Comunistas não aceitam o aumento do preço das botijas de gás
Escrito por AVfm em 22/02/2021
O Partido Comunista Português (PCP) considera inaceitável que o custo máximo da botija de gás tenha subido, sobretudo num momento de fragilidade da situação socioeconómica das famílias portuguesas, para mais quando o frio ainda se faz sentir em muitas casas, sendo o gás uma das energias essenciais.
Os comunistas acusam que o aumento do valor, de 1% a 4% relativamente ao preço já aplicado, é supostamente justificado com as variações nos mercados internacionais e continuará a permitir às grandes empresas do setor energético a acumulação de elevadas margens de lucro à custa dos consumidores portugueses.
Comparam ainda a conduta dessas empresas com as práticas observadas noutros países, onde se praticam margens de lucro muito mais reduzidas, com preços finais ao consumidor significativamente mais baixos do que em Portugal. Garantem que o diferencial não encontra explicação na diferença da taxa de IVA (de 21 para 23%) nem na taxa de ISP (de valor igual), mas sim no fato de em Espanha, por exemplo, os preços serem há muito tempo regulados.
Como tal, o PCP já questionou o Governo e a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) exigindo esclarecimentos sobre o aumento do preço do gás de botija.
O partido tem insistido nesta matéria, relembrando que, para o Orçamento de Estado 2021, apresentou uma proposta que previa a fixação de um regime de margens máximas, reduzindo o preço do gás de botija, a qual foi rejeitada com os votos contra dos partidos Socialista (PS), Social Democrata (PSD), Centro Democrático e Social (CDS), Pessoas Animais e Natureza (PAN), Iniciativa Liberal (IL) e com a abstenção do Chega (CH).
Em nota enviada à nossa redação, Comissão Concelhia de Ovar do PCP condena o aproveitamento da epidemia da Covid-19 para o brutal agravamento das condições de vida dos trabalhadores e do povo português. Considera ainda
essencial implementar medidas que garantam uma redução mais substancial do preço final do gás de botija, nomeadamente através da fixação de um regime de margens máximas e da aplicação da tabela de preços máximos a todas as botijas de gás, independentemente da sua tipologia.