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Expresso do Oriente | Descobrir Viena a um ritmo lento

Escrito por em 29/04/2022

Uma das opções que fizemos quando da idealização desta viagem, foi o de ficarmos pelo menos duas noites em cada cidade. Às vezes três. Isso permite-nos conhecer melhor cada lugar, mas, acima de tudo, dar-nos possibilidade enquanto família, de respeitar o tempo, o descanso, o gozo que o Sebastião levava nas coisas. Viajar sem pressas e com flexibilidade é das maiores preciosidades e conseguir fazê-lo, um luxo que a maioria das vezes não está acessível a todos os que têm as férias contadas.

Viena estava ventosa e fresca e nós fomos explorá-la. Eu, Rafael, estava num misto entre lazer e trabalho, já que as viagens são o meu ganha-pão e por isso, com o intuito de fazer uma nova viagem para a Landescape, tinha alguns pontos que tinha como obrigatórios passar. A ideia passa também pela criação de um mapa mental que me permitisse saber mais sobre alguns locais, percorrer as ruas do centro como se ali tivesse vivido sempre, descobrir lugares que fogem à normal rota turística, experimentar restaurantes. É esta a minha vida e eu adoro. Fazê-lo em família era para mim, também, uma experiência nova. E descobri logo no primeiro dia que ia ser duro, muito duro, já que o tempo que às vezes precisava num sítio era-me limitado pela impaciência, pela fome, pelo descanso ou pela ansiedade de um bebé.

Da Catedral de Santo Estevão à Ópera de Viena, dos maravilhosos gelados da Zanoni & Zanoni à mesa do restaurante My Secret Garden (porque somos os 3 vegetarianos), dos mercados de rua onde lhe demos a provar mohn (um bolo feito a partir de uma pasta de sementes de papoila) e onde também fez amigos, ao Volksgarten (Jardim do Povo), aquele que foi o primeiro jardim público da Áustria, sem esquecer o Parlamento, os edifícios do arquiteto e visionário Hundertwasserhaus, a Câmara da cidade e claro, o Bairro dos Museus, um espaço obrigatório na capital. Durante dois dias, a cidade foi calcorreada pelos três a um ritmo lento. A cidade imperial, feita de jardins e palácios, de óperas e de igrejas monumentais, projetava-se assim para a eternidade na nossa memória. Era hora de deixar para trás a capital austríaca e apanhar o comboio que nos ligava a Budapeste, a capital húngara, a umas três horas de viagem dali.

Despedimo-nos do nosso apartamento e de “malas e bagagens”, apanhámos o metro que nos levaria de Wien Hauptbahnhof a Budapest Keleti. O Sebastião, julgávamos nós, ia descansar mal entrasse a bordo. Estávamos enganados. A energia parece que foi aumentando até chegarmos.

Venha a Hungria!

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Fotos: Rafael Polónia
Texto: Rafael Polónia

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