Feijoeiro-da-Índia da Biblioteca de Ovar classificado como árvore de interesse público
Escrito por AVfm em 06/03/2021
Na passada terça-feira, 2 de Março, foi publicada no Diário da República a decisão do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), que considerou a “Árvore da Biblioteca de Ovar” um exemplar de interesse público.
A candidatura foi submetida em 2017 pelos ambientalistas da Associação Amigos dos Cáster, que pretendiam garantir a preservação deste exemplar de Feijoeiro-da-Índia (Erytrina crista-galli), agora aprovada pelo ICNF.
Alguns dos argumentos que constavam na candidatura para a preservação da árvore eram os seus atributos, nomeadamente as grandes dimensões, a bonita floração, a singularidade da forma, o fato de ser uma espécie pouco comum no nosso país e a característica de uma pernada da “árvore mãe” ter caído, enraizado no solo e dado origem a novo exemplar.
A associação ambientalista tomou conhecimento desta decisão com grande satisfação, mas relembra que a mesma acarreta uma responsabilidade acrescida, sendo um dever cívico zelar pela sua proteção e conservação.
A História da Árvore
O Feijoeiro-da-Índia, existente na zona da Biblioteca Municipal de Ovar, teve, ao longo da sua história, vários contratempos, que a tornam ainda mais invulgar.
Os Amigos do Cáster relembram que, numa tempestade que marcou o mês de Maio de 2017, a árvore viu um dos seus ramos ser quebrado pelos ventos fortes. A resiliência do Feijoeiro-da-Índia não só permitiu que esta sobrevivesse como ainda germinou uma “árvore filha” no sítio onde o ramo partido caiu e criou rebentos, processo de multiplicação vegetativa que não é frequente observar em árvores.
A Associação ambientalista ressalta a beleza do exemplar, sobretudo na época em que se encontra com as flores a desabrochar. Conta com uma copa exuberante, com vários ramos interiores que lhe dão grande profundidade, albergando também inúmeras aves.
Recordam também que a sua localização numa zona urbana, muito próxima de espaços públicos justificava a urgência do dever da sua proteção. As suas raízes expostas, acima do nível da terra, são mais facilmente deterioradas pelo que se pede o máximo cuidado com o meio-ambiente onde se encontra a árvore, agora reconhecida nacionalmente como um exemplar de interesse público.