PCP de Ovar reclama reforço da rede de transportes públicos do concelho
Escrito por AVfm em 23/02/2021
A Comissão Concelhia de Ovar do Partido Comunista Português (PCP) considera que o município de Ovar carece urgentemente de uma rede digna de transportes públicos, expondo o que considera ser uma notória ausência de planeamento adequado da política de mobilidade.
A frequência dos transportes públicos, sobretudo nas freguesias mais distantes da sede do concelho de Ovar, é extramente diminuta, o que limita e condiciona a mobilidade das populações, sobretudo do público que necessita desse serviço sendo, na sua maioria, utentes mais idosos e cidadãos vulneráveis económica e socialmente.
Os comunistas não se esquecem de apontar as falhas nos transportes do centro da cidade, citando o exemplo da inexistência de viagens de e para Furadouro durante o fim de semana, há já bastante tempo.
Acresce ao pouco fluxo de transportes, o custo associado a esses serviços ser extremamente elevado. Estudando um caso concreto, os comunistas denunciam: um cidadão que se desloque de São João de Ovar para São da Madeira paga 2,80€ por uma viagem. A ida e volta resulta em 5,6€. Se o cidadão trabalhar 22 dias e tiver de se deslocar através dos transportes públicos, isso representa um gasto de 123,20€ por mês!
O comunicado acusa que a falta de acordo entre o concelho de Ovar, através da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA) e a Área Metropolitana do Porto (AMP), resulta até ao momento na exclusão dos utentes dos transportes públicos de Ovar ao acesso a preços mais acessíveis, no âmbito do Programa de Apoio à Redução Tarifária nos Transportes Públicos (PART). Este programa visa reduzir o custo dos títulos dos transportes públicos, aumentar a oferta de serviços e desincentivar a utilização dos transportes individuais, tendo influencia direta na diminuição da emissão de gases de efeito de estufa, do congestionamento, do ruído e do consumo de energia.
O PCP de Ovar volta a apresentar outro caso de estudo, concreto e relativo aos transportes da AMP: um passe mensal custa no máximo 40,00€ por utente e permite viajar em todos os operadores de transportes públicos. Assim, um habitante de Arouca que circule diariamente para o Porto paga no máximo 40,00€ por mês, enquanto que alguém de Ovar que trabalhe ou estude no Porto gasta, só na deslocação mensal até ao Porto, 64,45 euros, mais 30,00 euros para circular dentro da cidade de destino, perfazendo um total de 94,45 euros.
Os comunistas reivindicam uma alteração necessária e urgente na política de mobilidade, que garanta aos trabalhadores e ao povo o direito ao transporte, com preços e qualidade de serviço atrativos que se adequem às suas necessidades. Uma política que planifique o desenvolvimento dos transportes públicos assente em empresas públicas, a par de uma estratégia de recuperação pelo Estado do controlo público das empresas e atividades privatizadas.