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Dia Mundial do Médico de Família: 1,3 Milhões de Portugueses estão à espera de ter o seu…

Escrito por em 19/05/2022

Comemora-se hoje, dia 19 de maio, o Dia Mundial do Médico de Família. A efeméride pretende valorizar estes profissionais e os progressos na medicina familiar.

A Ministra da Saúde, Marta Temido afirmou que os especialistas em Medicina Geral e Familiar (MGF) garantem a qualidade da prestação de cuidados do Serviço Nacional de Saúde (SNS), sobretudo no último período marcado pela doença Covid-19, tendo contribuído bastante para a resposta à mesma.

Marta Temido recordou que o Médico de Família é um profissional de saúde que acompanha o cidadão ao longo de toda a vida e é por isso “um dos rostos em que os portugueses confiam”. Segundo a governante, estes médicos garantem uma resposta assistencial e promovem a saúde e a prevenção da doença, sendo determinantes para os ganhos em saúde no país.

Recordou também que o Governo já assumiu o compromisso de melhorar as condições de trabalho e remuneratórias dos seus profissionais.

A perspetiva do Bastonário da Ordem dos Médicos

O Bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, também enalteceu o papel indispensável dos profissionais de MGF e elogiou a sua resiliência, humanismo e solidariedade.

Dirigindo-se ao Governo, pediu condições mais favoráveis para fixar os Médicos de Família no SNS, relembrando que este não sobrevive sem estes profissionais. Afirmando que não se trata apenas de remunerações justas, Miguel Guimarães quer lutar por condições de trabalho, como o acesso à tecnologia, a criação de incentivos locais, a desburocratização do trabalho do médico, a oferta de uma expectativa de carreira e a valorização do seu papel no SNS.

O Bastonário lamentou que, segundo a Administração Central do Sistema de Saúde, existam mais de 1,3 Milhões de Portugueses sem Médico de Família atribuído.

Alertou que a situação poderá piorar, uma vez que, durante este ano, cerca de 1.000 médicos podem reformar-se. Alargando a espaço temporal, adiantou que no próximo ano podem vir a reformar-se mais 400 profissionais e quase 300 em 2024.

Se todos os médicos em idade de reforma decidirem efetivamente sair a situação ficará ainda mais crítica!

concluiu Miguel Guimarães

No que toca à formação destes profissionais, o Bastonário recordou que, nos últimos 10 anos, foram especializados em Medicina Geral e Familiar cerca de 500 médicos por ano. Contudo, esclarece que apenas 70%, cerca de 350, concorrem aos cargos disponíveis e muitos dos colocados acabam por sair do SNS nos anos seguintes, quer para migrar para o setor privado quer para o estrangeiro, onde lhes são oferecidas condições mais atrativas.

Exemplificando essa migração, Miguel Guimarães recordou que no último concurso, em dezembro de 2021, para um total de 235 vagas concorreram 241 candidatos. Contudo, apenas foram preenchidas 160, o que significa que 81 médicos optaram pela não colocação, provavelmente pela oferta não ser apelativa.

Como forma de “resolver” a situação atual, o Bastonário comentou que para dar cobertura a todos os utentes, bastaria a contratação, pelo SNS, de 700 Médicos de Família. Adiantou que neste momento há cerca de 1.500 médicos de família a trabalhar exclusivamente no setor privado ou social. Posteriormente, com as reformas, seria necessário alargar o número de contratações.

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Fotos: Direitos Reservados
Texto: Irina Silva

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