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Ovar em Jazz’24: Mário Costa Quarteto abriu programação com música refrescante e inovadora

Escrito por em 29/04/2024

No passado dia 17 de Abril, a população vareira teve a oportunidade de assistir, através do Ovar em Jazz, a um concerto de música que primou em criar música refrescante e inovadora, e, no entanto, sem perder um maravilhoso sentido de intimismo e expressividade – foi esta a música que nos chegou do quarteto de Mário Costa, formado pelo próprio, Benoît Delbecq, Bruno Chevillon e Gileno Santana.

Ao longo do concerto, uma das primeiras coisas que me saltou à vista foi, precisamente, a maneira como o piano era usado magistralmente para servir à emocionalidade da música que era tocada – sempre presente como elemento-chave nos momentos mais intimistas e ternos, era incrível como a linguagem harmónica se moldava para uma linguagem mais tonal, particularmente no fim das peças, permitindo terminá-las num tom mais ou menos conclusivo, mas sem que o fim se tornasse abrupto ou perdesse o seu impacto.

Tornou-se bastante interessante a coesão entre os vários instrumentos musicais, apesar da disparidade flagrante de linhas melódicas entre eles – a harmonia é raramente não ousada, e de facto bastante singular, o que tornava digno de menção o facto de, ainda assim, não soar a improvisação. Para além disso, não deixa de ser interessante a maneira como quando a melodia se torna mais “tonal”, digamos assim, se nota que é um culminar da música, uma perda de força que demonstra que o “perfeito” muitas vezes pode ser bastante vazio – o que apenas exalta a riqueza harmónica da música de Mário Costa.

O que não é nada de novo – na verdade, já se sabia que quanto mais perfeito, mais vazio desde o contraponto renascentista. Mas, continua a ser incrivelmente relevante ver um compositor a jogar com isto a seu favor, e a criar nuances realçando, de facto, a riqueza da própria harmonia que marca o desenvolvimento das obras em contraste com o fim, que com estas características parece dissipar-se calmamente, mas de forma marcante.

Será, também, importante salientar a maneira como os timbres eram utilizados – a maneira como um ensemble de jazz que, em termos de instrumentação, era bastante tradicional pode criar sonoridades tão diferentes e texturas tão ímpares.

Para além disso, nota-se definitivamente o objetivo do projeto – o de destacar o que havia de melhor em cada um dos instrumentistas, o que se tornou aparente e veio demonstrar a flexibilidade e variedade louváveis nas composições de Mário Costa. E era, mais uma vez, excelente a maneira como todas estas características tão particulares eram combinadas num resultado tão pertinente em termos musicais.

Em conclusão, uma experiência incrível com música extremamente imersiva e com uma musicalidade deveras interessante, e uma qualidade atmosférica decididamente única e bela. Definitivamente a repetir!

Deixo a entrevista realizada com Mário Costa, no âmbito do concerto do seu quarteto no Ovar em Jazz:

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Fotos: Ovar Cultura
Áudios: Jaime Valente
Texto: Mariana Rosas

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