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Basqueiral regressa em força a Santa Maria de Lamas. Basqueirart foca-se no drama dos refugiados

Escrito por em 02/06/2022

Já se trabalha no regresso do Basqueiral ao concelho feirense. Após um ano de interrupção e outro de reinvenção, devido à pandemia Covid-19, o festival de música que continua a contornar o mainstream está a chegar em pleno e com novidades. O evento é uma organização conjunta da Basqueiro – Associação Cultural e do Museu de Santa Maria de Lamas.

A edição de 2022 concentrará a programação principal do Basqueiral no fim de semana de 17 e 18 de junho, em mais uma edição que se pretende “ruidosa” quanto baste. O primeiro momento grande acontecerá, contudo, já no próximo sábado, 4 de junho, com a inauguração da exposição de grande formato “A Rota do Mediterrâneo”.

Com toda a ação a ter lugar, como sempre, na simpática Vila de Santa Maria de Lamas, entre as árvores e o património arquitetónico dos Jardins do Parque e do Museu, o festival promoverá a música alternativa nacional e internacional, desta feita distribuindo-a por quatro palcos.

Os visitantes, sobretudo os de paragens mais distantes, poderão em 2022 acomodar-se no Parque de Campismo, localizado junto ao recinto, com acesso gratuito para os portadores do Passe Geral do Festival.

Bizarra Locomotiva, Sensible Soccers, B Fachada, Cocaine Piss (Bélgica), The Psychotic Monks (França), Nuha Ruby Ra (Reino Unido), Blu Samu (Bélgica), Conferência Inferno, Maria Reis, Daguida, Angelica Salvi (Espanha), Yakuza e Linda Martini são nomes que se reúnem no cartaz do Basqueiral.

Conhece melhor todo o alinhamento do evento:

– Palco Lago –

Angélica Salvi

Angélica Salvi é uma harpista espanhola, com uma grande carreira artística. Já colaborou com compositores e orquestras, tendo participado em vários projetos de música experimental, dança, artes visuais e teatro.

Ao longo dos últimos 10 anos, mergulhou no mundo do jazz, pop, rock e eletrónica, chegando a trabalhar mesmo com bandas.

Em 2019, lançou “PHANTONE”, o primeiro álbum a solo, baseado em harpa e eletrónica.

– Palco Museu –

daguida

Algures entre Ovar e Contumil,
os daguida nasceram no inverno de 2000.
Vestem seus pijamas, abanam suas canas,
a terra é Santa Maria de Lamas!

Yuran, Gecko e Koala são os operários desta fábrica de canções especializada em bandas sonoras trágico-cómicas. Observando a condição humana, expõem a sua análise através da música e do humor.

Nuha Ruby Ra

Nuha Ruby Ra, rainha do avant-punk do leste londrino, tem cultivado uma legião de seguidores e um impressionante catálogo de colaborações e aberturas de concertos de bandas de renome.

O primeiro EP, “How to move”, lançado em 2021, confirma que estamos na presença de um sismo que abalará os alicerces da música, fazendo-nos ansiar pela chegada do primeiro longa duração.

Cocaine Piss

Os belgas Cocaine Piss são especialistas na provocação furiosa de alta voltagem e não desperdiçam uma ocasião para estimular a euforia e a desorientação de quem se coloca à mercê do seu caos sónico.

Quem assistiu ao gatinhar da banda pensará que não será possível atingir um grau de selvajaria superior mas, a verdade é que, concerto após concerto, o nível não para de aumentar.

Blu Samu

Algures entre poeta e samurai urbana, Blu Samu é a nova sensação do Hip Hop belga, contando-nos a sua história com uma peculiar e intuitiva mistura de hip hop, trap e soul.

O seu talento não passou despercebido aos Redbull Elektropedia Awards que não hesitaram em atribuir-lhe o prémio de melhor artista emergente na categoria de música urbana, catapultando-a para palcos europeus.

Conferência Inferno

Os Conferência Inferno produzem o seu som nas profundezas do submundo, onde confluem as lavas da electrónica industrial, kraut, no-wave e do pós-punk.

Com percurso iniciado em finais de 2018 e com um EP lançado em 2019, “Bazar Esotérico”, é em 2021 que a mensagem urbano-depressiva da banda alcança o reconhecimento unânime da crítica, com o seu primeiro LP “Ata Saturna” a constar nos lugares cimeiros das inúmeras listas de álbuns do ano.

Yakuza

YAKUZA é um trio lisboeta que nasceu em plena pandemia. É constituído por Afonso Serro (teclista), André Santos (baixista) e Alexandre Moniz (baterista).

“AILERON” foi o álbum de estreia e “Tunning” foi o primeiro single a ser lançado. A banda, apresenta uma sonoridade de jazz “tunada”, sendo notórias as influências de house e hip hop, tornando os ritmos estimulantes.

Palco Tendinha dos Clérigos

Bizarra Locomotiva

Percursores da música industrial em Portugal, os Bizarra Locomotiva são hoje a principal referência do género no panorama musical nacional. Arrancando em 1993, a locomotiva leva já com quase 30 anos de carris derretidos a todo o vapor.

Com vários álbuns aclamados e inúmeros palcos em ruínas, a máquina não dá sinais de fadiga, preparando-se para o regresso em 2022 às gravações discográficas, com um novo álbum de originais.

