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Ao 3º. dia, concertos chegaram ao Ovar Expande

Escrito por em 18/10/2025

A sexta edição do Ovar Expande já começou e promete ser mais um sucesso cultural na cidade de Ovar. Os concertos começaram no dia 16 de outubro, mas foi no dia 14, com as Formações e Masterclasses, que a Escola de Artes e Ofícios de Ovar abriu as suas portas para mais uma edição do festival, que este ano tem como tema os Cantautores.

Luca Argel – Palavra Cantada: Compor é Contar

Neste primeiro dia, 14 de outubro, entre as 15:00h e as 17:30h, Luca Argel, cantautor e escritor luso-brasileiro, foi o mentor de “Palavra Cantada: Compor é Contar”. Tratou-se de uma formação num ambiente intimista, onde foi trabalhado o processo de explorar a escrita e descobrir novas formas criativas de unir o texto à melodia. Luca Argel partilhou métodos próprios de experimentação que o ajudam na construção das suas canções ao mesmo tempo que abordava os desafios aliados aos bloqueios criativos. Foi uma conversa pessoal, humana e honesta, que refletiu a ligação entre artista e público, uma das principais características deste festival.

A formação culminou com um Showcase do artista, com direito a vista sob o rio Cáster, pelas 18:30h na parte exterior do edifício da Escola de Artes e Ofícios de Ovar, que, por esta altura, já estava iluminado com as cores do Expande. Foi uma performance intimista, onde o público, sentado em almofadas no chão e sentindo-se quase em casa, ouvia a performance de Luca Argel e da sua guitarra, enquanto partilhava as histórias por detrás das suas canções, dando a conhecer um pouco mais de si e da sua visão do mundo.

Carlos Tê – Palavras para outras vozes

No dia seguinte, 15 de outubro, a masterclass ficou a cargo de Carlos Tê, o homem que escreveu letras que o país inteiro sabe de cor. De Porto Sentido a Chico Fininho, de Cavaleiro Andante a tantas outras que atravessaram gerações e se tornaram em bandas sonoras nacionais. Aos 70 anos, o portuense da Cedofeita continua a provar que a música também se faz com silêncios e vírgulas, com ritmo nas frases e emoção nas entrelinhas.

Sob o mote “Palavras para outras vozes”, a sessão partiu de uma premissa desarmante: não é preciso ser músico para escrever canções. Nessa hora e meia de partilha, Carlos Tê mostrou como as palavras podem ganhar uma melodia antes mesmo de haver uma nota. Mais do que uma aula, foi uma conversa sobre a arte de escrever para os outros, um exercício de generosidade criativa. O público, entre curiosos e aspirantes a letristas, descobriu que cada canção nasce de um lugar improvável: às vezes de uma imagem, outras de uma lembrança, quase sempre de uma urgência em dizer. E, no fim, ficou a certeza de que, para transformar palavras em música, é preciso mais do que talento, é preciso verdade.

Bia Maria + Coro da Comunidade

A par das formações dos dias 14 e 15, estava a decorrer a Residência Artística com a artista Bia Maria, cantautora portuguesa, conhecida por trabalhos como Depois de Mal Me Queres, Bem Te Quero e Tradição. A Residência Artística começou no dia 11 outubro e tem prometido um ambiente próximo entre a artista e os participantes. No primeiro dia, os participantes tiveram oportunidade de entrar em contacto com o trabalho incansável da cantora, que propõe um ambiente tranquilo, divertido e capaz de unir um grupo de diferentes pessoas para fazer parte do coro da comunidade.

Contou-se ainda com a presença de Laura Rui, artista da terra que inclusive foi uma das artistas em cartaz na edição de 2024 do Ovar Expande. O contacto com a artista foi indispensável, por ser imensamente talentosa e por ter uma capacidade de transmissão de conhecimentos teórico-práticos de fácil compreensão. A Residência Artística esteve ativa até dia 17 de outubro, dia em que decorreu o concerto de Bia Maria + Coro da Comunidade.

Entrevista com a organização Ovar Expande

Por volta das 20:50h, arrancava a transmissão da entrevista sobre o Ovar Expande, conduzida por Jaime Valente. Um daqueles momentos em que a cultura deixa de ser apenas programação e se transforma em conversa, em partilha.

Na mesa, José Licínio Pimenta, Chefe de Divisão da Cultura da Câmara Municipal de Ovar, e Gil Godinho, produtor do evento, davam voz a essa ideia de expansão que o nome carrega. Falou-se das motivações de fazer o Ovar Expande, dos desafios que as equipas enfrentam nestes eventos, mas também sobre o que os eventos culturais em Ovar representam para a cidade e comunidade.

