Arguido diz no Tribunal de Ovar que tiro contra sobrinho foi acidental, quando tentava matar ratos

A 24 de maio, um homem, de 33 anos, admitiu no Tribunal de Ovar ter disparado uma pistola de ar comprimido, atingindo, por acidente, uma criança de 5 anos, seu sobrinho, na cara.

Na primeira sessão do julgamento, o homem terá justificado o disparo, dizendo que queria “matar os ratos” que andavam na casa da sua mãe. Estaria a apontar em direção à comida para atingir uma ratazana, quando a criança terá aparecido repentinamente, sendo assim atingida na cara.

Quanto a não ter prestado auxílio ao menor ferido, o arguido explicou que ficou bloqueado e em choque após o insólito, tendo-se refugiado no seu quarto.

A acusação do Ministério Público era de um crime de homicídio qualificado na forma tentada, mas após a abertura da instrução o sujeito foi pronunciado por um crime de ofensa à integridade física agravada.

Os fatos remontam às 18h00 de 29 de julho de 2019, tendo sucedido na residência da mãe do arguido, na Freguesia de Válega do concelho vareiro.

Segundo a acusação do Ministério Público, os dois sobrinhos menores deslocaram-se ao quarto onde o tio pernoitava para o cumprimentar, mas este “bateu as duas mãos simulando um soco“, assustando um dos menores que saiu do quarto. A outra criança entrou no quarto do arguido e este, supostamente desagradado com a sua presença, pegou numa arma de ar comprimido, desferindo com esta uma pancada no nariz do menor. De seguida, terá direcionado a arma para a cabeça do sobrinho, efetuando um disparo, que o atingiu na face.

Após o crime, o homem terá fugido para a Suíça, levando consigo a arma do crime. Só regressou a Portugal em outubro desse ano, tendo então sido detido pela Polícia Judiciária, no cumprimento de mandados de detenção emitidos pelo Departamento de Investigação e Ação Penal de Aveiro.

Fotos: Direitos Reservados
Texto: Irina Silva