Basquetebol: Houve alma, coragem e espírito Vareiro; Ovarense ficou perto de forçar jogo 4 na meia-final
Escrito por AVfm em 30/05/2025
A balança pendia claramente para o Benfica. Vindos de duas vitórias esclarecedoras nos dois primeiros duelos da meia-final e a jogar diante de uma Ovarense que, mesmo em casa, continuava condicionada nas suas escolhas – com Render Woods e Delaney Blaylock à procura da melhor forma e Lual Rahama indisponível -, os encarnados esperavam fechar o playoff com mais um triunfo tranquilo. Mas, em Ovar, a segunda parte foi de uma super Ovarense, que esteve perto de forçar o jogo 4 e acabou mesmo por recuperar uma desvantagem de 19 pontos trazida do intervalo para entrar nos derradeiros 10 minutos do encontro a vencer de forma surpreendente. No final, foi o Benfica a prevalecer; mas nada apaga a alma e espírito dos alvinegros.
O Benfica até entrou autoritário no encontro e venceu o primeiro quarto com um 8-22. O conjunto orientado por Norberto Alves mostrou-se eficaz nos lançamentos de campo e dispôs, em cima disso, de várias segundas chances mesmo quando o acerto não era o necessário; com um forte jogo interior, a turma dos encarnados parecia encaminhar de forma definitiva a decisão da meia-final.
A reação da Ovarense ainda se sentiu até ao intervalo, nomeadamente no arranque do segundo período. A conseguir alinhar as suas marcações e a mostrar, finalmente e com alguma frequência, eficácia ofensiva, os alvinegros chegaram a andar na frente do período e a rebater ligeiramente a desvantagem de 14 pontos que traziam dos primeiros 10 minutos.
Ora com penetrações frontais do inevitável Gustavo Teixeira; ora com uma sociedade bem conseguida entre o base da Ovarense e Daniel Oladapo; ora mesmo com os primeiros sinais de mão quente para os atiradores da Ovarense, que apareceram para os primeiros triplos da equipa em todo o encontro no segundo quarto. Tudo bons sinais que, porém, seriam contornados por um fecho de primeira parte (novamente) forte por parte do Benfica.
Os encarnados foram mesmo capazes de vencer o segundo período por 20-25 e aumentaram para 19 (!) a vantagem no seu score. Ao intervalo, com uma Arena de Ovar a rebentar pelas costuras, o ambiente era de alguma consternação e sentia-se o fim da época a chegar a passos largos. Mas a Ovarense tinha mesmo outros planos para a segunda parte.
Não foi paulatinamente, foi mesmo de forma abrupta. Uma recuperação épica em apenas 10 minutos colocou a Arena em polvorosa; em campo, a Ovarense passou de estar a perder por 19 para estar a ganhar por 2 pontos. O recital de basquetebol dos alvinegros foi acompanhado por uma alma e um espírito ímpar e que lançou a equipa de João Tiago Silva de forma clara para a discussão do encontro.
35-14 no terceiro quarto e um surpreendente 63-61 na entrada para a reta final do encontro. A Ovarense ainda prometeu réplica até ao buzzer final com triplos a saírem das mãos de Nuno Morais; mas a experiência dos encarnados voltou a deixar o tricampeão nacional na mó de cima.
Com Makram Romdhane à cabeça e bons contributos de Aaron Broussard e Betinho Gomes, o Benfica acabou por virar novamente a balança a seu favor. No final, com um 80-89, foram mesmo os visitantes que se apuraram para a final; ficam à espera de adversário vindo da outra meia-final, onde o FC Porto recolhe, até ao momento, favoritismo sobre o Sporting.
Para a Ovarense, a derrota significou mesmo o fecho da temporada. Mais uma vez nas decisões dos troféus nacionais, os alvinegros mostraram novamente uma capacidade impressionante de se reinventarem e mais… de se baterem contra adversários que, teoricamente, têm mais condições do que as suas.
Ovarense GAVEX – João Tiago Silva
SL Benfica – Norberto Alves
Foi ao ritmo de um ambiente contagiante que a equipa se despediu dos mais de 2000 adeptos presentes na Arena. A eliminação às mãos do Benfica passou rapidamente para segundo plano, com amor vindo das bancadas para todos os jogadores alvinegros e aquele que foi, sem sombra de dúvidas, o reconhecimento por mais uma época muito conseguida para a equipa orientada por João Tiago Silva.
No jogo que fechou 2024/25, Gustavo Teixeira evidenciou-se como o melhor jogador da Ovarense nesta reta final de temporada. O base português anotou uma exibição impressionante, registando 24 pontos, 6 ressaltos e 8 assistências. Daniel Oladapo (14 pontos, 6 ressaltos, 1 assistência) e Rodrigo Soeiro (11 pontos, 4 assistências) também estiveram a bom plano.
Imagem: Direitos Reservados
Texto: Pedro Silva