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Evento online “Januário Godinho – Arquitetura e Património” focar-se-á no vasto legado do ilustre valeguense

Escrito por em 26/04/2021

Amanhã, terça-feira, dia 27 de abril, pelas 21h00, terá lugar uma palestra cultural subordinada ao tema “Januário Godinho – Arquitetura e Património“. Organizada pelos Amigos do Antigo Concelho de Pereira Jusã (AACPJ), em parceria com a Rádio AVfm, será transmitida em livestreaming nas páginas do Facebook da Rádio AVfm, da AACPJ e da Junta de Freguesia de Válega, com difusão em simultâneo nos 98.7FM da nossa estação. Durante o evento, tornado oportuno a propósito dos 110 anos do nascimento do arquiteto Januário Godinho, será dado a conhecer o valeguense e a sua vasta obra.

Januário Godinho

Considerado um dos arquitetos portugueses mais importantes do século XX, Januário Godinho criou uma vasta e diversificada lista de obras, passando pela edificação de palácios da justiça, capelas, bancos, pousadas, mercados, blocos residenciais, casas particulares e planos de urbanização.

O conceituado arquiteto nasceu no lugar do Seixo de Cima, freguesia de Santa Maria de Válega, a 26 de agosto de 1910. Quase 80 anos depois, viria a falecer a 13 de julho de 1990, tendo sido sepultado no cemitério da sua terra natal.

Depois de frequentar a Escola Primária Inferior de Ovar, Januário Godinho realizou o exame de admissão às Belas-Artes em 1923 e, passados dois anos, ingressou no Curso Preparatório de Arquitetura Civil da Escola de Belas-Artes do Porto, concluindo-o em 1930.

Reconhecido pelo seu vasto conhecimento e pela aposta em novos métodos de construção, procurou sempre integrar e articular as suas criações com processos de construção tradicionais.

Por todo o país e até no estrangeiro, Januário Godinho realizou vários projetos e intervenções. No nosso concelho, destacam-se o Mercado de Ovar (1948), o Tribunal Judicial de Ovar (1960), o Adro Velho de Válega (1941), a Capela do Furadouro (1964), a Junta de Freguesia de Válega (1968), a intervenção na Capela de Nossa Sra. das Dores (1979), a intervenção na Casa Capitão Vaz Correia (1980), o Posto Clinico Carlinda Lopes, em Válega, a Intervenção no exterior da Igreja Matriz de Válega, a Capela de S. Gonçalo, em Válega e o Centro de Dia, ATL e complexos, em Válega.

Casa Capitão Vaz Correia, em Válega
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Obstáculos como a falta de recursos das entidades competentes, levaram a que muitos projetos do arquiteto valeguense não fossem terminados ou que não saíssem dos esboços por ele criados, como é o caso de uma capela dedicada a Nossa Senhora da Graça, idealizada em 1950, que pretendia substituir a atual (existente em Ovar), e que não chegou a concretizar-se.

A nível nacional, foi autor de obras como o Mercado do Peixe de Massarelos (Porto, 1932), as Pousadas realizadas para a Hidroelétrica do Cávado (1949-1959), a Casa Afonso Barbosa (Famalicão, 1941), a Sede da Hidroelétrica (Porto, 1953), os Palácios da Justiça de Tomar (1951), de Vila do Conde (1953) e de Lisboa, em coautoria com João Andersen (1960), o Edifício Calouste Gulbenkian no LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil (Lisboa, 1961) igualmente em coautoria com João Andresen e os Planos de Urbanização de Coimbra (1968) e de Amarante (1965).

– Os Convidados –

A palestra contará com a presença de profissionais que se dedicaram a estudar as obras arquitetónicas de Januário Godinho ou que se interessam vivamente pelo legado que deixou, espalhado um pouco por toda a parte:

  • Dr. Manuel Bernardo

Manuel Fernando Ribeiro Valente Bernardo, natural de Lisboa, é licenciado em História, pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e exerce as funções de Técnico Superior da Divisão de Educação da Câmara Municipal de Ovar.

Entre a década de 1999 e 2009, Manuel Bernardo foi responsável pela Seção de História Local e Regional da Biblioteca Municipal de Ovar e, nesse âmbito, realizou pequenos estudos de história local, estando alguns publicados em jornais e revistas.

  • Arq. Paulo Silva

Paulo Silva é arquiteto, docente e investigador da Universidade de Aveiro, especializado na área do património e da reabilitação urbana enquanto política pública. A sua atividade profissional estende-se às áreas do ordenamento do território e do urbanismo.

É membro eleito da comissão executiva da Associação Europeia de Escolas de Planeamento desde 2019 e membro da comissão executiva do Colégio dos Arquitetos Urbanistas da Ordem dos Arquitetos (em fim de mandato).

  • Arq. Miguel Malheiro

Miguel Malheiro é licenciado em Arquitetura pela Universidade Lusíada do Porto e Doutor pela Escuela Técnica Superior de Arquitectura da Universidad de Valladolid.

De 1996 a 2007 colaborou com a Direcção Geral de Edifícios e Monumentos Nacionais desenvolvendo diversos projetos de salvaguarda, conservação e valorização de património arquitetónico.

É docente da Faculdade de Arquitectura e Artes da Universidade Lusíada do Porto desde 1994, na área de Construção/Projecto. É membro integrado do Centro de Investigação Território, Arquitectura e Design da Universidade Lusíada (CITAD), e coordenador do projecto “O românico rural na bacia do Douro”.

É membro da direção da Associação Portuguesa para a Reabilitação Urbana e Proteção do Património desde 2018.

  • Arq. Nelson Marques

Nelson Rodrigo Ferreira Marques, é licenciado em Arquitetura pela Escola Universitária de Artes de Coimbra. Teve como docentes o arquiteto Belém Lima, fundador da BELÉM LIMA ARQUITECTOS em Vila Real; o arquiteto Rui Lacerda, fundador da RDLM Arquitetos Associados em Espinho; entre outros. 

Colaborou com o atelier Balonas Projectos S.A entre 2001 e 2004 e exerceu funções de coordenador e autor na QR Arquitectos entre 2004 e 2010.

Em 2013 fundou a NELK Arquitetura, sediada em Ovar. 

A palestra cultural online “Januário Godinho – Arquitetura e Património” será moderada pelo Dr. Vítor Amaral, Presidente da Assembleia Geral dos Amigos do Antigo Concelho de Pereira Jusã.

Durante a mesma será possível conhecer o arquiteto Januário Godinho, o seu vasto património e o estado em que este se encontra, sabendo-se que muitas obras estão em bom estado, tendo sido preservadas e restauradas ao longo do tempo. Outras, pelo contrário, encontram-se degradadas e abandonadas…


Fotos: Direitos Reservados
Texto: Irina Silva

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