Inauguração da Exposição “A Rota do Mediterrâneo” assinalou o arranque do Basqueiral ’22
Escrito por AVfm em 08/06/2022
No passado sábado, 4 de junho, a Basqueiro – Associação Cultural e o Museu de Santa Maria de Lamas inauguraram a exposição “A Rota do Mediterrâneo”, que estará patente no espaço museológico até 4 de setembro.
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Desde o início que o Festival Basqueiral começou a acrescentar a componente artística aos concertos de música alternativa, nascendo a extensão Basqueirart que, em 2021 ganhou uma expressão mais significativa. O objetivo é claro e passa por utilizar a arte como meio de consciencialização e debate de ideias. Este ano, o tema condutor da sua programação é o drama da crise dos refugiados.
A mostra fotográfica, reunida n’“A Rota do Mediterrâneo”, presenteia o público com uma descrição, fiel à realidade, do drama da crise dos refugiados, naquela que é uma das rotas de migração mais mortíferas da história da humanidade: a travessia do Mar Mediterrâneo.
A inauguração da mostra foi marcada por um conjunto de breves intervenções e pela primeira visita do público:
Susana Ferreira | Museu de Santa Maria de Lamas
A Diretora do espaço museológico admitiu que “a exposição é assumidamente perturbadora” e reúne um conjunto de 20 fotografias, de grande formato, todas cedidas pela Agence France Press, a mais antiga agência noticiosa do Mundo. A seleção, criteriosa, contempla registos de vários fotógrafos reconhecidos internacionalmente, destacando-se, por exemplo, o grego Aris Messinis e o italiano Andreas Solaro.
Susana Ferreira adiantou que, para receber a exposição, o Museu de Lamas sofreu mais uma transformação, acolhendo várias instalações artísticas que preparam o visitante para o impacto d’”A Rota do Mediterrâneo“, exposta na última sala do percurso, a emblemática sala da cortiça.
Aí, transportando os visitantes para o fundo do mar, o chão está revestido com uma camada de areia, sendo visíveis redes de pesca, rochas e corais de papel. Sobre as pessoas, pende uma rede que simula a altura do mar e um barco insuflável com corpos nele pendurados, na esperança de alcançar a costa.
Rui Canastro | Basqueiro – Associação Cultural
Na sua intervenção, o representante da Basqueiro começou por relembrar que, inicialmente, a única forma de expressão do Basqueiral foi a música e que o Festival fez um percurso em que a arte foi conquistando o seu espaço, nascendo a ramificação Basqueirart, cada vez mais importante.
Para si, a exposição “Living Among What’s Left Behind”, do premiado fotojornalista Mário Cruz, apresentada em 2021, foi uma ótima experiência e elevou a fasquia. Nesse sentido, admite já não imaginar o festival sem uma mostra fotográfica e sem uma “invasão” ao Museu de Lamas.
Rui Canastro considerou que “A Rota do Mediterrâneo” é uma oportunidade de “mostrar a verdade como ela é” sendo esta a “melhor forma de agitar e despertar consciências” para os problemas que existem por todo o mundo.
Emídio Sousa | Presidente da Autarquia de Santa Maria da Feira
O edil feirense recordou que, nas últimas duas décadas, o município, também com o contributo dos agentes locais, tem alargado muito a sua rede de oferta cultural e artística.
Emídio Sousa garantiu sentir-se orgulhoso, afirmando que a cultura “cresce de todos os lados” e que sempre que vai tomar café a qualquer lado lhe apresentam um projeto novo. “O Território fervilha, acreditem”, exclamou o autarca.
Sobre o tema da exposição, o autarca vê a Europa como o “Farol do Mundo”, refletindo que as pessoas retratadas na mesma apenas procuram uma nova chance para viverem com dignidade. Nesse seguimento, espera que os visitantes, além serem alertados para a problemática, possam sentir-se gratos pela qualidade de vida possível no país.
Após as intervenções, teve lugar a visita inaugural à exposição. A mesma encerrava ainda uma surpresa, já que o artista local Jorge da Rocha brindou os presentes com a sua voz e o seu contrabaixo, num concerto que embelezou o momento.
A Rádio AVfm esteve presente na inauguração d’”A Rota do Mediterrâneo“, que assinalou o arranque do Basqueirart. Para além do registo das intervenções, que pode ser acedido clicando nos player’s respetivos, deixamos alguns instantâneos fotográficos da tarde:
A exposição pode ser visitada por maiores de 12 anos. Os portadores do Passe Geral do Festival Basqueiral poderão visitar livremente a mostra nos dias dos concertos, a 17 e 18 de junho.
As visitas noturnas, a decorrer nas sextas-feiras 8, 15, 22 e 29 de julho, 19 e 26 de agosto e 2 de setembro, entre as 21h30 e as 24h00, irão garantir experiências (ainda mais) profundas.
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