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Ovarense B aponta aos 3 pontos mas erros defensivos desviam a «flecha»

Escrito por em 16/01/2018

«Os ataques ganham jogos, as defesas ganham campeonatos.» Esta frase de Phil Jackson, homem ligado ao basquetebol, há muito que também faz escola no futebol e é uma máxima intemporal, aproveitada pelos melhores da modalidade. No entanto, a retórica da bola no pé é muito mais do que chavões feitos. Nunca uma frase, por mais genial que seja, pode aplicar-se a todos os casos.

O caso desta crónica é diferente, leva-nos ao Estádio Marques da Silva e à AD Ovarense B. A equipa do prof. António Tavares continua sem conseguir vencer na Série A da 2ª Distrital de Aveiro e, no seu último desafio, sucumbiu perante um CD Estarreja B e um resultado de 2-1. Um desaire que muito se deve a dois golos concedidos após clamorosas falhas defensivas.

Não haverá ninguém que, no seu perfeito juízo, considere que esta equipa da Ovarense B (defesa incluída) tem qualidade para se bater pelo campeonato. No entanto, mesmo uma defesa que não ganha competições, tem obrigação de suportar o ataque que quer ganhar jogos. E esta defesa vareira não o tem feito.

Inegavelmente, o reduto mais recuados da Ovarense B está melhor do que no início da temporada mas, nos momentos cruciais, continua a dar tiros nos pés. Algo que aconteceu contra o Estarreja B, quando tudo parecia encaminhado para que a Ovarense pudesse somar os 3 pontos. Ainda assim, não fosse o guardião Dani, as coisas até poderiam ter sido piores.

O homem das luvas alvinegras foi dos melhores em campo neste jogo da 12ª jornada e fez por merecer um resultado diferente… mas não foi o único. Da sua baliza, viu uma excelente exibição de Zé Pedro e de Zé Pinto. E ainda viu uma segunda parte de bom nível de um recém recuperado Flecha que fez os primeiros 45 minutos da temporada.

No entanto, o ataque da Ovarense B demorou a carborar e, com maior qualidade de jogo (mesmo com o terreno empapado pela chuva), o Estarreja B começou bem mais atrevido. À passagem do minuto 2, os comandados de Paulo Melo já visavam a baliza e deixavam as luvas de Dani a arder.

Por sua vez, a Ovarense só conseguiu chegar a zonas de tiro quase em cima da meia hora. Primeiro foi Carlos a tentar a sorte de muito longe. E depois foi João Campino (que joga melhor com o móvel Zé Pinto por perto), avançado que desperdiçou as duas melhores chances vareiras no primeiro tempo, aos 28′ e 32′.

Pelo meio, o Estarreja conseguiu mesmo inaugurar o marcador. Aos 29′, na cobrança de um livre lateral, os visitantes aproveitaram um corte incompleto dos defensores vareiros para, à boca da baliza, marcarem contra um desamparado Dani.

Os visitantes até se deram ao luxo de desperdiçar um penálti em cima do intervalo, numa altura em que a Ovarense B já tinha começado a mexer no xadrez do meio-campo. Aleixo deu o lugar a Ventura aos 36′, mas quem dominava as operações a partir do meio era mesmo Zé Pedro.

O habitual convocado da equipa A parece ter encarado esta «despromoção» à 2ª Distrital da melhor maneira. Fazendo uso do seu excelente pé esquerdo, não foram poucas as vezes em que se viu Zé Pedro vir buscar a bola à primeira fase de transição da ADO e a lançar o ataque, ora com passes longos, ora com slaloms individuais.

No reatar, quem também municiou as operações foi Flecha. Debelada a lesão que o afetou durante longos meses, o extremo apareceu no lugar de Pacheco (Ventura recuou para a lateral direita) para jogar toda a etapa complementar a um nível físico assinalável. Embora tenha começado um pouco atabalhoado, cresceu à medida que os colegas se esforçavam para lhe dar bola e mostrou que quem sabe nunca esquece.

Aos 60′, experimentou ser feliz à bomba, mas a pontaria traiu-o. Porém, 9 minutos depois, as coisas tomariam outro rumo. Com classe, Flecha foi o homem da assistência para o golo do empate alvinegro. Um lance onde tem de dividir os louros com Zé Pinto.

O camisola 17 deu início à jogada – até fez uma finta deliciosa sobre o adversário direto – e fletiu do corredor central para a direita antes de entregar o esférico a Flecha. Este gingou, colado à linha, e lançou um cruzamento para o segundo poste. Aí apareceu outra vez Zé Pinto, vindo de trás, para o cabeceamento oportuno e que fez o Marques da Silva acreditar na reviravolta.

Os astros pareciam finalmente estar alinhados. A Ovarense B garantia o empate aos 69′, pouco depois de Dani ter feito uma grande defesa com os pés (63′) e já contra apenas 10 elementos do Estarreja (expulsão aos 67′). A pressão intensificava-se e Flecha quase selou a reviravolta aos 75′.

Mas, mais uma vez, a pecha da Ovarense apareceu no seu quarteto defensivo. Aos 77′, o Estarreja B aproveitou nova fífia vareira para marcar o segundo golo, tento que «matou» por completo o ímpeto vareiro. A verdade é que, mesmo com um homem a menos, os forasteiros souberam segurar a vantagem e até congelaram a posse de bola, não concedendo mais nenhuma chance à Ovarense.

Pedro Silva foi o repórter da Rádio AVfm no local. Ouça as declarações dos técnicos:

  • Declarações AD Ovarense B | António Tavares:

 

  • Declarações CD Estarreja B | Paulo Melo:

 

Um inglório desfecho de jogo para a Ovarense que, assim, continua a sua via sacra de derrotas. A ADO B é cada vez mais última da classificação e pensa agora na visita ao reduto do Rocas do Vouga, no próximo fim-de-semana. Contra um dos conjuntos mais frágeis da Série B, só a vitória interessa aos jovens atletas vareiros e esta equipa tem rasgos de qualidade que permitem dizer que é capaz disso e de ainda mais.

A promessa estabelecida para 2018 ditava o ponto de viragem para a Ovarense B. Agora há que o provar em campo.

 


Fotos: Pedro Silva
Texto: Pedro Silva
Áudio: Jaime Valente

 


Opnião dos Leitores
  1. Fernando   Em   17/01/2018 em 19:42

    Quando o Ze Pedro piza o relvado nota se uma energia positiva,uma mistica nova, gosto de o ver jogar, apesar de nao set socio,assistons zos jogos sempre que posso.A sua habilidade, faz pensar que foi uma aquisicao certains nous moment certo.Elle e um exemple de entrega,responsabilidade sacrificio e esperanca com o qual todos os colegas e équipa tecnica deveriam aprender.Mister acredite nele como Pessoa,jogador,talento.Elle deixa a sua marca atraves das exibicoes muito consistent es na qual alia a concentracao defensiva ‘a sagacidade agaçante.Creio , sem falsas modestias pose assumir um patamar mais alto ,a sua ambicao e trabalho construiram a sua grandeza futebulistica.Mode haver debates,divergencias mas e de tudo isto que se constroem as bases de um clube.Nunca silenciar os que descordam ou pensam de forma différente.Quem pensar o contrario nao persebe o futebol nem a dimensao d’à équipa que dirige.(Suica).

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