Mazela

Na quinta-feira, dia 16, arrancaram os concertos no Ovar Expande e a artista Mazela foi a primeira a subir ao palco. Mazela é o projeto musical de Maria Roque que tem 27 anos e é natural de Castelo Branco. Arrancou com a sua jornada musical em 2020, e a sua música gira à volta de sentimentos e emoções que não consegue muitas vezes expor através da fala. Maria Roque canta e toca guitarra, acompanhada por Alexandre Mendes, que se junta também na guitarra. Mazela lançou o seu primeiro single “Naveguei (onde os outros vão)” em 2023, em 2024 apresentou o seu álbum de estreia “Desgostos em Canções de Colo” e hoje em dia vai conciliando a sua carreira artística com a de psicóloga. Antes do concerto, marcado para as 21:30h, participou no programa Prova Oral da Antena 3, apresentado por Fernando Alvim. Um momento de maior descontração aberto a algum público com a participação de Manel Cruz, que iria também tocar mais tarde.

Por volta das 21h00, o público, que fez questão de esgotar o dia, começava a ocupar a Escola de Artes e Ofícios de Ovar e ansiava-se o início do concerto, que aconteceu à hora prevista. Mazela apresentou um concerto intimista e próximo, onde o público estava em pé de copo na mão, ou sentado em frente ao palco entre tapetes e almofadas.

Um concerto com um cenário único – um abajur e dois copos de vinho, como se o palco fosse uma casa ou um espaço de conforto, onde a emoção que a artista coloca nas suas músicas corria entre a sua voz e as guitarras, e que passava ao público que, num silêncio quase perfeito, admirava a arte de Mazela. Tudo no concerto de Mazela, que tocou o seu primeiro EP, duas canções mais recentes e uma versão de A Garota Nau, contribui para um ambiente próximo que o Ovar Expande tende a proporcionar. Depois do concerto, Mazela deu uma pequena entrevista, onde conta um pouco mais sobre a sua vida e carreira e admite que foi um concerto onde sentiu o público, algo que ambiciona, mas sente que é difícil por causa da música que toca. A entrevista na íntegra está disponível no Facebook da AVfm.

Manel Cruz

Foi por volta das 22h30 que o público subiu para o piso de cima da Escola de Artes e Ofícios para acompanhar o último concerto da noite, que era também um dos mais esperados nesta edição do Ovar Expande. Falamos de Manel Cruz, de 51 anos, que aproveitou a data do seu aniversário para vir até Ovar apresentar temas que tem na gaveta há bastante tempo, mas que nunca foram editados. O artista ganhou notoriedade pela sua participação nos Ornatos Violeta, uma banda de rock alternativo que no fim dos anos 90 marcou o panorama português. Mesmo após acabarem, os Ornatos são influentes no espaço mediático da música portuguesa até hoje. Já nos anos 2000 participou em projetos com notoriedade como Pluto e Supernada, mas em 2008 decidiu aventurar-se a solo com o lançamento de Foge Foge Bandido, o seu primeiro trabalho em nome próprio.

Durante o concerto, o público assistiu a vários temas que nunca foram editados pelo artista, que ía trocando entre guitarra e ukulele, servindo-se ainda de uma harmónica para mostrar a sua música. Enquanto tocava, falava também sobre o seu processo criativo e alguns temas mais pessoais, como as obras que tem feito em casa. Apesar de adotarem estilos diferentes, Mazela e Manel Cruz proporcionaram ao público uma sensação de proximidade com a sua arte, e demonstraram-se portadores de mensagens, demonstrando a verdadeira essência do que é ser um cantautor.

O concerto terminou de forma mais energética, mas Manel Cruz, que celebrou o seu aniversário no mesmo dia do concerto, teve direito a parabéns e bolo em palco, um momento que marcou esta noite de início de concertos do Ovar Expande.

E terminou assim o terceiro dia de Ovar Expande, primeiro de concertos. Um dia de música, partilha e proximidade. Foi também neste ambiente de proximidade que a AVfm convidou três elementos do público para pequenas entrevistas, que podem ser vistas na íntegra na página de Facebook.

Confira alguns momentos do 1º. dia de concertos do Ovar Expande 2025, pela lente de Bruno Santos:

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Espreite também alguns registos de António Dias:

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Fotos: Bruno Santos e António Dias
Texto: Francisco Fidalgo, Maria Coutinho e Raquel Silva

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