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Expresso do Oriente | Buda e Peste, o descobrir de uma cidade majestosa

Escrito por em 01/06/2022

O comboio leva-nos de capital em capital, de uma imponente Viena a uma majestosa Budapeste. A cidade que antes era dividida em duas, tem na colina do antigo castelo e no parlamento os seus highlights. Já antes havia estado em Budapeste, uma das cidades atravessadas por um dos pulsares do velho continente, o rio Danúbio, mas esta seria – como todas as seguintes – uma experiência única, pois viveríamos durante 3 dias sob o olhar atento do pequeno Sebastião.

Chegámos já no início da noite, o pirralho sem dormir, excitado com o primeiro trajeto de comboio fora de Portugal, saindo de uma estação magnífica, numa cidade que mistura já uma série de culturas e povos. Caminhámos, como fazemos a maioria das vezes, até ao nosso alojamento, com todos os sacos e cansaço atrás e esperámos que nos viessem abrir a porta. Demos voltas ao quarteirão, mostrámos street art ao Sebastião, reclames de comida japonesa, néons que brilhavam de forma espalhafatosa. Finalmente, casa. Ao contrário do anterior, este era um estúdio, o que percebemos logo ser um problema no momento em que tinha que dormir, pois não havendo divisão de compartimentos, facilmente mexer nos talheres, podia despertar a curiosidade do “bichinho”. Felizmente a natureza deu-lhe um sono profundo, que só o faz despertar quando tem mesmo que ser. Santo!

Os dias seguintes foram para experimentar o novo acesso para cadeiras de rodas e carrinhos de bebé à colina do castelo, aos palácios em redor, à cidadela e como cenário de Instagram, o Bastião dos Pescadores, que tem Peste como fundo. Do outro lado, o Parlamento, onde passeámos, ao lado do memorial, todo ele feito de sapatos, dos judeus assassinados no país à mão dos nazis. Pelo meio, passeávamos por entre igrejas, descansávamos, mudávamos fraldas no meio da rua, comemos e demos a provar, pela primeira vez, um gelado. Deixávamos correr, deixávamos cair, deixávamos chorar, deixávamos Budapeste só para ele descobrir, à maneira dele.

Escolhemos para nós um caminho na formação do nosso filho e esse caminho passa pela descoberta livre, pelo levar à boca, pelo cair mesmo que se magoe (pouco), pelo chorar, porque chorar também faz parte e faz parte aprender que chorar é natural e tem que ser feito, tem que ter o seu tempo, tem que acabar quando ele perceber que já não faz sentido ou que a dor já passou. Faz parte viver com as frustrações do que não consegue fazer, faz parte provar picante ou limão, se ele o levar à boca (de maneira sempre controlada) porque a diferença, é o que o faz aprender. Foi o caminho escolhido. Certo ou errado? Nunca o vamos saber.

Uma das coisas que gostamos de fazer, é levá-lo a ver animais (não humanos, neste caso e sem ser em zoos e em circos). A caminho dos banhos termais – uma das passagens obrigatórias – um lago imenso tem peixes do tamanho do mundo, tão grandes que o Sebastião se sente mini perto deles e foi ali que ele, de dedo em riste, apontava um e outro, como se os contasse a todos e pela primeira vez, atirou migalhas para comerem. Os dias acabaram então nos banhos termais do complexo de Széchenyi, um dos muitos existentes na cidade, que já na altura dos romanos eram usados. Um complexo que se divide entre piscinas cobertas e descobertas, com água que vai até aos 38º e onde o Sebastião, depois de dormir uma boa sesta, acabou o seu dia também, como um peixinho em delírio!

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Fotos: Rafael Polónia
Texto: Rafael Polónia

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