2 tiros de caçadeira na ex-companheira valeram 17 anos de prisão a idoso de Esmoriz
Escrito por AVfm em 19/11/2021
O homem de 81 anos que matou a sua ex-companheira, Arminda Monteiro, de 58 anos, em julho de 2020, com dois tiros de caçadeira em plena via pública, em Esmoriz, foi agora condenado a 17 anos de prisão por homicídio qualificado.
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O arguido não compareceu na leitura do acórdão do Tribunal de Aveiro, por motivo de doença oncológica. A juíza declarou provado que o octogenário assassinou a mulher, por não aceitar o fim do relacionamento.
O octogenário ficou ainda obrigado a pagar uma indemnização de 85 mil euros ao filho de Arminda Monteiro, para além da inibição de receber herança (declaração de indignidade sucessória).
Durante as sessões do julgamento, o arguido terá negado a tentativa de matar a ex-companheira, alegando que os tiros na cabeça e na barriga da vítima foram um acidente, enquanto mexia no saco onde transportava a arma.
A juíza explicou que essa versão foi facilmente contrariada pelos vários testemunhos recolhidos, designadamente os depoimentos prestados pelas pessoas que circulavam na via pública, que descreviam que o homem, sem proferir qualquer palavra, e a curta distância, efetuou dois disparos na direção da ex-companheira. Na altura, o arguido foi retido no local por transeuntes até à chegada dos militares da GNR, tendo ficado em prisão preventiva desde então.
O homem e a vítima viveram juntos, como companheiros, durante 15 anos; casando-se em junho de 2019. O homicida começou a comportar-se de maneira possessiva e controladora no mês de agosto desse mesmo ano, após a esposa ter começado a trabalhar.
Movido pelos ciúmes, o homem começou a controlar as atividades da mulher nas redes sociais e a espiar os demais equipamentos de comunicação utilizados pela mesma. Durante uma discussão, chegou a empurrar a vítima numa zona de escadaria, tendo-lhe provocado várias lesões. Posteriormente, a mulher passou a residir em casa de familiares. Arminda Monteiro quis divorciar-se, mas enfrentou sempre resistência do marido, que não aceitava a separação.
O octogenário foi absolvido dos crimes de detenção de arma proibida e de violência doméstica, de que também era acusado.