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Mazgani brilhou, Laura Rui encantou. Ovar expandiu entre a música e o cinema!

Escrito por em 22/10/2024

O primeiro dia do Ovar Expande deu ao público música e conversa. Por volta das 18h30, o artista Mazgani acercou-se do palco maior da Escola de Artes e Ofícios, para uma conversa em torno do documentário “Estrada para Mazgani”, na qual se previa a participação de Rui Tendinha, realizador, que não conseguiu estar presente.

Com o roadmovie sempre no fundo do palco, falou-se da carreira, dos projetos e, principalmente, da tourné internacional que o convidado fez em 2011. Com passagem por Espanha, França e Holanda, ao regressar a Portugal, Mazgani deu um concerto no Teatro Aberto, em Lisboa, com sala esgotada. A sonoridade do iraniano radicado em Portugal desde os 5 anos de idade tem influências da música americana e, para ele, digressão é sinónimo de viagem num território grande, com a liberdade de não pertencer a nenhum lugar.

Joaquim Margarido, Bernardo Freire e Mazgani | Conversa Expande

Clique no player para ouvir a Conversa Expande | Mazgani e Bernardo Freire, sobre o documentário “Estrada para Mazgani” de Rui Pedro Tendinha, moderada por Joaquim Margarido.

Na tertúlia, que contou com a presença do crítico de cinema Bernardo Freire, o artista refere que “Em digressão dás tu o passo em direção ao espectador e não o contrário, como habitualmente acontece, que é o ouvinte que dá um passo em direção à música”.

Refém de três acordes, para Mazgani uma verdade é fazer o mínimo essa mesma verdade. A nu e em cru, porque o saber muito também pode ser uma prisão… Joaquim Margarido, o conhecido moderador vareiro, questionou o músico sobre o seu processo criativo, tendo ele partilhado prontamente que ainda o está a descobrir.

O documentário, pretexto para o tema deste ano do Ovar Expande, fazendo a ponte entre a música e o cinema, foi realizado por Rui Tendinha, que acompanhou a viagem, a vida e a música de Mazgani durante a tourné. Ao longo da conversa, o artista foi contando histórias do que acontecia dentro e fora de palco.

De forma espontânea e até efusiva, relata uma situação onde, ao sair de palco, estava um grupo de mulheres no camarim à sua espera. Rindo à gargalhada, relembra o facto de terem que seguir viagem de imediato, não podendo fazer a festa… Já o público não se mostrou tão confortável quanto isso com tal relato, situação que se repetiria com a postura de Mazgani, aqui e ali, ao longo do dia.

Com a conversa terminada, esperava-se então pelo concerto da vareira Laura Rui, às 21h30, na sala Galeria.
A cantautora chegou ao palco com a sua energia característica, sempre feliz por cantar. Acompanhada por Sónia Sobral no acordeão e Sofia Queiroz no Contrabaixo, espalhou o seu sorriso contagiante e paixão pela música pelo espaço fora, naquele que foi o seu primeiro concerto em formato banda.

Sofia Queiroz, Laura Rui e Sónia Sobral | Concerto Ovar Expande

Concerto de Laura Rui, acompanhada por Sónia Sobral e Sofia Queiroz

Laura brindou-nos, como sempre, com a sua distinção na forma como toca, canta e interpreta as suas músicas, sejam originais, ou releituras. Há um vislumbre de Deolinda e Orquestrada, há uma ironia subtil nos temas em que canta as mulheres, há mensagens importantes, mas há sobretudo diferenciação… Laura é bonita no palco, a sua voz entra-nos em cada poro, abraça-nos e dá-nos alento. Laura é única no que faz, é igual a si própria, tem identidade, e relê como ninguém a nossa tradição musical, vincando a importância de capturar o esquecimento, para que na memória se perdurem cantautores como Zeca Afonso e José Mário Branco.

Depois do concerto, dispensou um pouco do seu tempo para falar connosco sobre o concerto, música e os seus projetos. Falou-nos da importância da formação musical desde tenra idade e dos benefícios que dela advêm. Exaltou a possibilidade de concretizar a residência artística que deu corpo ao concerto onde se estreou em formato banda, de mãos dadas com o Ovar Expande. Laura tem candura na voz e um talento inacreditável, que enche de orgulho as nossas gentes. Assista à entrevista conduzida por Francisco Fidalgo e Patrícia Fernandes:

Depois do terreno já preparado por Laura, fomos até à sala Expande para o concerto que iria ditar o fim do primeiro dia. Uma performance que começou com as pessoas sentadas, a viajar pelas suas cidades interiores, à descoberta de gentes recônditas. Acabou com o público de pé, a dançar ao som de três acordes e da verdade de Mazgani. Quis roubar o palco, e fê-lo, de facto. Apresentou algumas das suas novas músicas em português, mas não se esqueceu dos projetos mais antigos, ainda cantados em Inglês…

Mazgani mexeu com a Escola de Artes e Ofícios de Ovar com o seu estilo, a sua presença e a sua música. Apesar da nossa vontade em recolher as suas declarações, circunstâncias que não dominamos acabaram por impedir que isso fosse possível.

Confira alguns instantâneos da Conversa e Concerto de Laura Rui, pela lente de António Dias:

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Confira também alguns registos da Conversa e Concerto de Mazgani, pela lente de António Dias:

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Fotos: António Dias
Áudios: Jaime Valente
Texto: Cláudia Dias e Francisco Fidalgo

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