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Ovar em Jazz’23: concerto dos Fuzzo no Bar do CAO encerrou a edição de 2023

Escrito por em 28/04/2023

Rock psicadélico, blues, krautrock, prog, free jazz, noise, música eletrónica e afrobeat: estas são apenas algumas das influências do grupo Fuzzo, que encerrou o festival Ovar em Jazz de 2023.

O trio de Virxilio da Silva, Xan Campos e Chus Pazos demonstrou-nos, no seu característico estilo de improvisação acumulativa, um groove inacabável, o cariz inabitual do sintetizador complementando a guitarra elétrica na sua busca por uma sonoridade e textura diferentes.

E sem dúvida que a encontraram – os Fuzzo levaram-nos numa viagem muito especial, entre momentos de descoberta de novas texturas a abordar, até passagens de absoluto preenchimento e poder no som, com partes verdadeiramente de arrepiar.


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A bateria teve, também, um papel interessante na construção da música, pois não era a bateria no característico ritmo jazz, mas sim o instrumento em que se notava mais a influência de todos os estilos diferentes que compunham a música dos Fuzzo.

A variedade que existiu ao longo do concerto também foi muito cativante, pois, para além de haver secções de maior e menor intensidade, também eram diferentes em termos de andamento, e notava-se a diferença em termos de musicalidade de tempos em tempos, enquanto mantendo sempre a união da improvisação acumulativa. Ainda que fosse uma só música muito longa, ela nunca se tornou obsoleta com toda esta diversidade, e notava-se que o público ia sempre reagindo positivamente e continuava a demonstrar entusiasmo com a música.

Também foi muito interessante a maneira como o ritmo foi ficando cada vez mais e mais intrincado à medida que o concerto progredia – foi uma maneira muito interessante de manter o público a querer mais e mais, e aguçar este sentido de progressão e aventura pela música fora.

Para além disso, foi cativante o papel do sintetizador na improvisação, pois trouxe à instrumentação uma enorme galeria de técnicas, texturas, cores, sonoridades por onde construir e inovar, e dava à música um caráter muito mais original.

E, claro, não podia deixar de referir – podia ser improvisação, mas era sempre vanguardista e experimental, e não era como nada que eu tivesse ouvido antes.
E, quando uma coisa é única… normalmente é bom sinal.

Ouça a entrevista realizada aos membros do Fuzzo, no âmbito do concerto no Ovar em Jazz:

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Fotos: Direitos Reservados
Áudios: Jaime Valente
Texto: Mariana Rosas

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