Feira: Populares tentam entrar em canil e agridem proprietária

No dia 21 de Julho, mais de 200 populares e ativistas juntaram-se à porta de um canil ilegal em Canedo, no concelho de Santa Maria da Feira. O grupo foi mobilizado através de uma movimento nas redes sociais.

Apesar de testemunhos sobre o bom estado e tratamento dos animais, o grupo tentou invadir o espaço. Os ânimos exaltaram-se ao ponto de Berta Brazão, a proprietária, ter sido agredida.

Ao início da tarde, a proprietária do terreno e fundadora do abrigo avisou a Guarda Nacional Republicana sobre os protestos e a tentativa de invasão.  Mais tarde, já a conduzir uma carrinha, Berta Brazão foi parada por populares. Insultaram-na, danificaram-lhe o veículo, agrediram-na e levaram seis cães que transportava.

“Eram cães que levava para os donos. Estas são pessoas que querem protagonismo e não o bem-estar dos animais. Fui agredida”

queixou-se Berta Brazão

Vítor Marques, vereador municipal de Santa Maria da Feira, o qual já tinha visitado as instalações clandestinas, revelou que não há maus tratos a animais, e que, embora já tenha havido denuncias no passado, essa realidade já não se aplica atualmente.

“Já vi espaços melhores, mas também já vi espaços muito piores do que este. Os animais não estão a ser vítimas de maus-tratos (…) Tem havido articulação da autarquia com associações de defesa animal. Havia cerca de 150 animais e agora estão lá pouco mais de 50 e em melhores condições”

referiu Vítor Marques

Emanuel Malta, membro da associação de proteção animal APADO de Ovar, também visitou as instalações, concluindo que estaria tudo bem dentro do abrigo. Nada disso foi suficiente para acalmar os ativistas…

Posteriormente o Grupo de Intervenção e Resgate Animal (IRA) partilhou, nas suas redes sociais, um comunicado em que também nega os maus tratos dos animais:

A fundadora do abrigo, Berta Brazão, apelou ainda aos ativistas “espero que não venham roubar os animais, porque isso só irá complicar o futuro deles“, uma vez que alguns já se encontram em processo de adoção. E acrescentou que um bom protesto seria a deslocação “para as juntas de freguesia, câmaras municipais e Governo para exigir a esterilização massiva”.

“O ideal seria que não existisse necessidade de abrigos. Mas as pessoas deixam-nos os cães constantemente e tentamos dar-lhes as melhores condições possíveis”

rematou Berta Brazão

Fotos: Direitos Reservados
Texto: Irina Silva