B Fachada

Impossível de classificar, B Fachada é um dos nomes mais sui generis da, arrisquemos, música popular portuguesa atual. Desde 2007, dificulta a vida dos rotuladores, quer pela sua genialidade que se traduz num ritmo incessante de edições discográficas, como pela invariável variedade com que nos surpreende a cada passo do seu percurso.

Invariável é igualmente a comunhão e a cumplicidade com o público dos seus míticos e esgotados concertos.

Sensible Soccers

Após um década de existência, os Sensible Soccers não deixam de surpreender pela capacidade de explorar novos horizontes, dificultando a tarefa de a compartimentar.

Nos seus temas juntam a eletrónica com instrumentos orgânicos, fugindo ao formato tradicional de canção e optando maioritariamente por estruturas e arranjos em progressão.

A hipnose com que envolvem o publico é já lendária, conferindo-lhes um estatuto de culto.

The Psychotic Monks

Os The Psychotic Monks expressam-se num caos descontrolado, mas deliberado.
Ruído e fúria impulsionada pelo pulso da vida, num equilíbrio entre a loucura neurótica e a melancolia contemplativa.

Os franceses estão juntos desde 2015, intoxicados pela experimentação bem patente nos registos discográficos já lançados, incluindo dois longa-durações. Cada concerto é um convite a embarcar num navio distópico.

Linda Martini

O último nome a ser anunciado foi Linda Martini.

A banda de rock portuguesa, com influências de post-rock e punk, marcará presença no Basqueiral.


O concerto faz parte da tour que estão a realizar por todo o país, onde apresentam, entre outros temas, o álbum lançado no início deste ano, ERRÔR.

– Palco Missa Alternativa –

Maria Reis

A artista lisboeta Maria Reis, cofundadora da Cafetra Records, é caracterizada por cantar sobre si e o seu mundo infinito, com a honestidade na boca e uma fúria controlada sem igual, carregando com um sorriso na cara a autoridade suprema de poder representar uma geração inteira.

Maria Reis lançou este mês o álbum “Benefício da Dúvida”. Da sua discografia ainda fazem parte “Maria” (2017), “Chove na Sala, Água nos Olhos” (2019) e “A Flor da Urtiga” (2021).

– Basqueirart –

O Basqueirart é a extensão artística do Basqueiral. Decorrerá de 4 de junho a 4 de setembro, funcionando como um “braço armado” da organização, na medida em que, uma vez mais, dará nas vistas ao colocar em reflexão um tema fraturante da atualidade. Utilizando a arte como meio de consciencialização e debate de ideias, em 2022 o tema condutor deste “festival dentro do festival” será o drama da crise dos refugiados.

Da programação “extra concertos” farão parte uma exposição de fotografia, instalações artísticas e um ciclo de mostras cinematográficas, entre outras iniciativas.

A Rota do Mediterrâneo

A Exposição fotográfica “A Rota do Mediterrâneo” apresentará um conjunto de registos perturbadores, que documentam uma das rotas de migração mais mortíferas da história da humanidade: a travessia do Mar Mediterrâneo.

A mostra, uma estreia em Portugal, foi cedida pela Agence France Press, a mais antiga agência noticiosa do Mundo. Graças a uma seleção criteriosa realizada para a exposição, esta contemplará nomes internacionalmente reconhecidos, como o premiado fotojornalista grego Aris Messinis.

A exemplo do ano anterior, o Museu de Lamas irá trajar a rigor, graças à presença de um conjunto de instalações artísticas, subordinadas ao mote da mostra, que irão preparar os visitantes para o impacto da exposição que irão descobrir na última, já por si impactante, sala do Museu.

A exposição pode ser visitada por maiores de 12 anos. O acesso será gratuito no dia da inauguração, 4 de junho e no dia seguinte, bem como no último dia, 4 de setembro. Os portadores do Passe Geral do Festival Basqueiral também poderão visitar livremente a exposição nos dias dos concertos, a 17 e 18 de junho.

As visitas noturnas, de grande sucesso em 2021, voltarão a garantir experiências (ainda mais) profundas. A decorrer nas sextas-feiras 8, 15, 22 e 29 de julho, 19 e 26 de agosto e 2 de setembro, entre as 21h30 e as 24h00, serão seguramente momentos intensos que irão perdurar nas memórias dos visitantes.

Ciclo de Cinema

Ao longo dos 3 meses do Basqueirart haverá também o regresso da exibição de peças cinematográficas, em parceria com o Festival de Cinema Internacional CineEco de Seia. A programação, escolhida à medida do tema do Basqueirart, alinhará curtas e longas metragens, para adultos e graúdos, explorando o fenómeno cada vez mais crescente das crises migratórias por motivos ambientais.

Em breve começarão a ser divulgadas as datas e os horários destas e de outras iniciativas.

– Bilhetes –

As entradas individuais, para cada dia de concertos, custarão 15€. Para assistir aos dois dias de concertos (garantindo acesso gratuito ao parque de campismo e exposição) a alternativa será adquirir o Passe Geral, que até 10 de junho, inclusivamente, estará a 20€, aumentando depois para 25€. As entradas podem ser obtidas através da Bilheteira On-line ou nos pontos de venda habituais: Lojas Fnac e Worten, Museu de Lamas, Cork&Manias – Tabacaria e Museu Vivo da Fogaça.

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Fotos: Direitos Reservados
Texto: Irina Silva

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