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Futebol feminino: Ovarense-Fiães interrompido antes do apito final devido a tensão na bancada e relvado

Escrito por em 28/02/2022

Corria o minuto 88 do (sempre intenso) dérbi entre Ovarense e Fiães no futebol feminino quando, após o golo inaugural da partida, apontado por Inês Styliano, o jogo acabou interrompido pela árbitra de serviço, Ana Araújo.

A causa do fecho prematura do encontro, que praticamente não retomou após os festejos do golo da Ovarense, prende-se com os supostos desacatos que aconteceram, na circunstância, entre adeptos rivais e elementos afetos ao jogo.

Embora a Ovarense ainda não se tenha pronunciado oficialmente acerca da situação, o Fiães já emitiu um comunicado onde fala de uma invasão de campo e agressões físicas e verbais. Nas suas redes sociais, o clube afirma terem havido «três adeptos que invadiram o terreno de jogo e agrediram a guarda-redes suplente, ficando as atletas em estado de pânico e sem nenhumas condições para continuar a partida.»

Segundo a mesma publicação, «a equipa técnica [do Fiães] passou o jogo a ser cuspida, agredida verbalmente e até levaram com copos de cerveja cheios. O estado de pânico instalou-se com a agressão a pais e adeptos do Fiães.» À Rádio AVfm chegaram, entretanto, fotografias de um adepto do Fiães com visíveis sinais de agressão na face. Imagens que preferimos não divulgar por respeito de privacidade.

A estrutura fianense pede uma punição à Ovarense e exige mão pesada por parte da Federação Portuguesa de Futebol. Recorde-se que a fase de manutenção do Campeonato Nacional da II Divisão Feminina é disputada sob a chancela do órgão máximo do futebol português.

A nossa redação teve acesso exclusivo ao relatório da árbitra da partida. O mesmo refere que, de facto, houve uma invasão de campo por parte de dois adeptos com o cachecol da Ovarense exibido. No entanto, também confirma que a juíza Ana Araújo viu reunidas condições para que o jogo retomasse após os desacatos (garantida que estava a chegada de reforço policial ao estádio) e que, nesse momento, foi o delegado do Fiães que anunciou que a sua equipa não quereria dar seguimento à partida devido ao transtorno psicológico das atletas.

Nas observações do relatório fica ainda descrito que o delegado do Fiães terá afirmado «não se importar de perder o jogo» e que a partida teria ainda mais 9 minutos pela frente, dois de tempo útil e sete de compensação.

Uma situação que certamente fará ainda correr muita tinta. Caso o resultado do jogo se mantenha no 1-0 com que, aparentemente, ficou cifrado, a Ovarense dará mais um passo firme rumo à manutenção. Atualmente, a formação orientada por Miguel Afonso ocupa o 2º lugar da Série Norte de Manutenção com 16 pontos, a apenas um do Valadares de Gaia B.

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Imagem: Direitos Reservados
Texto: Pedro Silva


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