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Styli, a goleadora que se quer em Ovar: «Podem esperar o melhor de mim em todos os jogos»

Escrito por em 10/12/2021

Já leva 8 golos desde que chegou à Ovarense e, para lá dos tentos marcados, afirma-se jogo a jogo como uma dianteira com verdadeiro perfil alvinegro. Inês Styliano foi eleita Jogadora do Mês de Novembro para a Rádio AVfm e, em entrevista no programa “Passe de Letra”, descreve-se com as características do que é, por excelência, um atleta à Ovarense. «Sou uma jogadora com muita vontade, muita raça e muito querer. Já deve ter dado para ver nos jogos da Ovarense

«Podem esperar o melhor de mim em todos os jogos. Não tenho problemas em jogar numa das alas, mas prefiro jogar na zona central porque gosto de estar à frente da baliza e gosto de marcar golos. Prefiro jogar num 4-4-2 para atuar na profundidade e sobre as linhas. Eu gosto de correr!»

A antiga jogadora da AJEF Hernâni Gonçalves chegou a Ovar esta temporada, saindo da sua zona de conforto para um desafio na II Divisão Nacional. «Após tantas épocas no Hernâni, estava na altura de dar o salto. Queria mudar e a Ovarense foi a melhor aposta. […] A balança também pesou porque não vim sozinha. As minhas colegas estão comigo, decidimos assumir e assumimos juntas.»

De facto, Styli – como gosta de ser chamada – chegou ao Marques da Silva acompanhada de diversas companheiras que, consigo, deixaram uma marca nas portuenses do Hernâni Gonçalves. No segundo patamar nacional, esta nova Ovarense tem sido destaque pelas boas exibições e, embora já não esteja na luta pela subida de divisão, parece estar no rumo que a levará, posteriormente, ao sucesso desejado.

«Os primeiros jogos não foram o que estávamos à espera: precisávamos de ganhar dinâmicas e foi difícil subirmos de forma. Agora estamos melhores.» Efetivamente, desde a chegada do técnico Miguel Afonso, que ingressou no projeto feminino substituindo Fernando Espiga no final de Outubro, a Ovarense alcançou um registo positivo de três vitórias, um empate e uma derrota, tendo Inês Styli apontado 7 dos 13 golos com que a equipa presenteou os adeptos alvinegros.

Comparando os dois líderes que a orientaram, a jogadora fala de «treinadores diferentes, cada um com a sua visão.» Sobre Miguel Afonso, as palavras são elogiosas: «O Miguel é um treinador muito ofensivo, arrisca mais e tem garra. É um treinador muito tático, pensa bastante e sabe muito sobre o jogo.»

Confessando estar a gostar da experiência da II Divisão, Styli fala de um patamar «de outro nível» e com «muito mais intensidade». No entanto, questionada sobre as possibilidades da Ovarense regressar à Liga BPI num futuro próximo, a atleta não tem dúvidas em afirmar que está inserida num «projeto que tem tudo para dar certo.»

«A minha base é o Hernâni Gonçalves. Mas, aqui, estou num clube extremamente profissional, onde tenho todas as regalias. Na Ovarense sinto um maior profissionalismo e estou extremamente satisfeita por cá estar – temos tudo para crescer. […] Para além disso, os adeptos deste clube são outra coisa e têm muita exigência, mas sentimos o apoio deles sempre que vestimos a camisola.»

Sobre o segredo para continuar a ter um impressionante registo de golos, a camisola 23 da Ovarense fala de «muito trabalho», não assumindo todos os créditos do sucesso: «eu só estou lá na frente, por isso também dou mérito às minhas colegas… não jogo sozinha.»

«A minha vantagem em relação às adversárias é a minha velocidade. Mas, claramente, nota-se a diferença de qualidade em relação à III Divisão onde eu jogava. Aqui, todas as equipas têm valor e todas as equipas podem ganhar ou perder pontos.»

Sobre a Taça de Portugal e acerca do sorteio que ditará um duelo contra o SC Braga, Styli não deixa de mostrar felicidade por jogar, pela primeira vez, contra um gigante da Liga BPI. «Vai ser um grande desafio, mas ninguém nos vai tirar a força e a vontade. Será duro, mas só jogando contra as melhores podemos subir de nível.»

A atleta que vê em Hulk um exemplo atual e em Ronaldinho Gaúcho um ídolo de infância, sublinha que se inspira no futebol das internacionais portuguesas Ana Capeta e Jéssica Silva. Aos 26 anos, Styli já tem um longo historial em frente às balizas e passou por diversas fases de evolução na modalidade, em Portugal. Não sonha com o impossível, mas promete continuar a desfrutar do futebol com a mesma certeza que a leva, diariamente, a dar o melhor de si mesma.

«Ninguém acreditava no futebol feminino, ninguém dava crédito ao que fazíamos, era um atividade para jogar ao domingo à tarde e simplesmente pela diversão. No entanto, para mim, o futebol feminino tem mais para dar a nível tático do que o futebol masculino. Nós pensamos mais o jogo, jogamos mais bola no pé, enquanto no masculino o jogo é muito mais baseado na força e agressividade.»

«Eu jogo futebol porque gosto da competição. Tudo o que vier daqui para a frente será um acréscimo, mas já me sinto realizada. É claro que gostava de jogar na Liga BPI, mas se puder chegar lá com a Ovarense será melhor ainda – para já, é por este símbolo que vou lutar.»

Veja ou reveja a entrevista a Inês Styliano, no “Passe de Letra” do passado domingo:

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Imagem: António Silva
Texto: Pedro Silva

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