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Camião com ajuda para a Ucrânia já partiu de Ovar. Acolher refugiados é a próxima prioridade!

Escrito por em 08/03/2022

Partiu esta segunda-feira, 7 de março, o camião com os bens essenciais angariados pela campanha de solidariedade com o povo Ucraniano do movimento designado “Ovar, Vamos Ajudar?”.

Motorista colaborou na carga do camião

Durante a manhã foram carregados os bens embalados e armazenados no quartel dos Bombeiros Voluntários de Ovar. Pouco depois das 12h00 o pesado dirigiu-se para Esmoriz, onde completou a carga com os artigos que a corporação de bombeiros local tinha prontos para expedir. Seriam cerca de 15h30 quando o camião dos TDN – Transportes David Neto arrancou em direção à Polónia, com um motorista Ucraniano ao volante.

O destino da carga humanitária é um grupo de voluntários, semelhante ao que foi criado no nosso concelho, com base na Polónia. Com facilidade de deslocar rapidamente pequenas cargas aos locais onde os produtos estejam a fazer mais falta ao povo Ucraniano, é certo que dessa forma as necessidades de hospitais, locais de acolhimento e famílias possam ser identificadas e satisfeitas durante algum tempo.

Na verdade, a forte adesão da comunidade vareira à campanha, fez com que o camião, fretado pelas 5 Juntas de Freguesia vareiras, com metade do custo da viagem a ser suportado pela própria transportadora, não chegasse para carregar todos os bens essenciais arrecadados.

Foi contudo possível, através do contacto com a transportadora Transfratina, de Santa Maria da Feira, aproveitar o espaço que ainda tinham disponível no seu camião para enviar as restantes paletes. Esse pesado, por sua vez, terá arrancado na madrugada desta terça-feira para o mesmo destino.

Motivo de orgulho para todos os envolvidos na campanha é, não só a quantidade de produtos angariada em tão pouco tempo, mas também a qualidade das cargas, formadas pelos bens mais necessários na frente de combate: medicamentos, primeiros socorros, alimentação não perecível, produtos de higiene, pilhas, etc..

Não faltando vontade e até mesmo a possibilidade de se proceder à angariação de bens para um segundo envio, tal ideia está para já colocada de parte, até porque durante o fim de semana já chegaram a Ovar os primeiros refugiados vindos da Ucrânia e é necessário canalizar energias e recursos para o seu bom acolhimento.

Trocamos algumas ideias com a Assistente Social da União das Freguesias de Ovar, que tem coordenado o projeto de ajuda humanitária do concelho e é uma das administradoras do Grupo de Voluntários “Ovar, Vamos Ajudar?”. Adriana Maia confirmou a presença entre nós de pelo menos um grupo de 4 mulheres e 7 crianças, com idades entre 18 meses e 12 anos. Como virá a ser recorrente, os elementos masculinos desses agregados familiares não abandonaram a defesa da Ucrânia da invasão Russa, mantendo-se ao serviço das tropas que defendem o território.

Adriana Maia explicou-nos que agora será tempo de concentrar as atenções nestas e noutras famílias que estarão a chegar, constituídas maioritariamente por mulheres e crianças, avaliando e identificando as suas necessidades específicas. Assim, os pedidos de apoio que os Voluntários irão divulgar serão doravante mais direcionados a situações concretas, podendo vir a ser pedidos móveis, eletrodomésticos, vestuário ou alimentação, em suma itens essenciais para quem chega sem nada e precisa de se acomodar.


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Partilhando que já houve lugar à entrega de alguns bens, Adriana Maia apelou, para já, à doação de roupa para crianças (camisolas, leggings, t-shirts, pijamas, fatos de treino, etc.), nos seguintes tamanhos:

  • Menina: 3 anos (tamanho 98-110 cm),
  • Menina: 5-6 anos (tamanho 110-116 cm),
  • Menina: 9-10 anos (tamanho 128-134 cm),
  • Menino: 12 anos (tamanho 146-152 cm).

A Técnica Social pede que compreendam que atualmente só consegue aceitar estes tamanhos específicos no Balcão da União das Freguesias de Ovar, pois não dispõe de espaço para armazenar. Por outro lado, este método evita o “desperdício” de bens, que eventualmente as pessoas poderão doar a outras instituições, sendo canalizadas para outro tipo de respostas.

Os apoios necessários não se resumem, contudo, a bens materiais. Também os serviços de várias atividades profissionais poderão ser muito úteis. Adriana Maia mencionou, por exemplo, o apoio jurídico à legalização dos cidadãos Ucranianos através da obtenção do estatuto de refugiados.

Encontrar alojamentos para os agregados familiares, chegar a acordo com empresas e empresários para os poder inserir no mercado de trabalho e angariar apoios educativos, como aulas de português, serão tarefas onde a boa vontade de muitos poderá fazer a diferença.

Os refugiados não devem ser olhados como “coitadinhos”. Falamos de pessoas que fugiram de um ambiente hostil para proteger as suas famílias, que chegam a Portugal e a Ovar com o sentimento de terem encontrado um porto de abrigo seguro. Devemos, pois, tudo fazer para que se possam integrar na comunidade, de forma a que se possam tornar autónomas e contribuir logo que possível; mantendo uma atenção muito especial à sua fragilidade emocional. Não nos podemos esquecer que deixaram para trás pais, maridos e irmãos, vivendo na incerteza se um dia se voltarão ou não a reunir…

Estamos certos que Ovar saberá receber essas pessoas, dando-lhes a oportunidade de recomeçar as suas vidas!

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Fotos: cedidas por Adriana Maia
Texto: Irina Silva

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