Futebol: Nos últimos 10 anos, apenas 3 saíram de situação pior ou semelhante à do Esmoriz
Escrito por AVfm em 03/01/2022
Quando se trata do Campeonato SABSEG, há tendências que são (quase) lei. Embora a competição tenha sofrido muitas alterações ao seu formato nos últimos anos – até na questão do seu próprio nome -, há padrões que permanecem independentemente dos participantes.
Olhando para o fundo da tabela da atual temporada, vemos que, na Zona Norte, o SC Esmoriz está a viver uma época complicada. Com 11 pontos somados nas primeiras 17 jornadas, os esmorizenses dobraram já metade dos jogos previstos no calendário e continuam em posição de descida de divisão.
De facto, o 11º. lugar a Norte coloca o Esmoriz a ter de recuperar 9 pontos e ultrapassar dois rivais diretos para chegar a uma posição tranquila na tabela. Será possível? O que é nos dizem os registos recentes do campeonato?
A verdade é que a história não está do lado dos Guerreiros da Barrinha. Nas últimas 10 edições de SABSEG, foram 38 os clubes que viveram o triste fado de descer de divisão. Embora seja verdade que nem sempre desceram os que, à 17ª. jornada (a que foi dobrada pelo Esmoriz no domingo passado), estavam em posição periclitante, as probabilidades obrigam o Esmoriz a encetar uma espécie de milagre: é que apenas estão registados 3 casos onde um clube numa situação pior ou igual à do Esmoriz (11 ou menos pontos à 17ª. jornada) conseguiu, no fim da época, assegurar a permanência.
JD CARREGOSENSE, 2017/18
Foi na época 2017/18 que o Carregosense operou uma enorme reviravolta no (antigo) Campeonato Safina. À 17ª. jornada, a equipa que teve Miguel Rapinha a substituir André Teixeira a meio da época somava apenas 10 pontos no Campeonato, duas vitórias e quatro empates.
O fecho de temporada seria, no entanto, histórico para o Carregosense. Nas últimas 8 jornadas, a equipa esteve 7 jogos sem perder e venceu 5 deles, empurrando a Ovarense para um lugar de descida. Para além disso, num duelo de aflitos contra alvinegros, a 3 jornadas do fim da competição, o Carregosense não vacilou e, empatando 0-0, quebrou a chance dos vareiros de Artur Marques assegurarem a manutenção.
O Carregosense terminaria a competição com 33 pontos e um 15º lugar, acima da Ovarense (30 pontos), Famalicão (23 pontos) e Canedo (23 pontos). No plantel de 17/18 atuavam jogadores como Nuno Rosas, Ratinho, Tó Frangolho, Gonçalo Muge e Tono Rebelo.
GD MILHEIROENSE, 2015/16
Em Milheirós de Poiares, a atualidade do Milheiroense leva o futebol do clube para outras realidades. No entanto, os adeptos não esquecem a época de 2015/16.
À 17ª. jornada, o Milheiroense era último (18º.) do Campeonato PECOL e somava apenas 11 pontos. Poucos adivinhariam que, 17 jornadas e uma volta depois, a equipa alcançaria o 11º lugar e 40 pontos no campeonato.
Num plantel onde já se destacava um jovem Zé António de 23 anos, o conjunto de Santa Maria da Feira venceu 9 partidas na segunda volta. O atual melhor marcador do Campeonato apontou mesmo 28 golos na temporada e foi preponderante para a manutenção do Milheiroense.
CD SOUTENSE, 2013/14
Com 11 pontos nos primeiros 17 jogos, o Soutense foi obrigado a superar-se para garantir a manutenção na época 2013/14. Ocupando o 16º. lugar (num campeonato a 18), o emblema de São Miguel de Souto protagonizou, contudo, uma excelente segunda metade de temporada.
Orientado por José Borges (atual treinador do Macieirense), o Soutense terminaria a época com o 12º. lugar e 38 pontos. A regularidade foi uma constante à medida que os jogos se tornavam mais decisivos, com apenas 5 derrotas e um registo de 14 jogos a somar pontos, entre os quais sete triunfos.
Com a manutenção garantida, o Soutense adiou a descida por mais uma temporada. Algo que, inevitavelmente, acabaria por acontecer posteriormente, na época seguinte, quando com os mesmos 38 pontos de 13/14 acabou por não assegurar um lugar de permanência.
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Imagem: Direitos Reservados
Texto: Pedro Silva