a distância e geriu a diferença conquistada no terceiro período, vencendo o Esgueira na diferença das dezenas e terminando com um score na casa das centenas de pontos. Vitória muito saborosa que coloca os alvi-negros a um jogo da permanência e deixa o Esgueira “entre a espada e a parede” se quiser ainda adiar para o próximo fim-de-semana a decisão do play-out.
Exibições à lupa…*
– Ovarense Gavex-
Marcus Lovett Jr. – 10
(30 pts; 3 trpl; 8 rt; 3 ass; 1 rb; 69% LC)
É raro dar um pontuação tão elevada na escala, e muito menos a dobrar. Não se pode pode dizer que a exibição de Marcus foi perfeita (que o diga os 6 turnovers), mas quem assistiu ao encontro, viu um duelo intenso com Santis, com o vareio a demonstrar todo o reportório ofensivo. Mesmo quando sofreu marcação cerrada, soube sempre colocar a equipa a carburar.
George Beamon – 8
(16 pts; 4 rt; 4 ass; 1 rb)
Mais um bom contributo de Beamon a partir do banco. O norte-americano não está ainda ao nível da sua época no CAB madeira, no entanto é inegável que tem encontrado o seu espaço dentro da Ovarense e contribuindo positivamente a espaços.
Pedro Bastos – 7
(12 pts; 2 trpl; 2 ass; 1 rb; 67% LC)
Não foi das exibições mais exuberantes de Pedro Bastos, contudo o base português quando foi chamado a intervir, marcou uma presença muito positiva e esteve bem eficaz nos seus processos.
Pedro Oliveira – 7
Brock Gardner – 7
Christopher Mcknight – 7
Trey Moses – 6
Cristóvão Cordeiro – 6
Pedro Pinto – 4
– Esgueira/Aveiro/Oli –
Seydougou Santis – 10
(34 pts; 4 trpl; 6 rt; 1 rb; 67% LC)
Cuyler Mosley – 9
(23 pts; 3 trpl; 10 rt; 3 ass; 1 rb)
Gustavo Teixeira – 8
(13 pts; 5 rt; 13 ass; 2 rb)
Kareem Brewton – 6
Benjamin Drake – 6
Gonçalo Madureira – 5
Henrique Barros – 2
Bolon Sauané – 2
João Guerreiro – 2
Christian Foxen – ______________ (não jogou o suficiente)
Fiquem com as declarações dos técnicos da Ovarense Gavex e do Esgueira no final da partida, recolhidas pelo repórter no local, Helder Ferreira:
Liga Placard – Play-out – Jogo 3 – Esgueira/Aveiro/Oli x Ovarense Gavex
Esgueira/Aveiro/Oli
5 inicial: Gustavo Teixeira, Gonçalo Madureira, Cuyler Mosley, Seydougou Santis e Benjamin Drake.
suplentes utilizados: Kareem Brewton, Christian Foxen, Henrique Barros, Bolon Sauané e João Guerreiro.
Treinador: Pedro Costa.
Ovarense Gavex
5 inicial: Marcus Lovett Jr., Pedro Bastos, Brock Gardner, Christopher Mcknight e Trey Moses.
suplentes utilizados: George Beamon, Pedro Oliveira, Pedro Pinto e Cristóvão Cordeiro (c).
treinador: Pedro Nuno
Resultado ao intervalo – 52 x 51
Resultado final – 92 x 103
MVP jogo: Marcus Lovett Jr. (Ovarense Gavex) (30 pts; 8 rt; 3 ass; 1 rb; 69% LC) – Pontuação – 10
* – Os valores atribuídos têm por base uma escala numérica de 0 a 10, sendo que os 3 melhores jogadores de ambas as formações têm um destaque diferenciado na escala
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