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Músicas sem fronteiras, “Surmês” e público a dançar “Rock ‘n Roll” fecharam a edição 2022 de Ovar Expande

Escrito por em 30/10/2022

No passado dia 22 de outubro, decorreu a terceiro e último dia do ciclo de concertos do Ovar Expande’22, na Escola de Artes e Ofícios de Ovar.

O evento, promovido pela Câmara Municipal, surgiu com um novo formato, passando a disponibilizar de um novo espaço designado Palco Galeria e a incluir conversas e oficinas na programação, fortalecendo a ligação entre os artistas e o público.

Podemos afirmar que a Escola de Artes e Ofícios se aprumou a rigor para acolher de forma diferente um evento que, por ser classificado como alternativo, ditou uma nova dinâmica, na qual os detalhes foram importantes. Informal quanto baste, o Ovar Expande teve resposta positiva do público e encantou os artistas que por lá passaram ao longo de 3 dias de espetáculos de grande diversidade e bem representativos do panorama da Música Portuguesa que acontece fora do circuito mainstream.

O final da tarde foi marcado pela atuação de Madalena Palmeirim que interpretou temas do seu primeiro álbum a solo “Right as rain”, no Palco Galeria. A noite teve início com a prestação de Surma, que sozinha e rodeada de instrumentos apresentou temas do disco “Antwerpen” e terminou com o concerto dos The Twist Connection, que trouxeram na bagagem o recente álbum, “Anywhere But Here”.

Rádio AVfm esteve presente no Ovar Expande, assistiu aos concertos, e ainda teve tempo para conversar com os artistas.

Manuel Dordio e Madalena Palmeirim

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Madalena Palmeirim, já familiarizada com o Pão de Ló de Ovar, mencionou o acolhimento e a generosidade do povo vareiro. A cantautora elogiou a iniciativa, por destacar géneros alternativos, comentando ser interessante a abertura para novos gostos e a consciência de que há espaço para a convivência de várias culturas e eventos.

Interpretou músicas que marcaram a sua carreira, algumas já com 10 anos e outras muito fresquinhas, que farão parte do próximo álbum, a ser lançado ainda no primeiro semestre de 2023. Gravado entre Portugal e Cabo Verde, o disco terá a peculiaridade de conter temas cantados em português e crioulo.

Dos seus sonhos fazem parte a vontade de pisar mais e maiores palcos, apresentando-se em quarteto, dando mais ritmo e corpo aos seus temas com a junção do contrabaixo e de instrumentos de percussão.

A artista, que gosta de sair da sua zona de conforto, conhecer novos lugares e cantar noutros idiomas, partilhou que na hora dos concertos se mantém calma e gosta de transmitir uma certa leveza e fluidez, a qual pode ser confundida pelo público com facilidade.

Os seus trabalhos podem ser ouvidos no bandcamp e nas restantes plataformas digitais (Spotify e Youtube). Madalena Palmeirim integra ainda o projeto “Rainhas do AutoEengano”.

Débora Umbelino | Surma

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Débora Umbelino começou por recordar que foi em Ovar que deu um dos seus primeiros concertos quando tinha apenas 4 músicas na sua discografia. Até hoje nutre um sentimento de amor pelo território vareiro.

Surma partilhou que a sua ansiedade e necessidade de fazer melhor leva a que crie novos conteúdos sem nunca esquecer os já gravados, apresentando sempre novas versões de temas antigo nas suas atuações. Considera que a constante “mutação” possibilita novas experiências ao seu público, enquanto contribui para o seu desenvolvimento profissional e pessoal.

A artista comentou que também não consegue classificar o seu estilo musical, uma vez que bebe influências de vários géneros, destacando rock, pop e eletrónica. Quando lhe sugerimos “Surmês“, considerou-se elogiada, já que a dificuldade de classificação é sinónimo da criação do seu próprio conceito e universo musical.

Quase a lançar o seu novo álbum, passados cinco anos do anterior, afirmou que não tem parado desde 2017, com imensos concertos e participações em iniciativas de teatro, cinema, parceria com associações, etc.
Surma admite que o nervosismo faz parte do seu dia-a-dia, sobretudo quando tem uma atuação, e que tem como amuleto um paninho, aquele que coloca por baixo do teclado, o qual era usado pela avó materna para cobrir a máquina de costura.

Os seus trabalhos podem ser ouvidos em todas as plataformas digitais, com destaque para o seu perfil do bandcamp.

Samuel Silva, Sérgio Cardoso e Carlos Mendes | The Twist Connection

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Os The Twist Connection são uma banda de rock n’ roll e ponto final… Consideram que tocar com muita regularidade é um fator que ajuda a estabelecer uma energia e ligação com o público.

Com dois concertos na Casa do Povo e agora um na Escola de Artes e Ofícios, os músicos levam de Ovar memórias de boas atuações, receções calorosas e o amor das pessoas, assim como a “barriga cheia”, numa terra em que comeram bem.

A banda lançou recentemente o álbum “Anywhere But Here”, tendo recebido um feedback positivo desde então. Para o trio de Coimbra, o álbum é uma compilação de momentos de pessoas que se juntam para fazerem música.

Sobre o processo criativo, partilharam que faz parte voltar atrás e dar vida a ideias que ficaram pelo caminho, assim como criar a partir do zero. As suas criações podem ser encontradas nas várias plataformas digitais.

O terceiro dia também foi também marcado pela conversa “Já joguei ao boxe, já toquei bateria”, com os artistas Surma e João Martins, e moderação de Joaquim Margarido.

Reveja alguns momentos da última noite de concertos do Ovar Expande 2022:

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Áudio: Jaime Valente
Fotos: António Dias
Texto: Irina Silva

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