CCR Válega despede-se do grupo com derrota, mas com olhos bem postos na surpresa

No complexo desportivo do Sargaçal, no passado domingo, já pouco se jogava além do prestígio de ambas as formações. Quer o CCR Válega, quer o Florgrade FC, já sabiam que tinham os primeiros dois lugares garantidos no grupo D, e com isso, a qualificação era um dado adquirido. Apesar de tudo, os valeguenses queriam “vingar” a derrota da primeira volta e entraram determinados, através de um jogo de maiores transições, a surpreender o líder do grupo. No entanto, apesar do atrevimento e de até terem igualado o marcador no primeiro tempo, na segunda parte a formação de Santa Maria da Feira encontrou as oportunidades suficientes, e carimbou mais uma vitória no seu percurso. Ficam agora as emoções reservadas para a fase das eliminatórias…

Primeira parte de “piscinas” de um lado, e “tubarões” do outro…

Com toda a naturalidade, naquilo que seria certamente a previsão no lançamento do jogo, vimos duas formas de abordar o confronto totalmente distintas dentro do campo.

Se de um lado se consentia mais posse de bola ao adversário, fazendo transições rápidas que faziam lembrar um nadador a fazer umas verdadeiras “piscinas”, do outro via-se uma premissa mais cerebral, de paciência em torno da área adversária como verdadeiros “tubarões” à volta da sua “presa”, mas neste caso sem grande sucesso.

Depois de alguma boa troca de momentos, acabaram por ser os visitantes a adiantar-se no marcador à passagem do minuto 20′. Guerra, depois de um canto, furou pelo meio da área e rematou rasteiro e sem hipótese de defesa de Alex, dada a proximidade da baliza.

Contudo, a vantagem no marcador não tardou a merecer uma resposta dos valeguenses. Após uma saída em falso do guardião Marco Sá (muito intranquilo durante todo o encontro), a bola sobrou para a entrada da área onde apareceu, oportuno, Rodrigo Soares a tirar as medidas perfeitas de um chapéu ao canto da baliza.

Com a igualdade no marcador, o encontro retomou uma toada normal, com as equipas a encaixar-se taticamente, e poucas oportunidades de golo a entrar para as estatísticas do jogo até ao descanso.

A “rajada” inicial foi mesmo fatal para o Válega…

Certamente descontente com a produção de altos e baixos da sua equipa na primeira parte, Bruno Batista terá dado um “puxão de orelhas” aos seus pupilos no intervalo, sendo notória a transformação.

Com um pendão claramente mais ofensivo, os primeiros 15 minutos da segunda parte foram tremendos para o Florgrade, criando inúmeras dificuldades que o Válega teve a sorte dos seus patrões da defesa terem conseguido travar.

Todavia, seria mais uma vez de bola parada, durante essa fase, que os forasteiros iriam retomar a dianteira do encontro. Cruzamento na esquerda ao primeiro poste, fez com que a diagonal de Capela fosse mortífera para a baliza de Alex. O cabeceamento do médio só terminou no fundo da baliza, junto ao poste direito.

Depois de algum desnorte, após algumas alterações de Paulo Borges e algum relaxamento do visitante, o Válega foi outra vez reequilibrando a partida, e ainda esteve perto da igualdade, mais uma vez após um erro de Marco.

Ainda hoje, Faria deve estar a pensar como não teve mais engenho para colocar o esférico dentro da baliza do opositor, apesar do ângulo difícil e alguma cobertura dos colegas.

No final da partida, o sentimento de justiça no marcador, era praticamente unânime, mesmo que ficasse a saber a pouco todo o trabalho que o Válega tinha colocado em campo. Fica uma pequena amostra do trabalho que o CCr Válega dará, a quem tiver a “sorte” de o apanhar nas eliminatórias…

Exibições à lupa do CCR Válega…*

Rodrigo Soares – 8
Passou por duas posições em campo, mas nem por isso deixou de ser o elemento mais inconformado do Válega. Sempre muito ativo na procura da bola e de espaços no adversário, foi nessa abertura de espaço que encontrou a oportunidade de um golo de belo efeito, com um chapéu bem medido.

Pedro Santos – 8
O capitão continua a revelar que é um verdadeiro líder naquele eixo defensivo. Sempre muito solicitado, não fossem algumas intervenções (algumas sobre a linha de golo) e o resultado do adversário poderia ter sido bem mais folgado.

Leandro Mendes – 7
“Para cada batman é necessário um Robin”. Este é o verdadeiro lema transformado realidade na partida frente ao Florgrade FC. Sem dúvida alguma que Leandro esteve em bom plano, não deixando o seu capitão de equipa fraquejar frente à armada ofensiva do adversário.

Maurício – 7
Foka – 7
Tiago Fragoso – 6
Rodrigo Cabral – 6
Guedes – 6
Alex – 6
Armando – 5
Gabi – 5
Rendilheiro – 4
Faria – 3
Bernardo – 3

Fiquem com as declarações dos técnicos do CCR do Válega e do Florgrade FC, recolhidas no final do encontro junto ao relvado, pelo repórter Helder Ferreira:

1.ª Divisão Distrital da AFA – Prova Final – Grupo D – Jornada 5 – CCR Válega x Florgrade FC

CCR Válega
11 inicial: Alex; Rodrigo Cabral, Pedro Santos (c), Leandro Mendes, Guedes; Armando, Maurício, Foka; Rodrigo Soares, Gabi e Tiago Fragoso.
suplentes utilizados: Rendilheiro, Faria e Bernardo.
Treinador: Paulo Borges.

Florgrade FC
11 inicial: Marco Sá; Rena, Zé Carlos (c), Joca, David; Capela, Edu, Gomes; Viditos, Ben Koneh e Guerra.
suplentes utilizados: Gelson, Xavi, Fruta e André Passarinho.
treinador: Paulo Gomes.

Resultado ao intervalo – 1 x 1

Resultado final – 1 x 2

MVP jogo: Capela (Florgrade FC) – Pontuação – 8

* – Os valores atribuídos têm por base uma escala numérica de 0 a 10, sendo que os 3 melhores jogadores de ambas as formações têm um destaque diferenciado na escala

Fotos: Florgrade FC
Texto: Helder Ferreira
Áudio: Jaime Valente
Reportagem: Helder Ferreira